Planejamento Escolar: aprenda como fazer e sua importância (Guia 2023)

duas pessoas realizam planejamento escolar em folha e tablet

O planejamento escolar é uma ferramenta essencial para organizar as atividades pedagógicas de uma instituição de ensino. Ele envolve a definição de objetivos, metas, estratégias, recursos e avaliações para cada nível, série, disciplina e projeto educativo. 

Com um plano bem elaborado, a escola é capaz de garantir a qualidade do ensino-aprendizagem, a coerência curricular, a articulação entre as diferentes áreas do conhecimento e o desenvolvimento integral dos estudantes. 

Neste guia, você vai aprender como fazer um planejamento escolar eficiente e qual a sua importância para o sucesso da educação. Continue acompanhando!

O que é planejamento escolar?

Explicamos inicialmente que o planejamento escolar é um processo que envolve a definição de objetivos, metas, estratégias e ações para o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem em uma instituição de educação. 

Ele pode ser realizado em diferentes níveis: institucional, curricular, de área, de disciplina e de aula. 

Esse planejamento é importante para orientar o trabalho dos professores, coordenadores e gestores, bem como para avaliar os resultados alcançados e promover melhorias contínuas. A partir dele, a instituição de ensino consegue proporcionar a participação democrática e o compromisso de todos os envolvidos com a qualidade da educação.

Quais são os objetivos de um planejamento escolar?

professora sorridente com crianças brincando em mesa ao fundo

Suas principais finalidades incluem:

  • Orientar os professores e os gestores na elaboração e na execução do currículo, dos projetos e das atividades educativas;
  • Promover a articulação entre os diferentes níveis e modalidades de ensino, respeitando a diversidade e a especificidade de cada etapa e área de conhecimento;
  • Estabelecer os critérios e os instrumentos de avaliação da aprendizagem dos alunos e da qualidade do trabalho pedagógico;
  • Favorecer a participação da comunidade escolar na definição das metas, dos princípios e dos valores que norteiam a proposta educativa da escola;
  • Contribuir para o desenvolvimento integral dos alunos, formando cidadãos críticos, criativos e comprometidos com a sociedade.

Como deve ser feito o planejamento escolar?

pessoa com lápis a mão faz apontamentos em folha

O planejamento é uma ferramenta essencial para organizar e coordenar as ações educativas de uma escola.

Desse modo, ele deve estar alinhado com a Proposta Pedagógica e o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da instituição, bem como com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para fazer um planejamento escolar eficiente, é importante seguir alguns passos:

  • Reunir professores e coordenadores pedagógicos para dialogar sobre o futuro da escola, respeitando a opinião e o conhecimento de cada um;
  • Analisar a realidade interna e externa da escola, considerando aspectos como infraestrutura, qualificação, resultados, dificuldades, relacionamento com os responsáveis e a comunidade;
  • Estabelecer metas concretas e objetivas para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem, evitando questões subjetivas que podem ser difíceis de gerir;
  • Elaborar o plano de ação, detalhando as atividades que serão desenvolvidas em cada etapa do ano letivo, os recursos necessários, os responsáveis e os prazos;
  • Monitorar e avaliar o planejamento escolar periodicamente, verificando se as metas estão sendo cumpridas e se há necessidade de ajustes ou correções.

A elaboração desse plano é um processo dinâmico e participativo que requer reflexão, diálogo e comprometimento de todos os envolvidos.

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Quais são as características de um bom planejamento? h2

Um planejamento de boa qualidade é aquele que leva em conta as necessidades e os interesses dos alunos, dos professores e da comunidade escolar. Portanto, ele deve ser:

  • flexível: capaz de se adaptar às mudanças e aos imprevistos que podem ocorrer ao longo do ano letivo, sem perder de vista os objetivos e as metas estabelecidos;
  • participativo: envolver todos os segmentos da escola, como gestores, coordenadores, professores, alunos, pais e funcionários. Cada um deve ter voz e vez na elaboração, na execução e na avaliação do planejamento;
  • coerente: estar alinhado com a proposta pedagógica da escola, com os currículos e com as diretrizes educacionais. O planejamento deve respeitar a diversidade e a singularidade dos sujeitos envolvidos no processo educativo;
  • avaliativo: prever momentos de reflexão e de análise dos resultados alcançados, dos desafios enfrentados e das possibilidades de melhoria. O planejamento deve ser revisado e reajustado periodicamente, de acordo com os dados e as evidências coletadas.

Quais são as 3 etapas do planejamento escolar?

duas mulheres conversam em escola

Um planejamento eficiente costuma ser desenvolvido seguindo 3 etapas distintas: o planejamento do curso, o planejamento da unidade e o planejamento de aula. Confira mais detalhes de cada estágio abaixo.

1. Planejamento do curso

Refere-se à definição dos conteúdos, das metodologias, dos recursos e das avaliações que serão utilizados em cada disciplina. Da mesma forma que o plano como um todo, essa etapa deve estar alinhada com a PPP da escola e com a BNCC. 

As etapas do planejamento do curso podem variar de acordo com a realidade de cada escola, mas geralmente envolvem os seguintes passos:

  • Definir os objetivos do curso: quais as expectativas em termos de aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes ao longo do curso? Quais são as competências e habilidades previstas na BNCC para o segmento e a área do conhecimento?
  • Selecionar os conteúdos programáticos: o que será ensinado aos estudantes? Quais são os temas, os conceitos, as habilidades e as atitudes que serão abordados no curso? Como os conteúdos serão organizados e sequenciados?
  • Escolher as metodologias de ensino: como será ensinado e quais recursos mobilizados durante o processo de ensino? Quais são as estratégias, as técnicas, as atividades e os recursos didáticos que serão utilizados para facilitar a aprendizagem? Como se vai integrar as diferentes modalidades de ensino (presencial, híbrido ou remoto)?
  • Planejar as avaliações: como será feito o acompanhamento da aprendizagem dos estudantes? Quais são os critérios, os instrumentos e os momentos de avaliação? Como será conduzido o feedback aos estudantes e aos pais ou responsáveis? Como os resultados das avaliações serão utilizados para replanejar o curso?

Esse é um documento dinâmico e flexível, que deve ser revisado e ajustado ao longo do ano letivo, de acordo com o acompanhamento da aprendizagem dos estudantes e as demandas da escola.

2. Planejamento da unidade

No planejamento da unidade, ocorre a organização dos conteúdos, metodologias, recursos e avaliações de uma determinada unidade didática ou tema gerador. Para elaborá-lo, é necessário considerar os seguintes aspectos:

  • Articulação com o PPP da escola e com os currículos oficiais;
  • Adequação aos interesses, necessidades e características dos alunos e do contexto sociocultural;
  • Seleção e a sequência dos conteúdos de forma significativa, interdisciplinar e integrada.
  • Definição dos objetivos de aprendizagem, expressando as competências e habilidades que se pretende desenvolver nos alunos;
  • Escolha das metodologias de ensino, privilegiando as que favorecem a participação ativa, a cooperação, a pesquisa, a problematização e a criatividade dos alunos;
  • Seleção e o uso dos recursos didáticos, como livros, materiais concretos, tecnologias digitais, entre outros, que auxiliem na construção do conhecimento;
  • Elaboração e a aplicação dos instrumentos de avaliação, que devem ser diversificados, contínuos e formativos, visando verificar o alcance dos objetivos e orientar as intervenções pedagógicas necessárias.

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3. Planejamento de aula

Na terceira etapa do planejamento escolar, temos o planejamento de aula, que é uma especificação do plano de ensino para cada aula ou conjunto de aulas. O plano de aula deve conter as seguintes etapas:

  • Tema abordado: o assunto, o conteúdo a ser trabalhado;
  • Justificativa: o motivo de trabalhar determinado assunto;
  • Objetivos: aquilo é esperado em termos de aprendizagem dos alunos com a aula;
  • Metodologia: como será ensinado e quais recursos serão utilizados para ensinar;
  • Recursos: quais materiais serão utilizados na aula;
  • Avaliação: quais as estratégias e os instrumentos de avaliação para acompanhar a aprendizagem dos alunos.

São essas 3 etapas que compõem um planejamento escolar de qualidade, que auxilia na organização da ação dos professores, visando tornar a aprendizagem mais engajadora para os alunos. Em suma, um planejamento de ensino precisa ter a seguinte estrutura:

  • Conhecimento da realidade: diagnóstico da situação dos alunos, da escola e do contexto social, para identificar as demandas, os interesses e as dificuldades de aprendizagem;
  • Elaboração do plano: definição dos objetivos gerais e específicos, a justificativa, os conteúdos programáticos, as metodologias de ensino, os recursos didáticos, o tempo e o espaço das aulas e os critérios de avaliação pedagógica;
  • Execução do plano: colocar em prática o que foi planejado, seguindo as orientações metodológicas e didáticas, e utilizando os recursos disponíveis. Nessa etapa, o professor deve estar atento ao feedback dos alunos e às possíveis adaptações que se façam necessárias;
  • Avaliação e aperfeiçoamento do plano: verificar se os objetivos foram alcançados, se os conteúdos foram assimilados, se as metodologias foram adequadas e se os recursos foram eficientes. É preciso fazer uma análise crítica do seu trabalho e dos resultados obtidos, buscando identificar os pontos fortes e fracos do plano e as possibilidades de melhoria.

Qual a importância do planejamento na educação básica?

O planejamento escolar é uma ferramenta essencial para garantir a qualidade da educação básica. Por meio dele, a escola consegue organizar as ações educativas de forma coerente, articulada e eficiente, levando em conta as necessidades e expectativas dos alunos, as diretrizes curriculares nacionais, os recursos disponíveis e os desafios do contexto social.

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Conforme já evidenciamos neste guia, esse planejamento deve ser participativo, envolvendo todos os segmentos da comunidade escolar: docentes, discentes, funcionários, pais e representantes da sociedade civil. Dessa forma, ele se torna um instrumento de democratização da gestão escolar e de fortalecimento do PPP escolar. 

A importância do planejamento escolar na educação básica se reflete nos benefícios que ele proporciona para o ensino e a aprendizagem. O planejamento escolar contribui para:

  • Definição clara dos objetivos de aprendizagem esperados para cada ano, série ou ciclo;
  • Estabelecimento de critérios claros e transparentes de avaliação da aprendizagem;
  • Seleção dos conteúdos mais relevantes e significativos para os alunos;
  • Escolha das metodologias mais adequadas e diversificadas para cada conteúdo;
  • Integração das diferentes áreas do conhecimento e promoção da interdisciplinaridade;
  • Desenvolvimento das competências e habilidades dos alunos para o século XXI;
  • Respeito à diversidade cultural, étnica, social e individual dos alunos;
  • Promoção da participação ativa dos alunos no processo educativo;
  • Estímulo da criatividade, da autonomia, da cooperação e do senso crítico dos alunos;
  • Favorecimento da formação integral dos alunos como cidadãos éticos, responsáveis e solidários.

Quando começar o planejamento escolar do próximo ano letivo? 

mulher faz leitura de texto para crianças

Não há um momento ideal único para começar o planejamento, pois cada escola tem sua própria realidade e necessidades. No entanto, alguns fatores podem ajudar a definir a melhor ocasião para começar sua elaboração:

  • Calendário escolar: é importante considerar as datas de início e término do ano letivo, os feriados, as férias, os recessos e as avaliações externas. Esses elementos podem influenciar na distribuição das horas-aula, na definição dos objetivos de aprendizagem e na elaboração das atividades;
  • Diagnóstico da situação atual: antes de planejar o futuro, é preciso avaliar o presente. Isso envolve analisar os resultados obtidos pelos alunos, os desafios enfrentados pelos professores, as demandas da comunidade escolar e as condições da infraestrutura. Essas informações podem ajudar a identificar as prioridades, as metas e as estratégias para o próximo ano;
  • Participação dos envolvidos: o planejamento escolar não deve ser uma tarefa exclusiva da gestão, mas sim um processo coletivo e democrático. Por isso, é fundamental envolver os professores, os funcionários, os alunos e os pais na construção do projeto pedagógico da escola. Essa participação pode ocorrer por meio de reuniões, assembleias, conselhos, pesquisas ou outras formas de comunicação;
  • Antecedência necessária: o planejamento escolar não deve ser feito às pressas, mas com tempo suficiente para que seja bem elaborado e executado. Além disso, é preciso considerar o tempo necessário para divulgar o planejamento para toda a comunidade escolar e para realizar eventuais ajustes ou correções. Uma sugestão é começar o planejamento no segundo semestre do ano anterior ao ano letivo que se pretende planejar.

Considerando esses fatores, podemos dizer que, na realidade, o que existe é um período adequado, que varia de acordo com cada contexto. O importante é que o planejamento seja feito com qualidade, participação e compromisso de todos os envolvidos.

Conclusão

Como você pode ver neste guia, o planejamento escolar é uma ferramenta essencial para organizar as atividades pedagógicas, definir os objetivos e as estratégias de ensino e avaliação, e acompanhar o desenvolvimento dos alunos. 

Ele deve ser elaborado de forma participativa, envolvendo todos os profissionais da escola e considerando as necessidades e as características da comunidade escolar. Além disso, precisa ser flexível e revisado periodicamente, para se adaptar às mudanças e aos desafios do contexto educacional. Assim, ele contribui para a melhoria da qualidade da educação e para a formação integral dos estudantes.

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