A metodologia STEM é uma abordagem pedagógica que integra as áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática em atividades interdisciplinares e contextualizadas. O objetivo é estimular o desenvolvimento de habilidades como o pensamento crítico, a criatividade, a colaboração e a resolução de problemas nos estudantes.
Mas como aplicar essa metodologia no dia a dia da sala de aula? Quais são os benefícios dessa abordagem para os alunos e para os professores? Quais são os desafios e as oportunidades que ela oferece?
Neste artigo, vamos responder essas e outras perguntas sobre essa tendência educacional que vem transformando o ensino e a aprendizagem. Acompanhe!
Conforme explicamos inicialmente, a metodologia STEM — Science (Ciências), Technology (Tecnologia), Engineering (Engenharia), Math (Matemática) — é uma abordagem educacional que integra as áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, com o objetivo de desenvolver o pensamento crítico, a criatividade, a resolução de problemas e a colaboração dos estudantes.
Tais competências são consideradas essenciais na atualidade, pois permitem aos alunos enfrentar os desafios e as oportunidades de um mundo cada vez mais complexo e interconectado. Por isso, a metodologia não se limita a ensinar as disciplinas isoladamente, mas busca criar conexões entre elas e aplicá-las em situações reais e significativas.
Assim, os alunos aprendem de forma contextualizada e interdisciplinar, explorando conceitos e fenômenos de diferentes perspectivas e utilizando ferramentas e recursos tecnológicos para investigar, projetar e construir soluções. Além disso, a STEM estimula o trabalho em equipe, a comunicação efetiva e o pensamento ético e sustentável.
Ela pode ser implementada em diferentes níveis de ensino, desde a educação infantil até o ensino superior, adaptando-se às características e aos interesses dos alunos. Existem diversas estratégias para incorporar a metodologia no currículo escolar, como projetos integrados, oficinas temáticas, clubes de ciências, feiras de inovação, entre outras.
O importante é que os alunos sejam protagonistas do seu processo de aprendizagem e que sejam estimulados a explorar o mundo ao seu redor com curiosidade e criatividade.
A metodologia STEM surgiu nos Estados Unidos entre as décadas de 1990 e 2000, como uma iniciativa governamental para incentivar a carreira nas áreas de exatas, diante da falta de profissionais qualificados e do baixo desempenho dos alunos nos sistemas de avaliação nacional.
A National Science Foundation foi a responsável por nomear e difundir a estratégia, que buscava melhorar a aprendizagem e possibilitar estratégias de ensino práticas dentro das escolas estadunidenses.
A ideia surgiu da necessidade de preparar os jovens para os desafios e as oportunidades do século XXI, em um mundo cada vez mais globalizado e competitivo. A metodologia propõe que os conteúdos das diferentes disciplinas sejam ensinados de forma integrada e contextualizada, por meio de projetos que envolvam situações reais e desafios práticos.
Assim, os estudantes podem desenvolver habilidades como o raciocínio lógico, a comunicação, a colaboração e a inovação, além de se interessarem mais pelas carreiras científicas e tecnológicas.
A importância dessa metodologia se dá no preparo dos estudantes para os desafios e oportunidades da vida profissional, incentivando a inovação, a resolução de problemas e a interdisciplinaridade.
Além disso, a STEM contribui para o fortalecimento da educação científica e tecnológica, ampliando o interesse e a participação dos alunos nessas áreas e formando profissionais qualificados para atender às demandas do mercado de trabalho.
No currículo brasileiro, a abordagem STEM pode ser aplicada de diferentes formas, de acordo com a proposta pedagógica de cada escola ou rede de ensino. Uma das possibilidades é utilizar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como referência para planejar projetos que articulem os componentes curriculares de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.
Outra possibilidade é explorar as conexões entre o STEM e outras áreas do conhecimento, como Linguagens e Ciências Humanas, ampliando as possibilidades de aprendizagem dos estudantes. Inclusive, há uma variação dessa abordagem, chamada STEAM, onde o “A” significa a inserção de Artes nesta proposta multidisciplinar.
O STEM também promove a cidadania e a sustentabilidade, ao abordar temas relevantes para a sociedade e o meio ambiente, como energia, saúde, clima e inovação.
Incorporar a STEM nas escolas não é tão complicado quanto parece. Obviamente, é necessário um esforço conjunto de toda a comunidade escolar para que as mudanças sejam efetivas e gerem os resultados desejados no processo de ensino-aprendizagem.
É necessário promover mudanças na didática dos professores e na organização curricular das escolas. Assim, é válido planejar projetos integrados que envolvam as quatro áreas do STEM e que se relacionem com o contexto dos alunos e com questões globais.
Outra possibilidade é a de utilizar recursos tecnológicos como ferramentas de aprendizagem, pesquisa e comunicação, incentivando os alunos a explorar diferentes mídias e plataformas. Em complemento, pode-se criar espaços e materiais adequados para que os alunos possam realizar experimentos, construir protótipos, testar hipóteses e apresentar soluções.
Além disso, é interessante adotar uma avaliação formativa e contínua, que valorize o processo de aprendizagem e o desenvolvimento de competências e habilidades. A instituição pode estabelecer parcerias com outras instituições, como universidades, empresas, museus e ONGs, para ampliar as oportunidades de aprendizagem e troca de experiências.
É necessário que as instituições de ensino invistam na formação continuada dos professores, oferecendo cursos, oficinas, palestras e materiais que os auxiliem a compreender e implementar a metodologia STEM, bem como saber integrar essas áreas em suas práticas pedagógicas.
Infelizmente, muitos docentes não tiveram acesso a uma formação que privilegia a interdisciplinaridade. Mesmo em cursos de pedagogia/licenciatura atuais, não é comum encontrar o STEAM contemplado no currículo. Além disso, no que se refere à tecnologia, a maior parte dos professores não têm base ou conhecimento geral sobre robótica, programação, eletrônica, inteligência artificial e outros.
Desse modo, nessa formação, os professores devem ter acesso a recursos didáticos e tecnológicos que possibilitem o desenvolvimento de atividades STEM com os alunos. Um ótimo exemplo disso é a experimentação e a aprendizagem baseada em projetos — a cultura maker é uma estratégia na implementação dessas práticas, sobretudo nas instituições que já têm o maker em seu currículo.
Isso significa que os professores devem planejar atividades que envolvam a articulação entre as diferentes disciplinas, que permitam aos alunos explorar conceitos e fenômenos por meio de experiências práticas e que desafiem os alunos a resolver problemas reais ou hipotéticos usando os conhecimentos adquiridos.
Em sala de aula, os docentes precisam incentivar o trabalho em equipe, a autonomia e a reflexão dos alunos sobre o processo de aprendizagem.
A educação STEAM pode ser implementada nas escolas mais facilmente com o uso de ferramentas específicas. Afinal, a aprendizagem ocorre quando os alunos são apresentados a problemas ou desafios para resolver, no qual os estudantes aprendem habilidades práticas construindo projetos e vendo como tudo funciona.
Portanto, investir em espaços makers, laboratórios de química, física e outras ciências para experimentação é crucial. Além disso, introduzir jogos educativos e explorar plataformas online pode permitir que os alunos trabalhem de novas maneiras, afastando-se dos cadernos tradicionais.
Uma das formas de aplicar a metodologia STEM na educação é incorporar a robótica no currículo. É uma área que envolve a construção e programação de máquinas capazes de realizar tarefas específicas.
A robótica estimula o raciocínio lógico, a criatividade, a colaboração e a inovação dos alunos, além de possibilitar a conexão entre diferentes disciplinas, como física, matemática, informática e artes. Também permite que os alunos se envolvam em projetos práticos e desafiadores, que podem ter impacto social e ambiental.
Para implementá-la, é preciso contar com recursos materiais e humanos adequados. Os recursos materiais incluem kits de robótica, computadores, softwares e espaços para montagem e teste dos robôs. Os recursos humanos incluem professores capacitados para orientar os alunos e mediadores que possam auxiliar na integração entre as áreas do conhecimento.
Desse modo, é importante definir os objetivos pedagógicos da robótica, os conteúdos a serem trabalhados, as metodologias de ensino e avaliação e as formas de articulação com o currículo escolar.
A metodologia STEM e a robótica no currículo são formas de tornar a educação mais atrativa, significativa e relevante para os alunos, preparando-os para os desafios do futuro. Essas iniciativas requerem um trabalho conjunto entre gestores, professores, alunos e comunidade escolar, além de um investimento em infraestrutura e formação continuada.
O modelo tradicional de ensino, baseado principalmente na memorização de conteúdos, nem sempre tem êxito em fazer os alunos se interessarem pelo tema abordado e alcançarem os objetivos de aprendizagem previstos. A educação STEM, por outro lado, é dinâmica e envolvente, tornando-a adequada para esses alunos. Ela promove o aprendizado em áreas que os alunos podem achar monótonas.
Nesse aspecto, a STEM oferece inúmeros benefícios para a educação, e vamos explorar alguns deles abaixo para ajudá-lo a entender por que vale a pena implementá-la nas salas de aula.
O STEM na educação favorece a aprendizagem e aquisição de conhecimentos interdisciplinares, pois os alunos percebem as conexões entre as diferentes áreas do conhecimento e como elas se aplicam na realidade. Ainda, os docentes podem estimular diversas habilidades nos estudantes, tais como:
Os educadores frequentemente encontram alunos que questionam a praticidade do conhecimento que adquirem nas aulas. No entanto, com a implementação da educação STEM, essas dúvidas são dissipadas, pois os alunos testemunham em primeira mão como o conteúdo que aprendem em sala de aula pode ser aplicado em seu dia a dia.
Essa abordagem promove a aplicabilidade do aprendizado, pois os estudantes são incumbidos de desenvolver soluções práticas por meio dos movimentos Maker e Do It Yourself. Essas iniciativas desafiam os alunos a resolver problemas da vida real construindo objetos tangíveis.
Outro benefício de aplicar o STEM em sala de aula é a melhora na relação entre aluno e professor. Ao invés de transmitir conteúdos de forma unilateral e linear, os professores podem atuar como mediadores e facilitadores do aprendizado, propondo questões, orientando pesquisas, incentivando a experimentação e a reflexão.
Os alunos, por sua vez, podem assumir um papel mais ativo e protagonista na construção do conhecimento, expressando suas ideias, hipóteses e soluções. Dessa forma, o STEM pode promover uma interação mais dinâmica, dialógica e significativa entre aluno e professor, baseada no respeito mútuo, na confiança e na cooperação.
Não é novidade que o mercado de trabalho visa profissionais que se destacam. Portanto, atualmente, não basta ter um diploma acadêmico para conquistar boas oportunidades. Existem inúmeros candidatos qualificados em todos os segmentos, por isso é necessário ter habilidades que atraiam o olhar dos recrutadores.
Nesse aspecto, o currículo do STEM promove o desenvolvimento do aluno para o mercado, já que ele incentiva a solução de problemas de modo efetivo. Nessa abordagem, os estudantes aprendem a se comunicar melhor, a serem mais criativos, bem como ter o pensamento crítico em qualquer área de atuação.
Neste conteúdo, você aprendeu que a metodologia STEM é uma forma de ensinar e aprender que valoriza as competências do século XXI e prepara os estudantes para os desafios da sociedade atual e futura.
Por meio de projetos interdisciplinares e contextualizados, os estudantes desenvolvem habilidades como criatividade, pensamento crítico, resolução de problemas e colaboração, além de se aproximarem das áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática de forma integrada e prática.
Assim, a STEM pode ser aplicada no dia a dia de diferentes formas, desde que se tenha um planejamento adequado e um acompanhamento pedagógico efetivo.
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