3 ideias práticas de experiências de aprendizagem para explorar no ensino remoto

3 ideias práticas de experiências de aprendizagem para explorar no ensino remoto

Experiência de aprendizagem é certamente um dos termos que mais veremos num futuro próximo, especialmente com a retomada das discussões envoltas na aplicação ideal da BNCC através do desenvolvimento de competências e habilidades, bem como à aderência a novos métodos, que envolvam a experimentação, a criação e, consequentemente, o protagonismo dos estudantes nesse processo.
Nesse percurso, tem ganhado espaço a teoria de David Ausubel, ainda pouco estudada e explorada nos cursos de licenciatura e pedagogia: a aprendizagem significativa. Como construir, nesse sentido, experiências de aprendizagem que não se baseiam apenas na transferência de informações? Como fica o papel do educador num cenário de constantes mudanças na educação? Como desenvolver habilidades e competências? E mais desafiador ainda, como fazer tudo isso num modelo remoto?
Primeiro, precisamos estar alinhados em um ponto fundamental: experiências de aprendizagem. Perceba que o foco não está na experiência de ensino. O nosso olhar se volta para como os estudantes aprenderão, como construirão esse aprendizado. E quando falamos de experiências, estamos falando de experimentação, de criação, de teste, de verificação, de reflexão, de momentos de aprendizagem que envolvam práticas multissensoriais, que atendam aos diversos estilos de aprendizagem, que sejam desafiadoras, mas também, motivadoras, instigantes.
A sequência didática da construção e planejamento das diversas etapas é papo para outro artigo, aqui, vamos focar na construção de desafios e atividades que podem ser feitas em diversos formatos de aula, aproveitando sempre recursos simples e baseados na BNCC.
Complicado? Na teoria, pode parecer. Mas se olharmos a riqueza de possibilidades que temos, pensando juntos, simplificamos. Vamos lá?

  • Produção de videominuto: uma ótima oportunidade para desenvolver a comunicação, a criatividade, a capacidade de síntese, a elaboração de roteiros, a produção colaborativa e a experiência autoral. Videominuto é uma das práticas que aparecem na BNCC, especialmente na área de linguagens, mas pode ser explorada em todas as áreas, propiciando produções que envolvam temáticas diversas.

Exercício: Que temática trabalharei em breve, que me possibilita utilizar esse recurso como um desafio instigante aos meus estudantes?

  •  Produção de podcast: nós já vimos por aqui uma ferramenta muito simples e online para criar podcasts com o celular ou computador, o site: https://vocaroo.com. Que tal passar esse desafio aos estudantes, para que contem histórias, realizem entrevistas breves com familiares, produzam um curto programa de rádio fictícia, criem um roteiro focado em informações científicas, identificação de fake news ou trazendo fatos curiosos ou biográficos sobre um ícone?

Exercício: Como posso aproveitar a produção de podcasts com meus estudantes, levando em consideração as temáticas a serem trabalhadas e a idade deles?

  • Exercícios que envolvam produtos que os estudantes têm em casa: a experiência de explorar um conteúdo através de produtos, embalagens, objetos que se tem em casa torna-se muito mais significativa que ver uma ilustração estática. Que tal explorar elementos químicos de um produto de limpeza? Ou a tabela nutricional de na embalagem de um alimento? E se explorarmos a história de uma civilização antiga iniciando um debate sobre a história da nossa própria família? E se trabalharmos as formas geométricas a partir de objetos que temos em casa?

Exercício: realize uma lista dos seus próximos conteúdos e temáticas e pense em formas de explorá-lo a partir de objetos que os estudantes tenham em casa. Os objetos não precisam estar inteiramente interligados ao conteúdo, mas podem se tornar um ponto de levantamento de ideias, discussões e reflexões para entrar no tema, por exemplo.
Ponto de atenção: ao final de cada processo de criação ou discussão, explorar com os estudantes o que aprenderam no processo, como conectaram os pontos, no que erraram e o que aprenderam com tal experiência.
Ideias são compartilhadas para que você, educador, adapte à sua realidade, aos seus objetivos pedagógicos e podem ser transformadas em outras ideias, que caibam ao seu público e formato de aulas adotado. Desejo que essas ideias se multipliquem em outras ideias simples, mas efetivas na construção do conhecimento nesse momento desafiador.
Seguimos juntos!


Professora Emilly Fidelix

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5 temáticas para você trabalhar a competência geral 5: cultura digital

5 temáticas para você trabalhar a competência geral 5: cultura digital

Olá, educadores! Hoje o nosso papo envolverá uma temática que está em alta nos últimos anos: tecnologias digitais. Esse tema, que até alguns anos atrás era pouco discutido no cenário educacional brasileiro, salvo algumas exceções, cresceu timidamente e despontou com a Base Nacional Comum Curricular, quando nos deparamos com uma das competências gerais: Cultura digital.

 

Nesse sentido, a BNCC está trazendo para o debate, a importância de aderirmos a essas ferramentas como recursos pedagógicos, mas também como fonte de análise, de reflexão, de pensamento crítico, não apenas para consumir, mas para criar. Veja o que o documento nos diz:

 

“a cultura digital tem promovido mudanças sociais significativas nas sociedades contemporâneas. Em decorrência do avanço e da multiplicação das tecnologias de informação e comunicação e do crescente acesso a elas pela maior disponibilidade de computadores, telefones celulares, tablets e afins, os estudantes estão dinamicamente inseridos nessa cultura, não somente como consumidores. Os jovens têm se engajado cada vez mais como protagonistas da cultura digital, envolvendo-se diretamente em novas formas de interação multimidiática e multimodal e de atuação social em rede, que se realizam de modo cada vez mais ágil” (BNCC, p. 61).

 

Sobre essa competência, a BNCC nos diz que é preciso:

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (p. 9).

 
 

Por isso, uma formação que envolva a temática de forma crítica, significativa, reflexiva e ética se faz necessária: não basta o uso pelo uso, mas o uso ético, responsável e seguro. A partir disso, sugiro que você faça num caderno ou recurso digital, um exercício de brainstorming para construir ideias e possibilidades sobre como você pode trabalhar a competência geral 5 da BNCC com os seus estudantes. Para isso, dividi a competência em 5 temáticas-pilares, que você pode mudar de acordo com o seu componente curricular e/ou planejamento. Vamos lá?

 
 

Pense sempre em formas de adaptar ao seu contexto, partindo de temáticas que facilmente se encaixam nas discussões, como fake news nas ciências, por exemplo, envolvendo vacinas. Outra forma sobre como refletir sobre o impacto das redes sociais em língua portuguesa, por exemplo, seria trabalhar a partir de crônicas, as sensações que os estudantes já tiveram a partir da comparação, a dita vida perfeita, o medo do julgamento do outro ou mesmo discussões envolvendo ansiedade e depressão com os jovens.

Também é importante pensarmos no uso de recursos digitais para que os estudantes criem a partir da colaboração, do senso crítico e explorem diferentes plataformas que lhes permitam diversas formas de se expressar: a partir do desenho, do texto, da história em quadrinhos, dos memes, de podcasts.

Os caminhos são muitos. É interessante que cada educador estude a BNCC e, especialmente o que o documento propõe a cada componente curricular, para que então, analise as possibilidades e as inclua, pouco a pouco, à sua prática pedagógica.

 

Boa jornada, educadores! Um grande abraço digital!

Prof. Emilly Fidelix | @seligaprof

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Educação Socioemocional

A Aprendizagem socioemocional está cada mais presente no ambiente escolar. Nem sempre construída de forma efetiva, mas já reconhecida como um critério fundamental e com impacto direto do desempenho acadêmico dos alunos. Inúmeros são os benefícios da Educação Socioemocional, o mais expressivo com certeza é a melhoria nos índices acadêmicos como afirmam diferentes pesquisas. Outro dado relevante é o desenvolvimento do autocontrole, necessário em uma época onde os noticiários nos mostram o crescimento da violência dos alunos em relação aos educadores. Além de mostrar a redução do conflito entre os alunos e sua interferência na qualidade de vida e saúde mental de todos no ambiente escolar. Porém, existe um fator a longo prazo ainda pouco discutido: o impacto das competências socioemocionais do desenvolvimento econômico. Quer saber mais, a autora Tonia Casarin nos ajuda nessa missão!

O estudo e aplicação do desenvolvimento das competências socioemocionais nas escolas é decorrente de pesquisas acadêmicas em diversas áreas do conhecimento: pedagogia, andragogia, neurociência, psicologia, educação, economia e outras ciências. Além disso, experiências atuais demonstram melhores resultados acadêmicos e sociais para crianças cujas competências socioemocionais foram mais bem desenvolvidas. Obviamente, as competências cognitivas e acadêmicas continuar sendo o cerne da educação, que passa a incorporar, de forma intencional aspectos socioemocionais na educação de alunos.  Um exemplo ocorre quando alunos desenvolvem competências socioemocionais, eles são mais motivados a participar da vida escolar e mais comprometidos.
Como outros resultados desses estudos e experiências, temos conclusões que apontam que o trabalho com as essas competências contribui para a redução do abandono escolar e para a melhoria do desempenho acadêmico, e ainda ressalta a escola como um espaço seguro para estimular o desenvolvimento socioemocional dos alunos, tornando-a central no papel de formação integral dos seus alunos. Conforme o CASEL (The Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning), a aprendizagem de habilidades socioemocionais é uma das estratégias mais significativas para promover sucesso acadêmico e reformas escolares eficazes.
Dados mostram que a aprendizagem socioemocional melhora resultados acadêmicos, ajuda alunos a desenvolver autocontrole, melhora as relações da escola com a comunidade, reduz os conflitos entre os alunos e o bullying, ajuda os professores a manter o controle da sala de aula e ajuda os jovens a serem mais saudáveis e bem sucedidos na escola e na vida.

Dentre algumas implicações de pesquisas, uma das mais interessantes sobre crianças que participam de programas de aprendizagem socioemocional em escolas, são os estudos longitudinais, aqueles que acompanham as crianças por longo período de tempo. Esses estudos comprovam impactos em todos os anos escolares, contextos sociais e tipos de escolas.
Os resultados mostram que 23% dos alunos apresentam de melhoria em habilidades socioemocionais, 9% de melhoria em atitudes frente a escola, família e outras pessoas de seu convívio, 9% de melhoria em comportamento social e 11% melhoria em testes acadêmicos. Esses benefícios são  acompanhados de 9% a menos de problemas de comportamento, e 10% de redução em distúrbios emocionais. Além disso, os pesquisadores identificaram a redução de fatores de risco em várias áreas da vida de uma criança, envolvimento em problemas como violência, delinquência, abuso de substâncias químicas ou a reprovação escolar.
Um recente estudo de 2015 da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) faz um panorama entre dezoito países sobre o impacto das competências socioemocionais do desenvolvimento econômico de diferentes populações. As correlações indicam que, em todos os países, habilidades socioemocionais se relacionam com níveis de  renda e desemprego, graduação, obesidade, depressão, problemas de comportamento e conduta, bullying, comportamentos vitimizantes, além de indicadores de qualidades de vida e saúde física.Como outros resultados desses estudos e experiências, temos conclusões que apontam que o trabalho com as essas competências contribui para a redução do abandono escolar e para a melhoria do desempenho acadêmico, e ainda ressalta a escola como um espaço seguro para estimular o desenvolvimento socioemocional dos alunos, tornando-a central no papel de formação integral dos seus alunos. Conforme o CASEL (The Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning), a aprendizagem de habilidades socioemocionais é uma das estratégias mais significativas para promover sucesso acadêmico e reformas escolares eficazes.
Dados mostram que a aprendizagem socioemocional melhora resultados acadêmicos, ajuda alunos a desenvolver autocontrole, melhora as relações da escola com a comunidade, reduz os conflitos entre os alunos e o bullying, ajuda os professores a manter o controle da sala de aula e ajuda os jovens a serem mais saudáveis e bem sucedidos na escola e na vida.

Outra argumentação relevante é o estudo da área da economia. Ele mostra que o impacto econômico longitudinal indica, em média, uma economia de 11 dólares para cada um dólar investido em educação e aprendizagem socioemocional na infância e na adolescência.
Portanto, a importância de aumentar a capacidade dos alunos no longo prazo de lidar com diversas situações e protegê-los de riscos é central no desenho de um programa de habilidades para a vida. Não somente esses indivíduos irão colher os resultados para sua vida, como o país será beneficiado como um todo, como indicam os estudos.

Eu sou Tonia Casarin, mestre em Educação pelo Teachers College Columbia University (NY). Escrevo neste espaço quinzenalmente sobre educação socioemocional e educação integral, assunto fundamental na pauta das escolas e das famílias.

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O estudo e aplicação do desenvolvimento das competências socioemocionais nas escolas é decorrente de pesquisas acadêmicas em diversas áreas do conhecimento: pedagogia, andragogia, neurociência, psicologia, educação, economia e outras ciências. Além disso, experiências atuais demonstram melhores resultados acadêmicos e sociais para crianças cujas competências socioemocionais foram mais bem desenvolvidas. Obviamente, as competências cognitivas e acadêmicas continuar sendo o cerne da educação, que passa a incorporar, de forma intencional aspectos socioemocionais na educação de alunos.  Um exemplo ocorre quando alunos desenvolvem competências socioemocionais, eles são mais motivados a participar da vida escolar e mais comprometidos.
Como outros resultados desses estudos e experiências, temos conclusões que apontam que o trabalho com as essas competências contribui para a redução do abandono escolar e para a melhoria do desempenho acadêmico, e ainda ressalta a escola como um espaço seguro para estimular o desenvolvimento socioemocional dos alunos, tornando-a central no papel de formação integral dos seus alunos. Conforme o CASEL (The Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning), a aprendizagem de habilidades socioemocionais é uma das estratégias mais significativas para promover sucesso acadêmico e reformas escolares eficazes.
Dados mostram que a aprendizagem socioemocional melhora resultados acadêmicos, ajuda alunos a desenvolver autocontrole, melhora as relações da escola com a comunidade, reduz os conflitos entre os alunos e o bullying, ajuda os professores a manter o controle da sala de aula e ajuda os jovens a serem mais saudáveis e bem sucedidos na escola e na vida.

Dentre algumas implicações de pesquisas, uma das mais interessantes sobre crianças que participam de programas de aprendizagem socioemocional em escolas, são os estudos longitudinais, aqueles que acompanham as crianças por longo período de tempo. Esses estudos comprovam impactos em todos os anos escolares, contextos sociais e tipos de escolas.
Os resultados mostram que 23% dos alunos apresentam de melhoria em habilidades socioemocionais, 9% de melhoria em atitudes frente a escola, família e outras pessoas de seu convívio, 9% de melhoria em comportamento social e 11% melhoria em testes acadêmicos. Esses benefícios são  acompanhados de 9% a menos de problemas de comportamento, e 10% de redução em distúrbios emocionais. Além disso, os pesquisadores identificaram a redução de fatores de risco em várias áreas da vida de uma criança, envolvimento em problemas como violência, delinquência, abuso de substâncias químicas ou a reprovação escolar.
Um recente estudo de 2015 da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) faz um panorama entre dezoito países sobre o impacto das competências socioemocionais do desenvolvimento econômico de diferentes populações. As correlações indicam que, em todos os países, habilidades socioemocionais se relacionam com níveis de  renda e desemprego, graduação, obesidade, depressão, problemas de comportamento e conduta, bullying, comportamentos vitimizantes, além de indicadores de qualidades de vida e saúde física.Como outros resultados desses estudos e experiências, temos conclusões que apontam que o trabalho com as essas competências contribui para a redução do abandono escolar e para a melhoria do desempenho acadêmico, e ainda ressalta a escola como um espaço seguro para estimular o desenvolvimento socioemocional dos alunos, tornando-a central no papel de formação integral dos seus alunos. Conforme o CASEL (The Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning), a aprendizagem de habilidades socioemocionais é uma das estratégias mais significativas para promover sucesso acadêmico e reformas escolares eficazes.
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Portanto, a importância de aumentar a capacidade dos alunos no longo prazo de lidar com diversas situações e protegê-los de riscos é central no desenho de um programa de habilidades para a vida. Não somente esses indivíduos irão colher os resultados para sua vida, como o país será beneficiado como um todo, como indicam os estudos.

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Edição 18 da Educatrix disponível para download!

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Para esta edição, convidamos, você, educador, a participar de um mergulho profundo no tema Projeto de vida. Para nos ajudar nesta missão, convidamos especialistas que embarcaram conosco em busca por respostas sobre como colaborar com a formação dos alunos, sem esquecer da construção dos projetos dos próprios professores.

Esperamos que vocês encontrem ferramentas para que essa grande jornada de conhecimento, se reverbere em ações para aplicarmos em nossas salas de aulas, em nossas comunidades escolares e que, acima de tudo, sigamos construindo, juntos, cada vez mais, uma educação para a vida.

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10 passos para montar um plano de contingência

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O que você deve considerar na hora de estruturar aulas on-line e à distância para a educação básica. O anúncio da suspensão das aulas por conta da pandemia do coronavírus (COVID-19) deixa toda a sociedade preocupada em relação ao futuro dos nossos estudantes e, claro, em relação aos prejuízos de aprendizagem. Mais rápido do que imaginávamos, gestores públicos, organizações da sociedade civil e comunidade de profissionais em educação trouxeram a primeira resposta ao fechamento das escolas: o uso das tecnologias digitais. A velocidade em propor que a tecnologia nos ajude em cenários de fechamento de escolas tem a ver, também, com a experiência de outros países onde a pandemia chegou primeiro, ainda como epidemia, como China, Itália e Coreia do Sul. Eu não agi de forma diferente e a primeira coisa que comecei a fazer foi colecionar links de referência com recomendações, relatos de experiências e análises dos impactos da educação online em inglês, português e espanhol. As redes profissionais das quais faço parte também foram importantes para apoiar a construção de algo inédito para a grande maioria de todos nós: planos de educação online e à distância para educação básica. Compartilho aqui 10 passos que estamos construindo juntos para lidar com esta situação tão delicada:

Atenção às políticas públicas e anúncios oficiais

Por mais que campanhas de autoisolamento estejam sendo amplamente disseminadas e recomendadas como ação de responsabilidade individual, a decisão de fechamento de escolas passa, necessariamente, pelo poder público. Redes estaduais e municipais estão divulgando regularmente suas medidas e precisamos ficar atentos às diretrizes diariamente. Um ponto importante a ser observado é se as diretrizes de fechamento vêm acompanhadas de clareza sobre a formalidade do cumprimento dos dias letivos. Esta definição é de suma importância para desenhar nossos planos, pois a obrigatoriedade do cumprimento de dias letivos utilizando tecnologias é muito diferente de manter os estudantes ativos e abastecidos de recomendações de atividades que podem ser realizadas online em período de férias, por exemplo.

Um plano de contingência é um plano mesmo

 

Mesmo um cenário de tanta volatilidade e mudança rápida de decisões não nos desobriga de ter um plano. Sair fazendo coisas sem minimamente pensar, refletir e pactuar com o máximo possível de representantes da comunidade escolar é atropelar as pessoas, processos e causar transtornos maiores do que podemos imaginar. Não teremos um mês para fazer um plano, talvez tenhamos um dia, no máximo uma semana, mas precisamos dele.

Comece já. Em se tratando de plano de tecnologia na educação, o modelo com o qual mais identifico é o do CIEB (Centro de Inovação para Educação Brasileira). O conceito das quatro dimensões nos ajuda a organizar a implementação de planos de tecnologia em quatro frentes concomitantes e integradas: visão, competências, recursos educacionais digitais e infraestrutura (saiba mais sobre elas no Guia Tecnologia na Educação do Porvir). Ao entender esses quatro elementos você terá um panorama do que seja possível fazer

Não é só fazer aulas remotas de casa

 
 

A experiência escolar é algo insubstituível. Talvez seja uma das experiências humanas mais sociais. Fechar escolas e desenhar plano de atividades para crianças e professores à distância é, portanto, algo completamente diferente de planejar atividades escolares presenciais. Sendo assim, seja modesto, por mais que cada dimensão esteja super bem atendida. Comece pequeno e teste antes se a escola ainda estiver aberta. Se o seu turno escolar é de quatro horas, por exemplo, não tente ficar conectado pelo mesmo tempo de forma ininterrupta como na escola. Programe uma atividade por dia com bastante intencionalidade, deixe as regras claras e vá aumentando a carga horária gradativamente conforme perceber o amadurecimento da turma.

Não podemos deixar ninguém para trás

Uma das principais preocupações em torno de aulas online tem a ver com equidade e qualidade. Mais uma vez o episódio do coronavírus escancara nossa colossal desigualdade social. Já sabemos que muitas escolas terão muito mais condições de suportar experiências digitais do que outras, mas nem por isso não podemos pensar em estratégias para tentar diminuir diferenças. Verifique se todos os professores têm dispositivos para utilizar em casa, caso contrário, é possível que a escola empreste os equipamentos? E no caso dos estudantes, é possível que eles levem os equipamentos da escola para casa em regime de empréstimo?

Estabeleça parceria com as famílias

É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança. Quem nunca ouviu essa expressão? Educação não é dever só da escola. Famílias e outras instituições precisam se comprometer nesse processo. Os responsáveis pelas crianças serão pessoas fundamentais nesse processo, por isso será necessário envolvê-los desde o começo. Comece atualizando os contatos de pais e responsáveis. Nesse cenário, será essencial manter uma comunicação clara, transparente e ágil com os responsáveis. Se possível, faça uma pesquisa com as famílias e mapeie endereços, telefones, e-mails, contatos de mensagens instantâneas. Em seguida, comunique seu plano antes de começar. Tente envolver as famílias nas rotinas estabelecidas no plano e pactuar com eles quais delas poderão contar com a participação das famílias para serem cumpridas.

Cuide das especificidades de cada segmento e necessidade

Tecnologia não funciona da mesma forma para todas as faixas etárias. Não faz sentido aulas online para educação infantil, assim como também jovens de ensino médio não precisam de acompanhamento das famílias para realizar atividades online. Utilize tecnologia de acordo com cada segmento para fortalecer o trabalho pedagógico de acordo com as necessidades de desenvolvimento de cada idade. Também não podemos esquecer da inclusão de estudantes com qualquer tipo de deficiência física ou intelectual.

Segurança de todos

Desde que começamos a falar de uso de tecnologias na educação, a questão da segurança digital vem sendo levantada como uma das partes mais esquecidas no contexto de integração. Em um cenário de uso de tecnologias digitais para aprendizagem em casa, nossa atenção deve se redobrar. Há que se observar questões como: tempo de exposição à tela, navegação assistida, requisitos de privacidade e proteção de dados.

Saúde mental de professores e gestores

Uma das grandes questões atuais em educação diz respeito à saúde emocional dos educadores e profissionais de educação. Assim como precisamos cuidar da saúde emocional das crianças, vamos precisar cuidar muito bem de professores e gestores nesse período. Há relatos de extrema exaustão entre os profissionais de outros países que passaram por este período de rápida adaptação. Uma dica importante é não exigir que professores estejam conectados por muito tempo ou com grande parte de atividades síncronas, nem para atividades profissionais e nem em navegação especulativa. É preciso estabelecer horários de atendimentos e respeitá-los. Os professores não podem ficar à disposição de estudantes o tempo todo.

Em tempos de crise, ficamos com fome de novas notícias e atualizações. Recebemos uma enxurrada de notícias e informações e precisamos de muito cuidado para checar se não estamos fazendo parte de uma onda de desinformação. Uma orientação importante é fazer uma navegação com roteiro e outra que priorize a família, a ciência e a arte. Estabeleça um roteiro e não se perca no oceano da internet. Se quiser saber notícias de entes queridos, vá direto às mensagens pessoais. Para se manter informado, vá direto nos canais oficiais como sites e aplicativos de jornais respeitados e do aplicativo criado pelo Ministério da Saúde. Alimente-se com arte e poesia, leia livros que estavam na sua lista, visite museus virtuais, ouça suas músicas preferidas e invista tempo em atividades que exigem aprofundamento como, por exemplo, meditar e escrever um diário. Como o plano de fechamento é generalizado, será possível que, além das rotinas escolares, você também esteja responsável por familiares, portanto, é importante se cuidar.

Por fim, crie uma rotina de cuidado compartilhado. Faça conferências regulares e coloque o assunto da saúde emocional na pauta para falar sobre como está sendo o processo para todos os envolvidos.

Precisamos falar sobre a morte

Parte da série de conteúdos que foram publicados sobre o tema tem a ver com a própria abordagem educativa em torno da pandemia e suas causas, incluindo as mortes. É possível que percamos familiares, sobretudo, pessoas idosas que estão sendo as mais atingidas nesse momento. Como lidar com essa faceta da crise com os estudantes? E se durante esse processo algum familiar dos estudantes vier a falecer? Como incluir esse assunto nas atividades online?

Por uma pedagogia da contingência

Não teremos controle do nosso plano, vamos iniciar, trabalhar, testar, refinar e recomeçar. Indiscutivelmente teremos perdas. É bom começar com essa noção, que ao meu ver, não é pessimista. Uma estratégia importante dessa atuação pedagógica, talvez seja a do registro e da documentação. Um dos recursos mais importantes da tecnologia para a educação, talvez seja a potência de criar registros que nos serão importantes para transformar esta fase difícil em narrativas de vidas, em histórias de enfrentamentos e em sistematizações de algo que nunca fizemos antes e que resultarão em aprendizados importantes para o futuro da educação. Os registros são estratégias importantes para os estudantes também, portanto encoraje que esta seja uma tarefa regular e sistemática. Será importante para retomar o fio da meada quando as aulas recomeçarem. Começar sabendo que coisas podem dar errado nos retira a obrigação de acertar em tudo e nos abre um campo humano seguro para fazer o melhor que podemos exatamente onde estamos, com o que somos, com o que temos e com o que podemos. Vamos em frente.

Comece já. Em se tratando de plano de tecnologia na educação, o modelo com o qual mais identifico é o do CIEB (Centro de Inovação para Educação Brasileira). O conceito das quatro dimensões nos ajuda a organizar a implementação de planos de tecnologia em quatro frentes concomitantes e integradas: visão, competências, recursos educacionais digitais e infraestrutura (saiba mais sobre elas no Guia Tecnologia na Educação do Porvir). Ao entender esses quatro elementos você terá um panorama do que seja possível fazer

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10 passos para montar um plano de contingência

O que você deve considerar na hora de estruturar aulas on-line e à distância para a educação básica. O anúncio da suspensão das aulas por conta da pandemia do coronavírus (COVID-19) deixa toda a sociedade preocupada em relação ao futuro dos nossos estudantes e, claro, em relação aos prejuízos de aprendizagem. Mais rápido do que imaginávamos, gestores públicos, organizações da sociedade civil e comunidade de profissionais em educação trouxeram a primeira resposta ao fechamento das escolas: o uso das tecnologias digitais. A velocidade em propor que a tecnologia nos ajude em cenários de fechamento de escolas tem a ver, também, com a experiência de outros países onde a pandemia chegou primeiro, ainda como epidemia, como China, Itália e Coreia do Sul. Eu não agi de forma diferente e a primeira coisa que comecei a fazer foi colecionar links de referência com recomendações, relatos de experiências e análises dos impactos da educação online em inglês, português e espanhol. As redes profissionais das quais faço parte também foram importantes para apoiar a construção de algo inédito para a grande maioria de todos nós: planos de educação online e à distância para educação básica. Compartilho aqui 10 passos que estamos construindo juntos para lidar com esta situação tão delicada:

Atenção às políticas públicas e anúncios oficiais

Por mais que campanhas de autoisolamento estejam sendo amplamente disseminadas e recomendadas como ação de responsabilidade individual, a decisão de fechamento de escolas passa, necessariamente, pelo poder público. Redes estaduais e municipais estão divulgando regularmente suas medidas e precisamos ficar atentos às diretrizes diariamente. Um ponto importante a ser observado é se as diretrizes de fechamento vêm acompanhadas de clareza sobre a formalidade do cumprimento dos dias letivos. Esta definição é de suma importância para desenhar nossos planos, pois a obrigatoriedade do cumprimento de dias letivos utilizando tecnologias é muito diferente de manter os estudantes ativos e abastecidos de recomendações de atividades que podem ser realizadas online em período de férias, por exemplo.

Um plano de contingência é um plano mesmo

 

Mesmo um cenário de tanta volatilidade e mudança rápida de decisões não nos desobriga de ter um plano. Sair fazendo coisas sem minimamente pensar, refletir e pactuar com o máximo possível de representantes da comunidade escolar é atropelar as pessoas, processos e causar transtornos maiores do que podemos imaginar. Não teremos um mês para fazer um plano, talvez tenhamos um dia, no máximo uma semana, mas precisamos dele.

Comece já. Em se tratando de plano de tecnologia na educação, o modelo com o qual mais identifico é o do CIEB (Centro de Inovação para Educação Brasileira). O conceito das quatro dimensões nos ajuda a organizar a implementação de planos de tecnologia em quatro frentes concomitantes e integradas: visão, competências, recursos educacionais digitais e infraestrutura (saiba mais sobre elas no Guia Tecnologia na Educação do Porvir). Ao entender esses quatro elementos você terá um panorama do que seja possível fazer

Não é só fazer aulas remotas de casa

 
 

A experiência escolar é algo insubstituível. Talvez seja uma das experiências humanas mais sociais. Fechar escolas e desenhar plano de atividades para crianças e professores à distância é, portanto, algo completamente diferente de planejar atividades escolares presenciais. Sendo assim, seja modesto, por mais que cada dimensão esteja super bem atendida. Comece pequeno e teste antes se a escola ainda estiver aberta. Se o seu turno escolar é de quatro horas, por exemplo, não tente ficar conectado pelo mesmo tempo de forma ininterrupta como na escola. Programe uma atividade por dia com bastante intencionalidade, deixe as regras claras e vá aumentando a carga horária gradativamente conforme perceber o amadurecimento da turma.

Não podemos deixar ninguém para trás

Uma das principais preocupações em torno de aulas online tem a ver com equidade e qualidade. Mais uma vez o episódio do coronavírus escancara nossa colossal desigualdade social. Já sabemos que muitas escolas terão muito mais condições de suportar experiências digitais do que outras, mas nem por isso não podemos pensar em estratégias para tentar diminuir diferenças. Verifique se todos os professores têm dispositivos para utilizar em casa, caso contrário, é possível que a escola empreste os equipamentos? E no caso dos estudantes, é possível que eles levem os equipamentos da escola para casa em regime de empréstimo?

Estabeleça parceria com as famílias

É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança. Quem nunca ouviu essa expressão? Educação não é dever só da escola. Famílias e outras instituições precisam se comprometer nesse processo. Os responsáveis pelas crianças serão pessoas fundamentais nesse processo, por isso será necessário envolvê-los desde o começo. Comece atualizando os contatos de pais e responsáveis. Nesse cenário, será essencial manter uma comunicação clara, transparente e ágil com os responsáveis. Se possível, faça uma pesquisa com as famílias e mapeie endereços, telefones, e-mails, contatos de mensagens instantâneas. Em seguida, comunique seu plano antes de começar. Tente envolver as famílias nas rotinas estabelecidas no plano e pactuar com eles quais delas poderão contar com a participação das famílias para serem cumpridas.

Cuide das especificidades de cada segmento e necessidade

Tecnologia não funciona da mesma forma para todas as faixas etárias. Não faz sentido aulas online para educação infantil, assim como também jovens de ensino médio não precisam de acompanhamento das famílias para realizar atividades online. Utilize tecnologia de acordo com cada segmento para fortalecer o trabalho pedagógico de acordo com as necessidades de desenvolvimento de cada idade. Também não podemos esquecer da inclusão de estudantes com qualquer tipo de deficiência física ou intelectual.

Segurança de todos

Desde que começamos a falar de uso de tecnologias na educação, a questão da segurança digital vem sendo levantada como uma das partes mais esquecidas no contexto de integração. Em um cenário de uso de tecnologias digitais para aprendizagem em casa, nossa atenção deve se redobrar. Há que se observar questões como: tempo de exposição à tela, navegação assistida, requisitos de privacidade e proteção de dados.

Saúde mental de professores e gestores

Uma das grandes questões atuais em educação diz respeito à saúde emocional dos educadores e profissionais de educação. Assim como precisamos cuidar da saúde emocional das crianças, vamos precisar cuidar muito bem de professores e gestores nesse período. Há relatos de extrema exaustão entre os profissionais de outros países que passaram por este período de rápida adaptação. Uma dica importante é não exigir que professores estejam conectados por muito tempo ou com grande parte de atividades síncronas, nem para atividades profissionais e nem em navegação especulativa. É preciso estabelecer horários de atendimentos e respeitá-los. Os professores não podem ficar à disposição de estudantes o tempo todo.

Em tempos de crise, ficamos com fome de novas notícias e atualizações. Recebemos uma enxurrada de notícias e informações e precisamos de muito cuidado para checar se não estamos fazendo parte de uma onda de desinformação. Uma orientação importante é fazer uma navegação com roteiro e outra que priorize a família, a ciência e a arte. Estabeleça um roteiro e não se perca no oceano da internet. Se quiser saber notícias de entes queridos, vá direto às mensagens pessoais. Para se manter informado, vá direto nos canais oficiais como sites e aplicativos de jornais respeitados e do aplicativo criado pelo Ministério da Saúde. Alimente-se com arte e poesia, leia livros que estavam na sua lista, visite museus virtuais, ouça suas músicas preferidas e invista tempo em atividades que exigem aprofundamento como, por exemplo, meditar e escrever um diário. Como o plano de fechamento é generalizado, será possível que, além das rotinas escolares, você também esteja responsável por familiares, portanto, é importante se cuidar.

Por fim, crie uma rotina de cuidado compartilhado. Faça conferências regulares e coloque o assunto da saúde emocional na pauta para falar sobre como está sendo o processo para todos os envolvidos.

Precisamos falar sobre a morte

Parte da série de conteúdos que foram publicados sobre o tema tem a ver com a própria abordagem educativa em torno da pandemia e suas causas, incluindo as mortes. É possível que percamos familiares, sobretudo, pessoas idosas que estão sendo as mais atingidas nesse momento. Como lidar com essa faceta da crise com os estudantes? E se durante esse processo algum familiar dos estudantes vier a falecer? Como incluir esse assunto nas atividades online?

Por uma pedagogia da contingência

Não teremos controle do nosso plano, vamos iniciar, trabalhar, testar, refinar e recomeçar. Indiscutivelmente teremos perdas. É bom começar com essa noção, que ao meu ver, não é pessimista. Uma estratégia importante dessa atuação pedagógica, talvez seja a do registro e da documentação. Um dos recursos mais importantes da tecnologia para a educação, talvez seja a potência de criar registros que nos serão importantes para transformar esta fase difícil em narrativas de vidas, em histórias de enfrentamentos e em sistematizações de algo que nunca fizemos antes e que resultarão em aprendizados importantes para o futuro da educação. Os registros são estratégias importantes para os estudantes também, portanto encoraje que esta seja uma tarefa regular e sistemática. Será importante para retomar o fio da meada quando as aulas recomeçarem. Começar sabendo que coisas podem dar errado nos retira a obrigação de acertar em tudo e nos abre um campo humano seguro para fazer o melhor que podemos exatamente onde estamos, com o que somos, com o que temos e com o que podemos. Vamos em frente.

Comece já. Em se tratando de plano de tecnologia na educação, o modelo com o qual mais identifico é o do CIEB (Centro de Inovação para Educação Brasileira). O conceito das quatro dimensões nos ajuda a organizar a implementação de planos de tecnologia em quatro frentes concomitantes e integradas: visão, competências, recursos educacionais digitais e infraestrutura (saiba mais sobre elas no Guia Tecnologia na Educação do Porvir). Ao entender esses quatro elementos você terá um panorama do que seja possível fazer

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Especial Trilhas da BNCC | O ensino de Arte

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Oportunidades que vão muito além do componente curricular.

A beautiful young girl smiles into the camera as she paints a picture in this art class portrait. Others around her are concentrating on their own artwork.
A beautiful young girl smiles into the camera as she paints a picture in this art class portrait. Others around her are concentrating on their own artwork.

A presença da Arte como um dos componentes curriculares da área de Linguagens no Ensino Fundamental, como se apresenta na Base Nacional Comum Curricular, foi desde a primeira versão pública do documento uma questão avaliada como um retrocesso pelos pesquisadores e professores do campo do ensino e aprendizagem das artes. A delimitação e caracterização do campo de conhecimento como disciplina Arte, nos Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997 foi uma conquista hoje desconsiderada na estrutura da Base: de uma disciplina em pé de igualdade com as demais, a Arte passou a integrar uma área como um componente curricular.

Essa situação, por um lado, revela a fragilidade de um campo de conhecimento que nos últimos 50 anos vem tentando se afirmar e se qualificar no contexto escolar: da Educação Artística à Arte, de atividades de livre expressão à leitura de obras e produções contextualizadas. Temos um passado complexo que mesmo antes já transitava entre modelos tradicionais de cópias e repetições, acompanhando o próprio campo das produções artísticas e suas tendências.

Colocar a Arte em uma grade curricular não é tarefa fácil, pois estamos diante de um campo de conhecimento eminentemente caracterizado por invenções e criações nos contextos históricos, culturais e sociais. A Arte como componente curricular na BNCC se apresenta de forma pouco definida, há indicação de algumas competências e habilidades, porém não são estabelecidos claramente os objetos de conhecimento. Entretanto, pode-se lidar com o documento de forma proveitosa, abrindo ao professor a possibilidade de construção de percursos curriculares mais autorais e circunstanciados.

Importante destacar que na Base se mantém as especificidades das quatro linguagens: Artes Visuais, Música, Teatro e Dança. Apesar de não trazer uma discussão explícita sobre as formações iniciais específicas de professores e professoras e suas responsabilidades diante dos conhecimentos de cada uma das linguagens, pode-se aferir pela constante demarcação dos territórios de cada uma delas, que as responsabilidades devem ser respeitadas. O professor formado em Artes Visuais deve se ocupar primordialmente de trabalhar com seu campo de conhecimento, assim como os formados em Música, Teatro e Dança. Este entendimento é reforçado, sobretudo, quando compreendemos o que se define como Artes Integradas no âmbito do documento. Como uma das unidades temáticas, as Artes Integradas visam a explorar as relações e articulações entre as diferentes linguagens e suas práticas, ou seja, as hibridizações entre linguagens que o próprio campo das produções artísticas produz, incluindo-se também as integrações possibilitadas pelas novas tecnologias.

As compreensões e interpretações de um documento curricular podem ser diversas; porém, Artes Integradas não deve ser confundida com a ideia de um professor de artes polivalente, aquele que teria como obrigação trabalhar superficialmente com todas as quatro linguagens. No contexto da bncc, é uma unidade temática suplementar, que vem revelar as complexidades do campo.

A ideia de integração pode se estender para o entendimento de um currículo integrado, que possibilite integrar a Arte aos demais componentes curriculares. Por exemplo, uma proposta curricular que se paute em questões contemporâneas que atravessem as disciplinas, que ativem diversos conhecimentos e mobilizem o interesse dos estudantes pela pesquisa. A pesquisa como modo de conhecer, de viver experiências e de as tornar significativas de forma individual e coletiva. A Arte pode ser vista como um campo de conhecimento integrado e por esta via se destacar no currículo escolar.

Rejane Galvão Coutinho

é mestre e doutora em Artes pela USP e professora do Instituto de Artes da UNESP no curso de Artes Visuais Bacharelado e Licenciatura e no Programa de Pós-Graduação em Artes. É coordenadora do Mestrado Profissional em Artes – Profartes – do IA/Unesp. Tem artigos publicados em periódicos e livros sobre história do ensino de artes no Brasil, formação de educadores mediadores e a educação em museus.

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Educar para viver em sociedade

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Educação em valores deve ser coletiva, prioritária e intencional.

Professor, gestor escolar e doutor em Psicologia pela Universidade de Valladolid (Espanha), José María Avilés Martinez é uma referência global em estratégias de combate ao bullying, ao cyberbullying e aos diferentes fenômenos que afetam a convivência escolar. Tendo como base seu trabalho em Valladollid, Martinez tem colaborado com grupos de pesquisa no Brasil e acompanhado pessoalmente a implantação de suas ideias, traduzidas na metodologia Prires. Em sua última visita ao país, a Educatrix foi conhecer mais sobre a metodologia e o trabalho do educador.

Educatrix: A agenda de temas urgentes em educação é ampla em todo o mundo. Entre tantas prioridades, qual é o lugar da educação em valores e do tema da convivência escolar?

José María Avilés Martinez: O trabalho das escolas no campo dos valores é crucial e deve ser central, porque se trata de um tema transversal que impregna a atuação de todos os agentes educativos. Em uma sociedade democrática, que demanda da escola a formação de cidadãos para o futuro, é imprescindível que a escola exerça esse mandato de forma consciente. Por isso, é importante explicitar a educação em valores como uma tarefa planejada, intencional e compartilhada por todos de forma colaborativa, sejam famílias, professores ou o próprio alunado.

Educatrix: A convivência escolar permite aprender sobre valores?

J.M.A.M. Sim! A convivência escolar é um ambiente privilegiado por colocar em jogo esses valores. Ao pô-los em prática, permite-se aprendê-los a partir de situações espontâneas e habituais, como conflitos, ou por meio de circunstâncias planejadas, que trabalham intencionalmente valores como o respeito, a solidariedade, a tolerância e a igualdade. Uma escola pode, por meio de seu Plano de Convivência e das atuações a partir dele, planejar o trabalho em valores com reflexões e debates coletivos de suas experiências, propondo práticas sistematizadas com o uso das melhores estratégias.

Educatrix: Qual é a melhor definição de bullying e como diferenciá-lo do cyberbullying?

J.M.A.M. Trata-se do mesmo fenômeno, embora com diferenças decisivas. Em ambos existem três componentes definidores: o desequilíbrio de poder que torna o agressor mais forte que sua vítima (física, social, digital ou psicologicamente); a intencionalidade expressa em situações planejadas para causar dano; e a recorrência ou a repetição que leva os atores a persistirem em um cenário em que ambos ocupam posições de domínio ou submissão diante dos olhos de testemunhas. Assim, a definição de assédio pode ser maus-tratos repetidos entre jovens em idade escolar, mantidos ao longo do tempo, quase sempre longe dos olhos dos adultos, com a intenção de humilhar e sujeitar abusivamente uma vítima indefesa por um agressor ou grupo com resultados de vitimização psicológica e rejeição de grupo. Já o cyberbullying acontece quando um sujeito recebe repetidas agressões abusivas por meio de mídias móveis ou ambientes virtuais, com o objetivo de prejudicá-lo e a seu status social, reduzir as chaves socioemocionais e tirar proveito do anonimato. A vítima está em uma posição ainda pior do que no bullying com relação àqueles que a maltratam. Quem sofre vitimização tem menos segurança, menos controle e mais imprevisibilidade. Quem pratica o abuso deixa de reconhecer os sentimentos da vítima por agir do outro lado de uma tela, não recebe feedback do sofrimento e isso torna deficitário o 

O pilar decisivo é a intenção educacional das ações implementadas, um olhar que permite construir processos a partir dos alunos, do que são, do que têm, do que sentem e com um impacto explícito no que os motiva e os preocupa.

Seu pensamento sobre as consequências de seus atos. Contextualmente, o cyberbullying aumenta o número de testemunhas e prolonga a permanência do dano enquanto as imagens ou os vídeos ofensivos ainda forem propagados na rede.

Educatrix: Há uma tendência a piorar o problema do cyberbullying?

J.M.A.M. É importante abordar o fenômeno educacionalmente, porque se nada for feito os problemas podem aumentar e os sujeitos envolvidos podem se sentir muito mal e procurar soluções enganosas de fuga. Até agora, o que muitas escolas fizeram foi proibir dispositivos em seu ambiente; outras permitem o seu uso, mas mantêm uma distância educativa que não fornece pistas ou critérios para o relacionamento que os jovens estabelecem. A atuação da instituição deve ser proativa e preventiva, fornecendo critérios razoáveis ​​para os alunos tomarem decisões corretas na gestão de seus relacionamentos na internet. Com as famílias, é preciso ter diretrizes de suporte e supervisão do relacionamento com os dispositivos, regulando o tempo, o conteúdo e os locais de uso. Com o corpo docente, no currículo escolar, apoiar o uso positivo das redes sociais para a aprendizagem dos alunos e para o trabalho colaborativo. Esse conjunto de ações vale tanto para o enfrentamento dos riscos da rede, como para uma utilização saudável desses dispositivos digitais pelos alunos, para que se tornem autônomos, independentes, respeitosos e felizes em usá-los.

Educatrix: O bullying é um problema estritamente escolar?

J.M.A.M. O bullying não é um fenômeno estritamente escolar. Acontece na escola, sim, mas como um reflexo da própria sociedade. Na escola, chamamos isso de bullying entre iguais; na família, de violência de gênero, abuso de idosos ou abuso de crianças; no local de trabalho, chamamos de assédio moral. Poderíamos continuar em outros setores sociais ou políticos, colocando rótulos diferentes em processos semelhantes. Trata-se de um problema social de se exercer o poder de maneira abusiva, de violência replicada em diferentes espaços de relacionamento. Portanto, a reflexão sobre intimidação e maus-tratos entre iguais nos leva a um pensamento mais geral, sobre como concebemos nossos relacionamentos interpessoais, sobre como exercemos poder e que espaço damos aos direitos de outras pessoas em nossa interação. Em resumo, devemos pensar em como colocamos em jogo os valores do relacionamento e da convivência democrática em nossos ambientes próximos. Se a escola deve continuar a ser um motor de transformação social, é a partir dela que vamos trabalhar para a construção de valores de solidariedade, respeito, justiça e igualdade, modelos de relacionamentos interpessoais saudáveis, em que a cultura do cuidado e da ajuda impere frente à imposição e ao abuso.

Educatrix: Como pesquisador, diretor e educador, você construiu uma visão multidisciplinar sobre o cyberbullying que resultou em uma metodologia de referência. O que diz essa metodologia?

J.M.A.M. Apresentei recentemente o Prires, um programa educacional para orientar a gestão de redes sociais e em situações de cyberconvivência que está sendo aplicado nas escolas espanholas com a colaboração de famílias, professores e até estudantes que atuam como tutores de seus companheiros mais jovens. Fundamentalmente, essa abordagem multidisciplinar me ajudou a ter uma perspectiva de trabalho muito coletiva, colaborativa e participativa com os colégios que assessoro e com os diferentes agentes educacionais. Assim, trabalhamos com os professores em estruturas como as equipes de convivência e os tutores, e entre os alunos com estruturas criadas por nós, como equipes de ajuda ou equipes de mediação. A orientação sobre bullying e cyberbullying baseia-se no trabalho preventivo de valores e convivência escolar. É um caminho de ida e de volta. Valores e boa convivência são trabalhados para evitar o assédio moral e, ao mesmo tempo, temos estratégias específicas para lidar com o abuso de colegas, porque sabemos que apenas trabalhar na convivência escolar não é suficiente.

Educatrix: Quais são os pilares do seu trabalho?

J.M.A.M. Os pilares fundamentais são: o trabalho proativo e preventivo contra medidas reativas; a construção de estratégias de equipe que promovam ações coletivas previamente debatidas e acordadas contra soluções individualistas; a implementação de processos de baixo para cima, ou seja, que surgem da necessidade das equipes que tomam decisões e que tornam suas respostas originais e não repetíveis, sempre projetadas para os problemas da própria escola. Por fim, o pilar decisivo é a intenção educacional das ações implementadas, um olhar que permite construir processos a partir dos alunos, do que são, do que têm, do que sentem e com um impacto explícito no que os motiva e os preocupa. O envolvimento dos estudantes na solução de seus problemas é uma condição indispensável. Sem dúvida, também é preciso uma visão recíproca: os professores e os adultos precisam acreditar no lado positivo dos alunos para ajudá-los a alcançar seus próprios objetivos.

Educatrix: Quais os primeiros passos para uma escola que, a partir de agora, quer resolver a questão do bullying?

J.M.A.M. Em geral, começar por estratégias conjuntas, porque o assédio e a intimidação são abordáveis quando os enfrentamos de maneira coordenada, levando em consideração a perspectiva e a cultura das famílias, a liderança e o conhecimento dos professores e equipes de gestão das escolas e o protagonismo dos estudantes como um grupo que não permite que comportamentos de assédio sejam instalados na sua própria cultura de convivência. Depois, aumentar a conscientização sobre a importância de trabalhar juntos para resolver o problema. É necessária sinergia entre professores, famílias e estudantes para que sejam competentes para dar uma resposta eficaz a essas situações e/ou atos de intimidação; construir protocolos e medidas preventivas para impedir que as ações de abuso se tornem fortes em contextos em que o silêncio e o consentimento prevalecem. Essas ações só são possíveis ao refletirmos como comunidade educacional na implementação de valores positivos que vão contra os valores de intimidação, como imposição, abuso, medo, coerção ou desrespeito. Trabalhar valores como tolerância, coragem, empatia, compaixão, assertividade e solidariedade dentro dos grupos faz com que a sala de aula adote outras atitudes e exemplos, que se tornam predominantes no discurso institucional da escola e no discurso informal dos alunos, ocupando o espaço, o tempo e os idiomas do grupo.

Educatrix: Você visitou escolas brasileiras e trabalhou com pesquisadores daqui. O desafio brasileiro é semelhante ao enfrentado em outros países?

J.M.A.M. Cada país tem seus desafios, suas vantagens e desvantagens, dependendo do seu desenvolvimento educacional e de sua cultura escolar. Nos últimos anos, transferimos para algumas escolas e grupos de pesquisa metodologias de convivência que estão obtendo resultados muito bons. Esses dados revelam diferenças entre os estudantes de nossos países em relação à adesão a valores como justiça, respeito, solidariedade e convivência democrática, em geral, justificados pelos diferentes trabalhos dos sistemas educativos sobre valores e pelas diferenças na sistematização das tarefas do corpo docente para promover a convivência escolar. O Brasil, como outros países, enfrenta um desafio de trabalhar este tema, a fim de generalizar estratégias educacionais eficazes e conscientizar os professores e as equipes de gestão sobre seu papel decisivo na implementação dos Planos de Convivência e no trabalho em valores.

Educatrix: Como adotar a abordagem que você propõe?

J.M.A.M. As escolas devem se olhar e se encontrar. Cada escola tem valor em si mesma para a tomada de boas decisões. É verdade que muitas escolas precisam de força, orientação e treinamento de pessoas que já fizeram essa jornada com outros grupos e que conhecem as etapas para alcançar os objetivos propostos. Estamos dispostos a ajudá-las nesse trânsito. O importante, mais do que o ponto de destino, são os processos que a própria escola constrói entre seus pares nessa viagem. Mas insisto, é necessário contar com as pessoas que formam a escola; sem elas, a viagem em si não será possível, nem se construirá qualquer coisa. Assessoramos e formamos equipes de gestão e de professores que desejam implementar planos de convivência ou projetos antibullying. Fornecemos materiais de formação e professores profissionalmente competentes em convivência em diferentes perspectivas e técnicas de trabalho que possibilitam a internalização dos valores democráticos nas escolas. No entanto, isso só será possível se os membros da comunidade escolar se envolverem, quiserem mudar o que fazem e procurar saídas ponderadas para seus problemas de coexistência e para a construção de valores futuros.

Educatrix: Qual é a relação entre educação em valores, qualidade de convivência e desempenho acadêmico?

J.M.A.M. Existem vários estudos que apoiam essa ideia e várias instâncias educativas já reconhecem na certificação acadêmica das qualificações dos alunos sua participação em ações relacionadas à promoção de valores e à construção de uma convivência positiva em seu entorno. Isso também se deve à demanda das empresas que buscam em seus colaboradores novas habilidades além do desempenho acadêmico de egressos, como a capacidade de trabalhar em grupo, a competência para resolver problemas de perspectivas inovadoras ou criativas ou habilidades para se colocar no lugar do outro. Finalmente, estudos recentes como o da Fundação BBVA sobre boas práticas educacionais na Espanha ou o estudo realizado por mim na Universidade de Valladolid, em escolas de Castilla e León, fornecem dados a esse respeito. As pesquisas identificam o trabalho em valores como um dos indicadores relevantes para o desempenho acadêmico, a eficácia e o sucesso escolar entre os alunos das escolas, que estão cada vez mais preocupadas em incluir em seu planejamento estratégico a implementação de valores para a construção da convivência democrática.

Para saber mais

  • MARTINEZ, J. Bullying: guia para educadores. Campinas: Mercado de Letras, 2013.
  • MARTINEZ, J. Educar en las Redes Sociales. Programa preventivo PRIRES. Bilbao: Desclée de Brouwer, 2018.
  • MARTINEZ, J.; PETTA, R. Los Sistemas de Apoyo entre Iguales (SAI) para el fomento de la convivencia en positivo, la mejora del clima de aula y la prevención de situaciones de bullying: La experiencia de Brasil y de España. European Journal of Child Development, Education and Psychopathology, v. 6, n. 1, p. 5-17, 2018. Disponível em: mod.lk/aviles. Acesso em: 9 fev. 2020.

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Inteligência emocional digital: o que é e como desenvolvê-la

Inteligência emocional digital: o que é e como desenvolvê-la

Em tempos de profundas transformações nas quais os mundos físico, digital e biológico se misturam e os seres humanos e as máquinas se relacionam de forma cada vez mais próxima, precisamos desenvolver uma inteligência emocional digital para enfrentar novos desafios e aproveitar oportunidades inéditas de aprendizado e de crescimento.

Nas últimas décadas a nossa vida vem rapidamente se tornando digital. Estamos a todo momento não somente utilizando diversas tecnologias como também sendo, sem perceber, profundamente influenciados por elas. Vivemos rodeados de tecnologias digitais acessíveis, intuitivas, disruptivas e extremamente atraentes, o que nos coloca em uma posição ao mesmo tempo de poder e de vulnerabilidade. Munidos de ferramentas tão eficazes, somos capazes de desenvolver produtos e serviços que podem resolver problemas graves nos cantos mais remotos do mundo. Por outro lado, essas tecnologias têm o potencial de nos trazer riscos perigosos e difíceis de prever e manejar.

A iminência da Quarta Revolução Industrial está nos impondo reflexões e atitudes que permeiam todo o cenário digital, pois já começamos a observar transformações profundas em vários níveis da sociedade. Dentro dessa revolução, novas formas de produzir, de consumir e de se relacionar com as pessoas e com as coisas devem fazer com que a sociedade passe a ser mediada pela mobilidade, pela alta conectividade e por tecnologias digitais muito complexas que dissolverão as diferenças entre os seres humanos e as máquinas. Robôs companheiros, brinquedos inteligentes e tecnologias assistivas já são uma realidade e tendem a invadir o mercado nos próximos anos com a promessa de nos entender e nos ajudar em inúmeros aspectos do nosso cotidiano.

O fenômeno chamado “Figital” mostra que, pouco a pouco, a fronteira entre o mundo físico e o digital se confunde e dá lugar a novas formas de relacionamento entre as pessoas, a jeitos inéditos de aprender e de ensinar, a novos desafios éticos e a diferentes maneiras de se posicionar no mundo.

Há alguns anos construímos uma presença digital que começa a fazer parte da nossa identidade pessoal. Nossas experiências digitais estão moldando a nossa personalidade e abrindo caminhos para novas formas de trabalho e de desenvolvimento pessoal.

Como eu devo me comportar nas redes sociais? Como navegar na internet de forma segura e responsável? Quais ferramentas tecnológicas darão suporte ao meu trabalho? Como posso usar a tecnologia para o meu bem-estar? De que forma as tecnologias avançadas afetarão a humanidade?

Cada vez mais, tais questionamentos fazem parte do nosso modelo mental e são absolutamente necessários para a evolução das sociedades. Dentro deste contexto ultratecnológico, como podemos aproveitar as oportunidades e nos proteger de possíveis riscos?

É urgente entendermos melhor o papel das tecnologias no nosso bem-estar e na evolução do mundo. Para isso, o conceito de “sabedoria digital”, proposto por Marc Prensky em 2012, pode ser útil. Para ele, sabedoria significa a habilidade de encontrar soluções práticas, criativas, adequadas aos diferentes contextos e emocionalmente satisfatórias para problemas complexos. Segundo o autor, a “sabedoria baseada em tecnologia” é um conceito duplo, pois se refere tanto à sabedoria adquirida a partir do uso da tecnologia digital quanto àquela que usa a tecnologia para melhorar as nossas capacidades inatas como seres humanos.

Com o avanço nas pesquisas e no desenvolvimento de máquinas inteligentes, a combinação entre as tecnologias avançadas e a mente humana pode resultar em um cérebro capaz de pensar melhor, de tomar decisões mais assertivas e de fazer escolhas mais adequadas. Porém, devemos nos perguntar se esta fusão mente-máquina poderá nos distanciar da nossa essência humana, da nossa capacidade de amar, de cuidar, de sentir a dor do outro e de ajudar as pessoas sem pedir nada em troca. Para atingirmos uma sabedoria digital e mantermos o lado bom do ser humano, precisamos ser emocionalmente inteligentes com relação às tecnologias e ao ambiente virtual.

Desenvolvendo a inteligência emocional digital

Muito se fala da necessidade de desenvolver uma inteligência emocional para lidar com as complexidades do mundo atual. Entender as próprias emoções, trabalhar em grupo, resolver problemas, ser criativo e tomar decisões adequadas são alguns exemplos de competências mais do que urgentes atualmente. No entanto, é necessário ampliar os horizontes e transpor estas habilidades também para o âmbito digital. Em 2016, o Fórum Econômico Mundial propôs o termo “Inteligência Emocional Digital” como um dos pilares de uma habilidade mais ampla e essencial no século XXI: a inteligência digital. Todavia, a definição do termo ficou restrita à noção de ser empático e capaz de construir bons relacionamentos on-line. Desta forma, iremos abordar o conceito de “Inteligência Emocional Digital” como um conjunto de habilidades que abrange alguns pontos:

  • 1. Conhecimento da linguagem das tecnologias que usamos.
  • 2. Abertura para aprender e incluir novas tecnologias no cotidiano.
  • 3. Entendimento sobre os próprios hábitos tecnológicos e comportamentos nas redes sociais.
  • 4. Gestão das emoções quando estamos on-line.
  • 5. Reflexão sobre o impacto das tecnologias no desenvolvimento pessoal.
  • 6. Comunicação eficaz e respeitosa nos canais digitais.
  • 7. Empatia com o comportamento e as emoções dos outros em ambientes virtuais.
  • 8. Habilidade de se relacionar on-line e com as tecnologias de forma sensata, cuidadosa e ética.
  • 9. Desenvolvimento de uma visão crítica sobre os conteúdos produzidos e compartilhados na internet.
  • 10. Criação de uma estratégia sobre o próprio posicionamento nas redes sociais, considerando os objetivos de vida e profissional.
  • 11. Criatividade para gerar tecnologias que atendam às necessidades humanas.
  • 12. Compreensão do impacto social e global das novas tecnologias na evolução da humanidade.

A partir deste conjunto de habilidades, devemos criar uma atitude constante de reflexão e ação para aperfeiçoar e ampliar a nossa inteligência emocional digital e a nossa sabedoria digital. A seguir, vamos conhecer quatro esferas interdependentes em que diferentes habilidades para a vida digital devem ser desenvolvidas para lidarmos com as oportunidades e com os desafios impostos pela Quarta Revolução Industrial: Eu Digital, Família Digital, Escola Digital e Mundo Digital.

EU DIGITAL

O Eu Digital se refere ao indivíduo e à sua relação pessoal com o ambiente digital e com o uso das tecnologias. Nesta esfera, podemos exercitar o autoconhecimento e a gestão das próprias emoções no ambiente digital. Reflexões do tipo “Como eu me sinto ao lidar com esta ferramenta tecnológica? Que tipo de emoções a internet e as redes sociais evocam em mim? De quais redes sociais eu devo participar e por quê?” são essenciais para o desenvolvimento de uma inteligência emocional digital. Outros elementos importantes para o Eu Digital são a manutenção de hábitos pessoais digitais seguros e sem excessos; e a construção de uma identidade digital coerente com as atitudes e os valores que exercemos no cotidiano. Além disso, é importante termos a consciência do rastro digital que deixamos ao usar a internet e pesquisar sobre quais tecnologias podem auxiliar na organização do nosso cotidiano e bem-estar geral. Desta forma, vamos construindo uma saúde mental digital.

FAMÍLIA DIGITAL

Família Digital é a esfera que abrange a cultura familiar e os hábitos tecnológicos da família como um todo. Os pais têm um papel fundamental na educação digital dos filhos, tanto para orientá-los com relação aos benefícios e riscos das tecnologias, como também para criar uma rotina on-line saudável. Além disso, os adultos da família devem servir como modelo e inspiração para as crianças a partir das suas atitudes. Abertura para o uso de novas tecnologias, reflexão sobre os hábitos tecnológicos, compreensão das próprias emoções on-line, diálogo sobre os assuntos ligados ao âmbito digital, proteção no ambiente virtual e pesquisa sobre novas tecnologias que podem ser úteis são diretrizes importantes para criarmos crianças e adolescentes capazes de serem responsáveis e independentes no mundo digital. Afinal de contas, as novas gerações tendem a conhecer melhor do que os adultos as inovações tecnológicas e as suas formas de uso. Independência com responsabilidade continuará sendo um alicerce indispensável na formação dos jovens.

ESCOLA DIGITAL

A esfera da Escola Digital abrange aspectos relacionados às políticas públicas em educação e tecnologia, à cultura digital da escola e às estratégias de ensino e aprendizagem digitais. Questões sobre a infraestrutura de internet da escola, as tecnologias usadas, o ensino de programação, a implementação de programas de cidadania digital, a gestão de conflitos on-line envolvendo alunos e a integração do brincar com tecnologias que tornem o aprendizado mais eficaz são alguns dos pilares desta esfera. A escola tem um papel importante em trazer discussões mais amplas sobre as tecnologias e as necessidades do mundo, incentivando projetos que envolvam não somente a criação de conteúdo digital como o desenvolvimento de iniciativas práticas que resolvam problemas reais. Estas atividades têm o potencial de formar alunos capazes de serem agentes de transformação social, de pensar de forma global e crítica e de manter uma atitude de constante aprendizado.

MUNDO DIGITAL

Na esfera do Mundo Digital, podemos desenvolver a inteligência emocional digital por meio da capacidade de refletir e agir sobre os impactos globais das novas tecnologias. Questões como o monitoramento constante das pessoas, o desemprego em massa, a exclusão digital, a ética na criação e na aplicação de novas tecnologias e o uso tecnológico para solução de problemas globais precisam fazer parte da consciência e da preocupação das pessoas. Os dilemas éticos e filosóficos ligados a tais questões precisam ser cuidadosamente analisados para que possamos entender quais caminhos queremos para a humanidade a partir da evolução tecnológica. Portanto, precisamos urgentemente levar essas discussões para as escolas e para dentro de casa a fim de ajudar as novas gerações a mapear diferentes cenários futuros, a antecipar problemas complexos, a evitar perigos irreversíveis e a vislumbrar novas oportunidades de vida que estejam alinhadas com as suas aspirações individuais, com as necessidades dos seres humanos e com as carências do mundo.

Para saber mais

  • Prensky, M. (2012) Brain Gain: Technology and the Quest for Digital Wisdom. Editora Palgrave MacMillan Trade
  • The Fourth Industrial Revolution: what it means, how to respond goo.gl/3RkVMr
  • What is Your Digital Emotional Intelligence? goo.gl/26fnGX
  • 8 digital skills we must teach our children goo.gl/HvCTZR
  • The Emotional Intelligence Revolution (Search Inside Yourself Institute – Google) goo.gl/JUy4gh
  • #DQEveryChild™: Any child to be able to measure their digital intelligence goo.gl/Dhbd2v

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Projeto de vida: qual é o seu e o dos seus alunos?

Projeto de vida: qual é o seu e o dos seus alunos?

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O que é projeto de vida? Como elaborar? Qual é o papel do aluno, da escola e da família na construção e na implementação de projetos de vida?

Desde que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) trouxe o projeto de vida como o eixo sobre o qual a escola deve organizar suas práticas, muito se discute sobre protagonismo, autoria e educação integral, mas nem sempre fica claro como ele pode ser desenvolvido.

Antes de propô-lo aos alunos, pense em você: qual é o seu projeto de vida? O que você deseja para o seu presente e para o seu futuro? O que tem feito para atingir seus objetivos?

Difícil responder, não?

Então vamos mudar as perguntas: o que o move? O que dá sentido à sua vida? Essa motivação está relacionada com a sua atuação profissional?

O que move você é o seu propósito, ou seja, aquilo que o inspira, que o faz sair da cama todos os dias, a sua causa, a sua bandeira. O propósito deve guiar as suas escolhas e ser a base dos seus objetivos. Como educador, por exemplo, talvez o seu propósito profissional seja fazer a diferença na vida dos seus alunos por meio da educação e transformar o mundo com conhecimentos e vivências. A partir dessa motivação, você se preparou, traçou e trilhou o seu caminho e a sua carreira.

Propósito é a sua motivação, aquilo que o inspira

E hoje: quais são os seus objetivos? O que você quer alcançar em curto, médio e longo prazo na esfera pessoal, na social e na profissional?

É preciso tempo e informações para organizar os pensamentos, estabelecer metas e pensar em modos de atingir esses objetivos. É preciso, também, fazer uma análise do presente para definir formas de chegar ao futuro desejado.

Como você deve ter percebido, mais do que respostas, a proposta do projeto de vida é oferecer as perguntas certas. As respostas são individuais e podem mudar em função do período de vida. O papel da escola e da família é estimular a reflexão sobre o campo de possibilidades dos alunos: a identificação de diferentes estilos de vida baseados em escolhas livres e responsáveis em função do contexto socioeconômico deles.

Campo de possibilidades são os diferentes caminhos rumo ao futuro com base na análise do presente

O projeto de vida visa ampliar esse campo de possibilidades, levando os jovens a considerar as vantagens e desvantagens dos diferentes estilos de vida profissional, seja por meio do empreendedorismo, seja pelo meio acadêmico ou empresarial.

Enquanto os alunos conhecem e analisam as trajetórias possíveis, é possível conduzir de forma segura a elaboração de um plano de ação para levá-los a identificar interesses, transformá-los em objetivos realistas e desenvolver as competências e as habilidades necessárias para atingi-los e, se for o caso, revê-los de acordo com as mudanças no entorno.

As três dimensões do projeto de vida

Com base em reflexões, vivências individuais e coletivas e conhecimentos, é possível desenvolver as três dimensões da vida e definir um projeto para cada uma delas. As três dimensões a serem desenvolvidas no projeto de vida são: pessoal (autoconhecimento), social (vida em sociedade) e profissional (mundo do trabalho).

Na dimensão pessoal, os jovens se (re)conhecem como sujeitos e refletem sobre os aspectos que impactam na sua identidade, como seus valores, o modo como lidam com os seus sentimentos e emoções, a sua origem (a família biológica e a de convivência) e a sua atitude de abertura ao novo e à diversidade. Além disso, descobrem interesses e aspirações e detectam competências e habilidades que podem se relacionar com as profissões que irão exercer.

As atividades e as vivências nessa dimensão devem contribuir para promover a autoaceitação e a autovalorização, favorecendo, assim, o fortalecimento da autoestima dos jovens, o seu crescimento emocional e o seu empoderamento.

Na dimensão social, os alunos refletem sobre as relações interpessoais com o seu entorno imediato e com o mundo e sobre o impacto que essas relações causam neles como cidadãos.

As atividades dessa dimensão, maioritariamente em grupos, visam ao desenvolvimento do senso de responsabilidade para com o bem comum, por meio do convívio baseado em valores, como ética e empatia, e no respeito a direitos e deveres sociais. Promove-se a atuação na sociedade por meio da força de ações e intervenções coletivas para a solução de problemas reais que afetam da escola à comunidade, da cidade ao planeta.

Na dimensão profissional, abordam-se os fatores que contribuem para a mobilidade social dos jovens por meio da sua atuação produtiva. A inserção e a permanência no mundo do trabalho dependem da identificação e do desenvolvimento de habilidades, competências e conhecimentos alinhados às demandas do século XXI, como uso da tecnologia, empreendedorismo, criatividade e resiliência.

Nesse contexto, já não se fala mais em “vocação”, como se as pessoas nascessem predestinadas a descobrir e exercer determinada profissão. No mundo dinâmico da sociedade 4.0, as demandas e os trabalhos estão em constante transformação e, para além de preparar os jovens para uma profissão específica, o objetivo da educação contemporânea é oferecer subsídios para que eles se tornem cidadãos e “profissionais” no sentido amplo do termo, que possam se adaptar e crescer tanto em situações favoráveis quanto nas adversas, com base em valores e saberes pessoais, relacionais e cognitivos.

O desenvolvimento dessas três dimensões contribui para a formação de jovens cidadãos críticos, autônomos e éticos, capazes de identificar e realizar objetivos alinhados ao presente e ao futuro que desejam para si e para o mundo.

O passo a passo para o projeto de vida

Alunos diversos estão debruçados em uma mesa escrevendo juntos em um caderno.

Promover a reflexão e a construção de projetos de vida na escola significa oferecer ferramentas e recursos para que os jovens transformem as aspirações em objetivos concretos alinhados aos seus propósitos. Um desses recursos é a elaboração de um plano de ação que, baseando-se nesses objetivos, estabelece metas com prazos claros e viáveis, assim como estratégias para realizá-los.

Plano de ação é o planejamento dos passos em direção a um projeto

Para evitar que os jovens sejam levados pelo acaso das oportunidades ou por necessidades, a proposta de construção de um projeto de vida desnaturaliza e combate o determinismo social partindo da análise da realidade e da elaboração de um planejamento estratégico para superar desafios. Assim, o plano de ação para o desenvolvimento de um projeto de vida deve estabelecer objetivos, metas, prazos e estratégias realistas, que não contem com a sorte ou com o acaso, como ganhar na loteria.

Por meio da construção e da atualização sistematizada e constante do plano de ação para a realização dos seus projetos de vida, os jovens podem refletir, trocar ideias com pessoas próximas, pesquisar sobre as perspectivas locais e globais, fazer escolhas e tomar decisões sobre suas vidas, tendo em vista que elas impactam no entorno e – por que não? – no mundo.

Aluno + escola + família + sociedade = projeto de vida

As noções de protagonismo e autoria abordadas no Ensino Fundamental desenvolvem-se no Ensino Médio por meio do projeto de vida. A educação nessa etapa escolar visa desenvolver os alunos não apenas na dimensão cognitiva, mas de forma integral, com base nos seus interesses e potencialidades. Nesse contexto, o desenvolvimento das juventudes é responsabilidade não apenas do professor e da escola, mas de toda a comunidade.

A família e a sociedade são fundamentais para o acolhimento, o respeito e a valorização dos projetos de vida dos seus jovens e exercem importante influência sobre eles, principalmente por meio de seus modelos — referências locais ou globais que se tornam exemplos por seus valores e atitudes.

A participação da comunidade nas atividades escolares contribui para o desenvolvimento estudantil, social e profissional dos jovens e ela pode ser realizada por meio de interações e vivências coletivas nas quais se promova a apresentação dos projetos de vida, assim como das habilidades e capacidades dos jovens.

A inclusão dos familiares e dos amigos na agenda da escola aumenta o engajamento e o fortalecimento da identidade, essenciais na fase de tomada de decisões que vivem.

Essas escolhas da juventude começam no Ensino Médio, com a opção por determinadas áreas do conhecimento e itinerários formativos. Essa construção autoral dos seus currículos é o primeiro passo rumo ao projeto de vida e a escola é a propulsora dessa importante trajetória. Enquanto se prepara para o futuro profissional e cidadão, o jovem constrói o presente alinhado aos seus percursos e às suas histórias e toma decisões éticas fundamentadas ante os desafios da sociedade contemporânea.

Não é um destino, é um caminho

Traçar um projeto de vida e definir um plano de ação para atingir os objetivos não é uma tarefa com data para acabar. A vida está sujeita a mudanças e influências do contexto afetivo, social, cultural, econômico e político, nacional e internacional, e o projeto precisa se adaptar a elas. Mas como prever o futuro se ele é incerto?

O conhecimento e a preparação para as adversidades são as melhores estratégias para não ser surpreendido. Estar atualizado com os saberes de interesse, desenvolver as competências e habilidades necessárias ao mercado de trabalho e ter “planos B” pode contribuir para que não seja preciso mudar de rota no caminho rumo aos sonhos, apenas recalculá-la para chegar ao destino desejado.

O projeto de vida não começa no futuro, ele é o presente. Preparar-se para ele já é vivenciá-lo, é ser protagonista da própria história hoje e amanhã.

E você? Qual é o seu projeto de vida para a dimensão pessoal, social e profissional?

Identifique seus objetivos e trace você também seu projeto de vida. Ser protagonista não é uma aprendizagem exclusiva para alunos.

Roberta Amendola

é Mestra em Educação pela USP, bacharel e licenciada em Letras pela USP, especialista em Ensino de Espanhol para Brasileiros pela PUC-SP, em Mercado Editorial pela FIA-USP/CBL e em Edição pela Universidad Complutense de Madrid. Editora e autora de materiais didáticos de espanhol e projeto de vida.

Para saber mais

  • BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: mod.lk/ed18mec. Acesso em: 27 jan. 2020.
  • DAMON, W. O que o jovem quer da vida? Como pais e professores podem orientar e motivar os adolescentes. São Paulo: Summus, 2009.
  • MORAN, J. Desafios na implementação do Projeto de Vida na Educação Básica e Superior. Disponível em: mod.lk/ed18pord. Acesso em: 13 fev. 2020.

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