Inteligências múltiplas: tipos de inteligência e aplicação na educação

Foto de mulher em sala de aula.

Você já ouviu falar em inteligências múltiplas? Essa é uma teoria desenvolvida pelo psicólogo Howard Gardner, que propõe que existem diferentes formas de manifestar a inteligência humana, além do tradicional QI. 

Segundo Gardner, cada pessoa possui um perfil de inteligência, que pode ser mais ou menos desenvolvido em diferentes áreas. 

Neste artigo, vamos explicar o que são as inteligências múltiplas, quais são os tipos de inteligência, como elas podem ser aplicadas na educação e como estimular o potencial cognitivo dos alunos. Acompanhe!

Para que servem as inteligências múltiplas

Elas servem para ampliar o conceito de inteligência e reconhecer a diversidade das habilidades humanas. Em vez de se basear em um único critério, como o QI, para medir a inteligência, a teoria de Gardner propõe que existem diferentes formas de manifestar e desenvolver a capacidade cognitiva.

Elas também valorizam os talentos e potenciais de cada pessoa, respeitando suas características e preferências individuais. 

Desse modo, cada pessoa pode explorar suas próprias formas de inteligência e buscar seu crescimento pessoal e profissional, em vez de se comparar com os outros ou se limitar por padrões impostos pela sociedade.

Os diversos tipos de inteligência servem ainda para oferecer oportunidades de aprendizagem mais adequadas e eficazes aos alunos. 

Nesse contexto, o educador pode utilizar diferentes recursos pedagógicos que atendam às necessidades e interesses dos estudantes, ao invés de se restringir a um modelo tradicional e padronizado de ensino, que privilegia apenas algumas formas de inteligência. 

Assim, atuam na promoção de uma educação mais personalizada, inclusiva e transformadora. Uma educação que respeita as diferenças individuais e coletivas dos alunos. 

Uma educação que estimula a criatividade, a curiosidade e o pensamento crítico dos alunos e que prepara os jovens para os desafios do século XXI.

Tipos de inteligência

Foto de criança pintando em quadro.

A teoria das inteligências múltiplas foi criada por Howard Gardner na década de 1980, como uma forma de ampliar o conceito de inteligência. 

Para ele, a inteligência não é uma capacidade única e fixa, mas um conjunto de habilidades que podem ser desenvolvidas ao longo da vida. 

Gardner identificou inicialmente 7 tipos de inteligência, que posteriormente foram ampliados para 9. São eles:

  1. Inteligência linguística: é a capacidade de usar a linguagem verbal e escrita para se comunicar, expressar ideias e aprender. Pessoas com essa inteligência têm facilidade para ler, escrever, contar histórias e aprender idiomas;
  2. Inteligência lógico-matemática: é a capacidade de usar o raciocínio lógico, a matemática e a ciência para resolver problemas, analisar dados e criar hipóteses. Pessoas com essa inteligência têm facilidade para lidar com números, fórmulas, padrões e abstrações;
  3. Inteligência espacial: é a capacidade de perceber e manipular objetos e imagens no espaço tridimensional. Pessoas com essa inteligência têm facilidade para desenhar, pintar, esculpir, navegar e orientar-se;
  4. Inteligência musical: é a capacidade de apreciar, compor e executar música. Pessoas com essa inteligência têm facilidade para cantar, tocar instrumentos, reconhecer sons e ritmos;
  5. Inteligência corporal-cinestésica: é a capacidade de usar o corpo e os movimentos para expressar-se e realizar atividades. Pessoas com essa inteligência têm facilidade para dançar, praticar esportes, fazer artes marciais e circo;
  6. Inteligência interpessoal: é a capacidade de interagir e compreender outras pessoas. Pessoas com essa inteligência têm facilidade para se relacionar, cooperar, liderar e resolver conflitos;
  7. Inteligência intrapessoal: é a capacidade de conhecer e gerenciar as próprias emoções, motivações e objetivos. Pessoas com essa inteligência têm facilidade para se autoavaliar, se autodesenvolver e se autocontrolar;
  8. Inteligência naturalista: é a capacidade de observar e compreender os fenômenos da natureza. Pessoas com essa inteligência têm facilidade para identificar plantas, animais, minerais e ecossistemas;
  9. Inteligência existencial: é a capacidade de refletir sobre questões profundas da existência humana. Pessoas com essa inteligência têm facilidade para filosofar, questionar e buscar o sentido da vida.

Aplicação na educação

A teoria das inteligências múltiplas pode ser uma ferramenta poderosa para a educação, pois permite reconhecer a diversidade dos alunos e oferecer oportunidades de aprendizagem adequadas às suas características. 

Ao invés de se basear em um modelo único e padronizado de ensino, que privilegia apenas algumas formas de inteligência, o educador pode explorar diferentes recursos pedagógicos que estimulem as diversas habilidades dos estudantes.

Algumas formas de aplicar as inteligências múltiplas na educação são:

  • Realizar testes ou questionários para identificar o perfil de inteligência dos alunos e adaptar as estratégias de ensino às suas preferências e necessidades;
  • Utilizar diferentes mídias e materiais didáticos para apresentar os conteúdos, como textos, imagens, vídeos, áudios, jogos, experimentos etc;
  • Propor atividades variadas que envolvam diferentes tipos de inteligência, como debates, dramatizações, pesquisas, projetos, apresentações etc;
  • Incentivar os alunos a trabalhar em grupo e a trocar experiências e conhecimentos com seus colegas, valorizando as diferentes contribuições e pontos de vista;
  • Promover a interdisciplinaridade, relacionando os conteúdos de diferentes áreas do conhecimento e mostrando sua aplicação na vida real;
  • Estimular a criatividade, a curiosidade e o pensamento crítico dos alunos, desafiando-os a criar, inovar e questionar.

Desenvolvimento prático

Foto de pessoas mexendo em computador.

A aplicação da teoria das inteligências múltiplas na prática educacional requer uma abordagem criativa e flexível por parte dos educadores. Para tornar essa abordagem tangível e eficaz, algumas estratégias podem ser implementadas de maneira prática e envolvente.

Saiba mais: O papel da prática na formação inicial de professores.

Diversificar as atividades

Em vez de aderir a um único método de ensino, os educadores podem diversificar as atividades em sala de aula para envolver diferentes tipos de inteligência. 

Por exemplo: além das tradicionais aulas expositivas, podem incorporar dramatizações para alunos com inteligência interpessoal, experimentos científicos para aqueles com inteligência lógico-matemática e projetos de criação artística para os que possuem inteligência visual-espacial.

Oferecer escolhas

Permitir que os alunos escolham entre diferentes tipos de tarefas ou projetos ajuda a desenvolver sua autonomia e motivação intrínseca. Isso também possibilita que os estudantes explorem e explorem suas áreas de interesse e inteligências predominantes. 

Por exemplo: em um projeto sobre história, os alunos poderiam escolher entre escrever um ensaio (inteligência linguística) ou criar um vídeo de apresentação (inteligência visual-espacial).

Integrar as inteligências

A criação de atividades que integram várias inteligências estimula a colaboração entre alunos com diferentes talentos. 

Um projeto de pesquisa científica, por exemplo, poderia envolver a coleta de dados (inteligência lógico-matemática), a criação de modelos visuais (inteligência visual-espacial) e a apresentação dos resultados de forma persuasiva (inteligência interpessoal e linguística).

Promover discussões reflexivas

Incentivar os alunos a refletir sobre como suas habilidades e inteligências individuais contribuem para sua aprendizagem pode ser uma estratégia poderosa. 

Perguntas como “Como sua inteligência musical influencia sua compreensão dos conceitos abstratos?” ou “De que maneira sua inteligência interpessoal contribui para o trabalho em grupo?” ajudam os alunos a se tornarem conscientes de suas fortalezas e a se envolverem ativamente em sua própria aprendizagem.

Incorporar tecnologia de forma estratégica

A tecnologia oferece uma variedade de ferramentas que podem ser personalizadas de acordo com as diferentes inteligências dos alunos. 

Plataformas de aprendizado online podem disponibilizar recursos de áudio e vídeo para alunos com inteligência musical, enquanto aplicativos de design gráfico podem ser usados para estimular a criatividade daqueles com inteligência visual-espacial.

Saiba mais: Os benefícios das ferramentas digitais na educação: como elas podem melhorar o aprendizado e aumentar a eficiência na escola.

Estímulo do potencial humano

Foto de criança estudando em sala de aula.

Além de aplicar as inteligências múltiplas na educação, é possível estimular o desenvolvimento das diferentes habilidades cognitivas dos alunos por meio de atividades extracurriculares, hobbies e interesses pessoais. 

A ideia é que os alunos possam explorar seus talentos e potenciais, mas também se desafiar a aprender coisas novas e sair da zona de conforto. 

Algumas formas de estimular a inteligência múltipla são:

  • Ler livros, revistas, jornais e blogs sobre temas variados e de interesse pessoal;
  • Escrever textos, poesias, contos ou diários sobre as próprias experiências, sentimentos e opiniões;
  • Aprender um novo idioma ou aperfeiçoar o que já sabe, conversando com nativos ou assistindo filmes e séries sem legendas;
  • Resolver quebra-cabeças, jogos de lógica, sudoku ou xadrez, que exigem raciocínio e estratégia;
  • Fazer cursos online ou presenciais sobre assuntos que despertem a curiosidade, como astronomia, fotografia, culinária etc;
  • Praticar um instrumento musical ou cantar em um coral ou karaokê, desenvolvendo o ritmo e a harmonia;
  • Fazer atividades físicas que envolvam coordenação motora e equilíbrio, como yoga, pilates, dança ou ginástica;
  • Participar de grupos de estudo, voluntariado ou trabalho em equipe, que favoreçam a comunicação e a cooperação;
  • Meditar, fazer terapia ou coaching, que ajudem a conhecer e gerenciar as emoções e os objetivos pessoais;
  • Visitar parques, jardins botânicos ou zoológicos, que permitam observar e aprender sobre os seres vivos e o meio ambiente;
  • Refletir sobre questões existenciais, como o sentido da vida, a origem do universo ou a morte, buscando fontes de inspiração na filosofia, na religião ou na arte.

Conclusão

Neste artigo, você aprendeu o que são as inteligências múltiplas, quais são os tipos de inteligência, como elas podem ser aplicadas na educação e como estimular o potencial cognitivo dos alunos. 

A teoria das inteligências múltiplas de Gardner é uma forma de reconhecer e valorizar a diversidade humana, que pode ser desenvolvida ao longo da vida. 

As inteligências múltiplas podem contribuir para uma educação mais personalizada, inclusiva e transformadora, que prepara os alunos para os desafios do século XXI.

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