Covid 19 – Novas maneiras de conceber a aprendizagem

Covid 19 – Novas maneiras de conceber a aprendizagem

Débora Garofalo - Colunista

Débora Garofalo - Colunista

Com a agilidade que a Covid-19 avança sobre o mundo, tivemos que aprender rapidamente a criar maneiras de nos relacionar e também de lidar com diversas situações que não estavam planejadas, como a quarentena.

Muitos professores em suas escolas têm discutido como criar possibilidades de atender a todos os estudantes, principalmente aqueles que não possuem condições para estar conectado, já que estudos demonstram a quantidades de dispositivos móveis, principalmente aparelhos celulares entre as famílias. Sem dúvida um grande desafio a ser superado e compreendido.

Esse é o momento oportuno para ousar, pensar e propor diferentes situações de aprendizagens. Sem dúvidas é o professor que melhor compreende a realidade do estudante e pode contribuir e criar situações que atendam melhor a este momento.

Conversando com alguns professores que lecionam em sua grande maiorias nas periferias, muitos me contaram que têm usado o facebook e o whatsapp para planejar e aplicar suas aulas. Algumas escolas, de maneira colaborativas, realizaram guias para os estudantes, e todas essas medidas são eficazes, porque dialogam com cada realidade local. 

Para auxiliá-los com este momento, reunimos algumas sugestões para que possam trabalhar juntos aos estudantes com a ferramenta mais adequada. Vamos lá!

 

Planejamento

 

Como na sala de aula convencional, o planejamento é essencial,  ter um objetivo claro de aprendizagem, por exemplo, se for usar uma ferramenta de interação como o ZoomTeamsHangouts, é importante definir combinados com os estudantes e definir o que se pretende, tecendo o olhar para a interação, cuidando  do tempo de exposição de um assunto, trazendo elementos para tornar a aula dinâmica, fazer interação com outros materiais e quebrando esse período por blocos, do tempo destinado a conversa, como, se a aula for de 45 minutos, realizar blocos de 15 minutos, cuidando da interação.

Para ferramentas como WhatsApp, grupos no Facebook e ou no Edmodo, o planejamento é também essencial, devendo ter o cuidado em planejar um em tempo menor, mais com modelos inspiradores, em formatos de pílulas e chamando a atenção dos estudantes para a intenção de aprendizagem. 

Para a equipe pedagógica essas ferramentas também funcionam, e é importante montar horários provisórios para os estudantes e intensificar comunicações com a equipe escolar e trabalhar de maneira interdisciplinar e com projetos.  

Em relação aos pais é importante preparar um guia para que possam apoiar os estudantes em algumas frentes, como por exemplo, como ajudar nas dúvidas, criação de rotina de estudos, alimentação e alongamento, auxiliar os estudantes a criarem registros os estudos finalizados, do que está em andamento, daqueles que precisam ser revistos.

Elaboração de atividades

 

É necessário fazer neste momento um replanejamento e adaptação das atividades. O material didático, livros e apostilas, podem ser utilizados, mediante a comandas e explanações claras sobre o assunto. É preciso apoiar os estudantes a construir o seu aprendizado, trabalhando mapas mentais que ajudarão a desenvolver atividades, mas também a se organizarem.

Se for realizar vídeos, é importante considerar entonação da voz, postura, som e luz e materiais complementares que ajudarão os estudantes a compreender melhor o conteúdo. Os vídeos podem ser realizados por aplicativos do celular e ou com recursos de aplicativos de gravação, como OBS.

Podcast também é uma maneira eficaz de trabalhar com os conteúdos, podendo usar softwares gratuitos como o audacity, que permite fazer recortes de outros programas, considerando os devidos créditos aos materiais.

 

Avaliações

 

Esse também é um momento para realizar avaliações e para isso pode ser trabalhado ferramentas de colaboração, como o google classroomTeams, com elaboração de rubricas que podem ser estruturadas com os estudantes a partir de objetivos de aprendizagem de onde os estudantes estão para onde pretende chegar. 

É importante, realizar momentos de escuta ativa com os estudantes, de como está sendo esse momento e quais as dificuldades enfrentadas para a administração dos estudos, e para isso, ocorrer pode ser utilizado uma diversidade de possibilidades, como quiz, jogos, narrativas digitais, entre outros.

O portfólio digital contribui para esse processo e ainda pode ser trabalhado habilidades como autocuidado, autoconhecimento, organização, criticidade, e uma ferramenta que pode contribuir é o seesaw

Apesar do momento ser de muitas preocupações, esse também é um período para consolidar novas práticas e aprender de maneiras diferenciadas, trazendo novas formas de conceber a aprendizagem e utilizar tecnologias e principalmente inovação e criatividade para criar novos caminhos a educação.

 

Um abraço,

Débora

Débora Garofalo é Assessora Especial de Tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE SP) e professora da rede pública de ensino de São Paulo. Formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil, Vencedora no Desafio de Aprendizagem Criativa do MIT e considerada uma das dez melhoras professoras do mundo pelo Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.

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Transformação digital docente

Transformação digital docente

Tornou-se uma fala vazia justificar a urgência da forma-ção continuada às atuais mudanças do mundo. Que o mundo mudou e continuará mudando todos já sabem, mas o que sua escola está fazendo para empoderar os principais agentes dessa transformação: os professores?

Em menos de quatro décadas, a transformação digital mudou completamente nossa forma de atuar no mundo. Revimos conceitos até então estabelecidos e vivenciamos novas experiências de interação, cooperação e compartilhamento. A forma de conviver se transformou, assim como a maneira de consumir informação, refiná-las e conectá-las. Reaprendemos todos os dias a viver no mundo em que nossos alunos já nasceram imersos.

Você deve estar acostumado com esses clichês e a ser tachado como “imigrante digital”, tentando aprender a língua do momento para adentrar o mundo dos “nativos digitais”. Estes conceitos foram propostos pelo escritor Mark Prensky, em 2001, e reverberados até hoje mundo afora. Dizia ele: “Se educadores imigrantes digitais realmente querem educar nativos digitais – ou seja, todos os seus alunos – eles precisarão mudar. É hora de eles pararem de resmungar e, como diz o slogan da Nike para a geração de nativos digitais, ‘Just do it!’ (simplesmente faça)”. Acontece que ao longo dos anos um grande número de trabalhos científicos chegou a conclusões diferentes, como o artigo “Os mitos do nativo digital e do multitarefas”, publicado em 2017 na revista Teaching and Teacher Education e endossado pela revista Nature, que afirma, com base em dados e pesquisas formais, que direcionar o ensino com base nesses fatos é “incorrer no erro de presumir que seus alunos possuem talentos e habilidades que os professores não possuem”. Com isso, assegura que, embora a forma como significamos o mundo tenha mudado, cabe ao professor e ao coordenador assumirem as rédeas e formalizarem a maneira como lidam com a informação on-line, tanto para as novas quanto para as gerações dos próprios profissionais, numa perspectiva de aprendizado contínuo.

O novo mundo, o mundo de hoje

A sociedade atual vem presenciando o que está sendo chamada Quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0, que se reflete em um mundo cada dia mais interconectado, complexo e incerto. Não é à toa que imaginar as profissões do futuro virou um exercício de alto risco. “Fugimos dos nomes de profissões e nos concentramos nas habilidades que serão necessárias. Estas são mais previsíveis, úteis e passíveis de serem desenvolvidas e praticadas – o que não é possível em se tratando de profissões que ainda nem sabemos como vão se chamar”, afirmou Amar Kumar, líder da pesquisa “O futuro das habilidades: empregabilidade em 2030”, em entrevista ao portal Porvir. De acordo com esse estudo, as habilidades ligadas à criatividade, originalidade, fluência de ideias e tomada de decisão estarão em alta no final da próxima década. A pesquisa também revela que o setor de Educação tende a ganhar mais eficiência com o avanço das tecnologias digitais, bem como expandir sua força de trabalho. Entre os nichos que devem se destacar, Kumar cita as mentorias individuais. “Haverá alta demanda tanto por aprender quanto por aprender como se aprende”, diz.

Educação 4.0

Impulsionada pela Indústria 4.0 e seus impactos sobre a economia e o mundo do trabalho, a Educação 4.0 vem ganhando força. Ela se apropria das tecnologias digitais – não só como ferramentas, mas como agentes de transformação – para repensar as experiências de aprendizagem nas escolas. Baseada no conceito de learning by doing (em português, aprender fazendo), sugere que o processo de aprendizado contemple vivências, projetos, experimentação e mão na massa. O objetivo da nova escola deve ser criar um espaço propício para que o aluno saia da condição de sujeito passivo e ocupe o eixo central da aprendizagem – por exemplo, em um ambiente de incentivo à inovação, invenção, resolução de problemas e colaboração. “Cabe ao professor conduzir tudo isso; afinal, ninguém melhor do que ele para entender as necessidades de desenvolvimento dos alunos de hoje”, afirma Anna Katarina Vasconcellos, gerente de Inovação e Projetos do Moderna Compartilha.

Frente aos novos papeis do professor, a formação docente adquire um caráter estratégico nas instituições de ensino. “Se queremos o aluno preparado para enfrentar os desafios deste século, precisamos ter a escola e o professor devidamente preparados para o que está por vir e empoderados como líderes desse processo”, explica Márcia Carvalho, diretora de Negócios do Moderna Compartilha. Esse é justamente um dos maiores desafios da Educação 4.0, que visa garantir a relevância dos educadores em um mundo hiperveloz, ambíguo e incerto.

As principais habilidades da era digital e os insights pedagógicos que os educadores precisam aprender e ensinar foram listados e são atualizados periodicamente pela organização sem fins lucrativos que é referência mundial em Tecnologia na Educação, o iste (International Society for Technology in Education).

Ele definiu sete padrões, ou standards, com as competências que os educadores precisam desenvolver para potencializar a adoção de boas práticas de inovação, integrando novas tecnologias. O objetivo é aprofundar a prática pedagógica, promover a colaboração entre colegas, repensar as abordagens tradicionais e preparar os alunos para impulsionar o próprio aprendizado.

As metas, com suas respectivas competências, são específicas para cada padrão. Em “Aprendiz”, por exemplo, os educadores devem aprimorar sua atuação enquanto aprendem e exploram práticas promissoras em prol da melhoria do aprendizado. Já em “Analista”, entendem e usam dados para orientar suas instruções, bem como ajudam os alunos a atingir suas metas de aprendizado. No standard “Cidadão Digital”, por sua vez, os educadores inspiram os estudantes a participar do mundo digital com responsabilidade e a contribuir de forma positiva. Em “Designer”, desenvolvem atividades em ambientes que sejam autênticos, acolham a diversidade e sejam voltados para o aprendiz. O foco no aluno também está presente no standard “Facilitador”, que privilegia o aprendizado com tecnologia para ajudá-lo a conquistar os standards que o iste elaborou especificamente para estudantes. Por fim, em “Líder” o desafio é identificar oportunidades de liderança para melhorar o ensino, a aprendizagem e o sucesso do aluno. 

Padrões iste no Brasil

Em parceria com o iste, o Moderna Compartilha — plataforma global de educação do Grupo Santillana que empodera o educador para viver na cultura digital – trouxe para o Brasil os padrões de formação profissional. Eles são referência para o recém-lançado programa de Desenvolvimento Gradativo para Professores Compartilha. “Nos baseamos nas descrições que o iste faz das competências do educador contemporâneo e montamos um programa alinhado à realidade do Moderna Compartilha nas escolas privadas do país”, explica Anna Katarina.

A nova iniciativa prevê a formação integral dos professores e o desenvolvimento gradativo de competências docentes específicas para atuar nas escolas hoje.

São propostos percursos formativos orientados por um coach presencial e um aplicativo de coach virtual, que trazem diferentes níveis de complexidade, bem como desafios e atividades para se colocar em prática as competências em fase de desenvolvimento. “O objetivo é tirar o professor do papel de ministrador da disciplina para elevá-lo à função de educador, com instrumentos para formar os alunos”, diz Anna. Ao fim de cada etapa, o professor recebe uma certificação do Instituto Crescer e, ao final de todo o percurso, é reconhecido como professor padrão iste.

O Desenvolvimento Contínuo de Professores começa a ser implementado nas escolas no primeiro semestre de 2019. “Será um divisor de águas para os parceiros do Moderna Compartilha. Além dos professores, que acompanharão seu próprio desenvolvimento conforme avançam nas trilhas de formação, a gestão pedagógica também poderá acompanhar e ter uma visão sistêmica do desenvolvimento do corpo docente”, comenta Sônia Marques, gerente comercial.

O Desenvolvimento Contínuo de Professores começa a ser implementado nas escolas no primeiro semestre de 2019. “Será um divisor de águas para os parceiros do Moderna Compartilha. Além dos professores, que acompanharão seu próprio desenvolvimento conforme avançam nas trilhas de formação, a gestão pedagógica também poderá acompanhar e ter uma visão sistêmica do desenvolvimento do corpo docente”, comenta Sônia Marques, gerente comercial.

Até dezembro, o Moderna Compartilha deve investir R$20 milhões em projetos e ações que incentivam a inovação no aprendizado. “Para os próximos anos, outros R$60 milhões já estão reservados para impulsionar mais etapas do programa de desenvolvimento docente, certificação dos nossos coaches pelo Instituto Brasileiro de Coaching, produção de conteúdo, criação de plataformas e novas iniciativas de formação”, revela Márcia Carvalho.

Competências contemporâneas

Diante do desafio de formar os alunos em todas as suas dimensões – cognitiva, socioemocional e digital –, as escolas buscam se consolidar como espaços de educação integral. “Trata-se de formar os alunos para enfrentar algo que ainda é desconhecido, mas para o qual precisam estar preparados e munidos de flexibilidade, organização, autonomia e espírito empreendedor”, afirma Solange Petrosino, gerente de Serviços Educacionais da Moderna.

Tamanha expectativa em relação às competências contemporâneas impulsiona a formação integral dos estudantes. “Em uma relação dialógica com a sociedade, as escolas se transformam para acompanhar as novas dinâmicas do mundo”, diz Solange. Ela explica que, além de favorecer o desenvolvimento de competências em todas as áreas, a formação integral também deve prever a avaliação desse processo. “Para muitas instituições, é um grande desafio, e os percursos formativos dão subsídios para que os profissionais estejam preparados.”

Ecossistema de evolução

A cultura da evolução e protagonismo está na essência do Moderna Compartilha, que privilegia o potencial de ação da comunidade escolar frente aos seus próprios desafios e necessidades de transformação. Isso se reflete nas estratégias e métodos que o projeto adota desde a sua concepção.

A plataforma nasceu em 2012 para atender a demanda por novidades em tecnologia educacional no mercado privado. “A pressão aumentava a cada dia, especialmente à medida que se começou a falar de sala de aula invertida, competências do século XXI e novos papéis da Educação”, lembra a diretora de negócios Márcia Carvalho. Os primeiros objetivos traçados foram instalar equipamentos de ponta nas escolas, oferecer tecnologia embarcada nos livros didáticos e ensinar os professores a se relacionar com tudo aquilo em sala de aula.

O projeto começou efetivamente a rodar em 2013, quando a entrega dos primeiros tablets e projetores simbolizou o pontapé da inserção digital de 68 escolas parcerias naquele ano. “Os novos dispositivos não só substituíram o computador como levaram o conceito de mobilidade para dentro das instituições”, destaca Márcia.

Para ampliar a oferta de conteúdo, firmaram-se acordos com parceiros a partir de 2014. “Além de livros e enciclopédias digitais, trouxemos jogos pedagógicos do Xmile, livros-aplicativos em 3D da EvoBooks, avaliações e simulados para o Fundamental II e Ensino Médio, propostas de produção textual do EntreLetras, a plataforma LMS (Learning Management School) de gerenciamento de conteúdo, entre outros”, enumera.

Uma nova fase começou em 2016, quando se intensificaram as reflexões sobre o que significa estar inserido no universo digital. “Antes de mais nada, é reconhecer-se como parte de um ecossistema, no qual cada instituição desenvolve sua própria cultura digital”, comenta Anna Katarina. Ela explica que esta última tem relação direta com a forma como a comunidade escolar se organiza, os usos que faz dos dispositivos tecnológicos e da rede, o aproveitamento para fins pedagógicos, de entretenimento e socialização, entre outros fatores que acabam formando sua identidade digital.

No ano seguinte, o Moderna Compartilha inovou com os Chrome Books. “Além de ser uma evolução tecnológica, foi um caminho que adotamos para que os professores passassem a produzir conteúdo, em vez de só consumir”, conta Márcia.

Outra estratégia para aumentar o engajamento da comunidade escolar no aprendizado dos estudantes foi a criação de um portal específico para as famílias – o Compartilha em Família, com temas ligados à Educação contemporânea. “Formar os pais exige mais que informá-los. Requer o empoderamento deles com relação a tudo que gira em torno do aprendizado”, diz Solange. A iniciativa também visou ao alinhamento da família com a escola. “Os pais precisam entender o que é desenvolvimento de competências, como se avalia, o que se prioriza hoje na formação e compreender que tudo isso tem a finalidade de preparar os jovens para o desconhecido, um mundo em movimento.”

Em 2018, mais avanços deram novos contornos à plataforma. Um deles foi a parceria com o Google for Education, com ferramentas que facilitam a colaboração na sala de aula (por exemplo, Gmail e Documentos Google) e aplicativos como Google Earth e WeVideo. Outra evolução que marcou aquele ano – uma das mais ambiciosas até agora na história do Moderna Compartilha – foi a criação do programa de Desenvolvimento Gradativo para Professores, e a parceria global com o iste.

A voz das escolas

“O Moderna Compartilha facilitou a comunicação entre estudantes e professores por meio da plataforma interativa e do fórum. O projeto também ampliou a capacidade investigativa dos alunos graças aos materiais que favorecem a pesquisa antes das aulas, o que é essencial para a metodologia ativa aplicada na nossa escola.” Edmundo F. de Castilho Filho é vice-diretor do Colégio ISBA, Salvador (BA). 

“A possibilidade de saber, em tempo real, como os docentes estão trabalhando traz mais assertividade ao trabalho do gestor. Além disso, as novidades postadas a cada dia permitem ao coordenador pedagógico orientar projetos de incentivo ao professor, gerando mais interação e prática no dia a dia.” Teresa Cristina Hallal é coordenadora pedagógica na Associação Literária e Educativa Santo André, em São José do Rio Preto (SP). 

“A parceria com o Moderna Compartilha sempre foi agregadora, com muitas trocas de experiências e apoio dos coachings e consultores. Isso nos trouxe a oportunidade de rever práticas pedagógicas e introduzir, com mais eficiência, a tecnologia nas salas de aula. O resultado é uma maior conexão entre os professores e também com os alunos – estes inclusive passaram a compartilhar conhecimento e interagir mais para o crescimento de todos.” Karin Vianna é coordenadora pedagógica no Colégio SER, em Jundiaí (SP).

Saiba mais sobre cidadania digital em iste.org. Fontes: Porvir, Pew Research, Microsoft, Symantec e Association for Psychological Science. Dados Brasil: Banda Larga no Brasil: um estudo sobre a evolução do acesso e da qualidade das conexões à internet – nic.br / cetic.br

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Em menos de quatro décadas, a transformação digital mudou completamente nossa forma de atuar no mundo. Revimos conceitos até então estabelecidos e vivenciamos novas experiências de interação, cooperação e compartilhamento. A forma de conviver se transformou, assim como a maneira de consumir informação, refiná-las e conectá-las. Reaprendemos todos os dias a viver no mundo em que nossos alunos já nasceram imersos.

Você deve estar acostumado com esses clichês e a ser tachado como “imigrante digital”, tentando aprender a língua do momento para adentrar o mundo dos “nativos digitais”. Estes conceitos foram propostos pelo escritor Mark Prensky, em 2001, e reverberados até hoje mundo afora. Dizia ele: “Se educadores imigrantes digitais realmente querem educar nativos digitais – ou seja, todos os seus alunos – eles precisarão mudar. É hora de eles pararem de resmungar e, como diz o slogan da Nike para a geração de nativos digitais, ‘Just do it!’ (simplesmente faça)”. Acontece que ao longo dos anos um grande número de trabalhos científicos chegou a conclusões diferentes, como o artigo “Os mitos do nativo digital e do multitarefas”, publicado em 2017 na revista Teaching and Teacher Education e endossado pela revista Nature, que afirma, com base em dados e pesquisas formais, que direcionar o ensino com base nesses fatos é “incorrer no erro de presumir que seus alunos possuem talentos e habilidades que os professores não possuem”. Com isso, assegura que, embora a forma como significamos o mundo tenha mudado, cabe ao professor e ao coordenador assumirem as rédeas e formalizarem a maneira como lidam com a informação on-line, tanto para as novas quanto para as gerações dos próprios profissionais, numa perspectiva de aprendizado contínuo.

O novo mundo, o mundo de hoje

A sociedade atual vem presenciando o que está sendo chamada Quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0, que se reflete em um mundo cada dia mais interconectado, complexo e incerto. Não é à toa que imaginar as profissões do futuro virou um exercício de alto risco. “Fugimos dos nomes de profissões e nos concentramos nas habilidades que serão necessárias. Estas são mais previsíveis, úteis e passíveis de serem desenvolvidas e praticadas – o que não é possível em se tratando de profissões que ainda nem sabemos como vão se chamar”, afirmou Amar Kumar, líder da pesquisa “O futuro das habilidades: empregabilidade em 2030”, em entrevista ao portal Porvir. De acordo com esse estudo, as habilidades ligadas à criatividade, originalidade, fluência de ideias e tomada de decisão estarão em alta no final da próxima década. A pesquisa também revela que o setor de Educação tende a ganhar mais eficiência com o avanço das tecnologias digitais, bem como expandir sua força de trabalho. Entre os nichos que devem se destacar, Kumar cita as mentorias individuais. “Haverá alta demanda tanto por aprender quanto por aprender como se aprende”, diz.

Educação 4.0

Impulsionada pela Indústria 4.0 e seus impactos sobre a economia e o mundo do trabalho, a Educação 4.0 vem ganhando força. Ela se apropria das tecnologias digitais – não só como ferramentas, mas como agentes de transformação – para repensar as experiências de aprendizagem nas escolas. Baseada no conceito de learning by doing (em português, aprender fazendo), sugere que o processo de aprendizado contemple vivências, projetos, experimentação e mão na massa. O objetivo da nova escola deve ser criar um espaço propício para que o aluno saia da condição de sujeito passivo e ocupe o eixo central da aprendizagem – por exemplo, em um ambiente de incentivo à inovação, invenção, resolução de problemas e colaboração. “Cabe ao professor conduzir tudo isso; afinal, ninguém melhor do que ele para entender as necessidades de desenvolvimento dos alunos de hoje”, afirma Anna Katarina Vasconcellos, gerente de Inovação e Projetos do Moderna Compartilha.

Frente aos novos papeis do professor, a formação docente adquire um caráter estratégico nas instituições de ensino. “Se queremos o aluno preparado para enfrentar os desafios deste século, precisamos ter a escola e o professor devidamente preparados para o que está por vir e empoderados como líderes desse processo”, explica Márcia Carvalho, diretora de Negócios do Moderna Compartilha. Esse é justamente um dos maiores desafios da Educação 4.0, que visa garantir a relevância dos educadores em um mundo hiperveloz, ambíguo e incerto.

As principais habilidades da era digital e os insights pedagógicos que os educadores precisam aprender e ensinar foram listados e são atualizados periodicamente pela organização sem fins lucrativos que é referência mundial em Tecnologia na Educação, o iste (International Society for Technology in Education).

Ele definiu sete padrões, ou standards, com as competências que os educadores precisam desenvolver para potencializar a adoção de boas práticas de inovação, integrando novas tecnologias. O objetivo é aprofundar a prática pedagógica, promover a colaboração entre colegas, repensar as abordagens tradicionais e preparar os alunos para impulsionar o próprio aprendizado.

As metas, com suas respectivas competências, são específicas para cada padrão. Em “Aprendiz”, por exemplo, os educadores devem aprimorar sua atuação enquanto aprendem e exploram práticas promissoras em prol da melhoria do aprendizado. Já em “Analista”, entendem e usam dados para orientar suas instruções, bem como ajudam os alunos a atingir suas metas de aprendizado. No standard “Cidadão Digital”, por sua vez, os educadores inspiram os estudantes a participar do mundo digital com responsabilidade e a contribuir de forma positiva. Em “Designer”, desenvolvem atividades em ambientes que sejam autênticos, acolham a diversidade e sejam voltados para o aprendiz. O foco no aluno também está presente no standard “Facilitador”, que privilegia o aprendizado com tecnologia para ajudá-lo a conquistar os standards que o iste elaborou especificamente para estudantes. Por fim, em “Líder” o desafio é identificar oportunidades de liderança para melhorar o ensino, a aprendizagem e o sucesso do aluno. 

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A nova iniciativa prevê a formação integral dos professores e o desenvolvimento gradativo de competências docentes específicas para atuar nas escolas hoje.

São propostos percursos formativos orientados por um coach presencial e um aplicativo de coach virtual, que trazem diferentes níveis de complexidade, bem como desafios e atividades para se colocar em prática as competências em fase de desenvolvimento. “O objetivo é tirar o professor do papel de ministrador da disciplina para elevá-lo à função de educador, com instrumentos para formar os alunos”, diz Anna. Ao fim de cada etapa, o professor recebe uma certificação do Instituto Crescer e, ao final de todo o percurso, é reconhecido como professor padrão iste.

O Desenvolvimento Contínuo de Professores começa a ser implementado nas escolas no primeiro semestre de 2019. “Será um divisor de águas para os parceiros do Moderna Compartilha. Além dos professores, que acompanharão seu próprio desenvolvimento conforme avançam nas trilhas de formação, a gestão pedagógica também poderá acompanhar e ter uma visão sistêmica do desenvolvimento do corpo docente”, comenta Sônia Marques, gerente comercial.

O Desenvolvimento Contínuo de Professores começa a ser implementado nas escolas no primeiro semestre de 2019. “Será um divisor de águas para os parceiros do Moderna Compartilha. Além dos professores, que acompanharão seu próprio desenvolvimento conforme avançam nas trilhas de formação, a gestão pedagógica também poderá acompanhar e ter uma visão sistêmica do desenvolvimento do corpo docente”, comenta Sônia Marques, gerente comercial.

Até dezembro, o Moderna Compartilha deve investir R$20 milhões em projetos e ações que incentivam a inovação no aprendizado. “Para os próximos anos, outros R$60 milhões já estão reservados para impulsionar mais etapas do programa de desenvolvimento docente, certificação dos nossos coaches pelo Instituto Brasileiro de Coaching, produção de conteúdo, criação de plataformas e novas iniciativas de formação”, revela Márcia Carvalho.

Competências contemporâneas

Diante do desafio de formar os alunos em todas as suas dimensões – cognitiva, socioemocional e digital –, as escolas buscam se consolidar como espaços de educação integral. “Trata-se de formar os alunos para enfrentar algo que ainda é desconhecido, mas para o qual precisam estar preparados e munidos de flexibilidade, organização, autonomia e espírito empreendedor”, afirma Solange Petrosino, gerente de Serviços Educacionais da Moderna.

Tamanha expectativa em relação às competências contemporâneas impulsiona a formação integral dos estudantes. “Em uma relação dialógica com a sociedade, as escolas se transformam para acompanhar as novas dinâmicas do mundo”, diz Solange. Ela explica que, além de favorecer o desenvolvimento de competências em todas as áreas, a formação integral também deve prever a avaliação desse processo. “Para muitas instituições, é um grande desafio, e os percursos formativos dão subsídios para que os profissionais estejam preparados.”

Ecossistema de evolução

A cultura da evolução e protagonismo está na essência do Moderna Compartilha, que privilegia o potencial de ação da comunidade escolar frente aos seus próprios desafios e necessidades de transformação. Isso se reflete nas estratégias e métodos que o projeto adota desde a sua concepção.

A plataforma nasceu em 2012 para atender a demanda por novidades em tecnologia educacional no mercado privado. “A pressão aumentava a cada dia, especialmente à medida que se começou a falar de sala de aula invertida, competências do século XXI e novos papéis da Educação”, lembra a diretora de negócios Márcia Carvalho. Os primeiros objetivos traçados foram instalar equipamentos de ponta nas escolas, oferecer tecnologia embarcada nos livros didáticos e ensinar os professores a se relacionar com tudo aquilo em sala de aula.

O projeto começou efetivamente a rodar em 2013, quando a entrega dos primeiros tablets e projetores simbolizou o pontapé da inserção digital de 68 escolas parcerias naquele ano. “Os novos dispositivos não só substituíram o computador como levaram o conceito de mobilidade para dentro das instituições”, destaca Márcia.

Para ampliar a oferta de conteúdo, firmaram-se acordos com parceiros a partir de 2014. “Além de livros e enciclopédias digitais, trouxemos jogos pedagógicos do Xmile, livros-aplicativos em 3D da EvoBooks, avaliações e simulados para o Fundamental II e Ensino Médio, propostas de produção textual do EntreLetras, a plataforma LMS (Learning Management School) de gerenciamento de conteúdo, entre outros”, enumera.

Uma nova fase começou em 2016, quando se intensificaram as reflexões sobre o que significa estar inserido no universo digital. “Antes de mais nada, é reconhecer-se como parte de um ecossistema, no qual cada instituição desenvolve sua própria cultura digital”, comenta Anna Katarina. Ela explica que esta última tem relação direta com a forma como a comunidade escolar se organiza, os usos que faz dos dispositivos tecnológicos e da rede, o aproveitamento para fins pedagógicos, de entretenimento e socialização, entre outros fatores que acabam formando sua identidade digital.

No ano seguinte, o Moderna Compartilha inovou com os Chrome Books. “Além de ser uma evolução tecnológica, foi um caminho que adotamos para que os professores passassem a produzir conteúdo, em vez de só consumir”, conta Márcia.

Outra estratégia para aumentar o engajamento da comunidade escolar no aprendizado dos estudantes foi a criação de um portal específico para as famílias – o Compartilha em Família, com temas ligados à Educação contemporânea. “Formar os pais exige mais que informá-los. Requer o empoderamento deles com relação a tudo que gira em torno do aprendizado”, diz Solange. A iniciativa também visou ao alinhamento da família com a escola. “Os pais precisam entender o que é desenvolvimento de competências, como se avalia, o que se prioriza hoje na formação e compreender que tudo isso tem a finalidade de preparar os jovens para o desconhecido, um mundo em movimento.”

Em 2018, mais avanços deram novos contornos à plataforma. Um deles foi a parceria com o Google for Education, com ferramentas que facilitam a colaboração na sala de aula (por exemplo, Gmail e Documentos Google) e aplicativos como Google Earth e WeVideo. Outra evolução que marcou aquele ano – uma das mais ambiciosas até agora na história do Moderna Compartilha – foi a criação do programa de Desenvolvimento Gradativo para Professores, e a parceria global com o iste.

A voz das escolas

“O Moderna Compartilha facilitou a comunicação entre estudantes e professores por meio da plataforma interativa e do fórum. O projeto também ampliou a capacidade investigativa dos alunos graças aos materiais que favorecem a pesquisa antes das aulas, o que é essencial para a metodologia ativa aplicada na nossa escola.” Edmundo F. de Castilho Filho é vice-diretor do Colégio ISBA, Salvador (BA). 

“A possibilidade de saber, em tempo real, como os docentes estão trabalhando traz mais assertividade ao trabalho do gestor. Além disso, as novidades postadas a cada dia permitem ao coordenador pedagógico orientar projetos de incentivo ao professor, gerando mais interação e prática no dia a dia.” Teresa Cristina Hallal é coordenadora pedagógica na Associação Literária e Educativa Santo André, em São José do Rio Preto (SP). 

“A parceria com o Moderna Compartilha sempre foi agregadora, com muitas trocas de experiências e apoio dos coachings e consultores. Isso nos trouxe a oportunidade de rever práticas pedagógicas e introduzir, com mais eficiência, a tecnologia nas salas de aula. O resultado é uma maior conexão entre os professores e também com os alunos – estes inclusive passaram a compartilhar conhecimento e interagir mais para o crescimento de todos.” Karin Vianna é coordenadora pedagógica no Colégio SER, em Jundiaí (SP).

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Estamos bem próximos de encerrar mais um ano letivo!

Não poderia deixar de começar agradecendo a Editora Moderna, pelo espaço e pela oportunidade, através da coluna Educação Inovadora de ter esse contato com você, querido (a) professor (a), conversando sobre maneiras e formas de inserir a tecnologia na sala de aula.

 

Este ano tivemos mudanças na educação, com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular que definiu um norte a todo currículo brasileiro e a tecnologia como uma competência de ensino que deve atravessar todas as disciplinas.

 
 

Dentro deste cenário, ouvir os nossos estudantes é o primeiro passo para a mudança em sala de aula. Em 2016 uma pesquisa promovida pelo Porvir, chamada Reconstrução da Escola ouviu 132.000 alunos, que pedem mudanças no processo de ensino, entre elas, que a tecnologia seja inserida nas aulas.

Este é um momento de muita reflexão, avaliação e reavaliação do ano letivo. Com a chegada das férias, a todos nós professores, um momento de descanso e para muitos de estudo. A você quero antecipar o meu presente e deixar 10 inspirações para você incluir tecnologias em suas aulas.

Vamos lá!?

Livros

 
 

Gamificação na Educação

Esse e-book aborda vários aspectos da gamificação na educação. A organização é de Luciane Maria Fadel, Vania Ribas Ulbricht, Claudia Batista e Tarcísio Vanzin.

Novas Tecnologias e Mediação pedagógica

Nessa obra, José Manuel Moran, Marcos T. Masetto e Marilda Behrens abordam a revisão do papel do professor frente às tecnologias digitais e sua importância na construção de novas práticas pedagógicas.

Educ@ar – A (r)evolução digital na educação
Na publicação, Martha Gabriel se propõe a auxiliar os professores para acompanhar as tendências e possibilidades abertas pelos avanços da tecnologia na área educacional.

Séries

 

Black Mirror

A série britânica criada por Charlie Brooker retrata e satiriza a sociedade contemporânea e as possíveis consequências de sua relação com a tecnologia. Os episódios não são sequenciais, cada um conta uma história com início, meio e fim, o que permite que você assista na ordem que preferir.

Mr Robot

No filme, o hacker Elliot tem sérios problemas para se relacionar com outras pessoas. Ele trabalha numa empresa especializada em segurança digital durante o dia e combate ao crime usando suas habilidades de informática à noite. O vilão Mr Robot, personagem que dá nome à série, contrata Elliot para fazer parte de sua comunidade de hackers com o objetivo de destruir uma megacorporação. O enredo trata de espionagem digital, programação, softwares e o uso da tecnologia em nossas vidas.

 

Filmes

 
 

A Rede Social

O filme é baseado na história de Mark Zuckerberg, estudante da Universidade de Harvard que cria o Facebook. A rede social cresce e se transforma em um fenômeno, tornando os jovens sócios em bilionários. A disputa interna traz complicações legais e revela dramas pessoais

Metrópolis 

O filme é considerado uma obra-prima à frente de seu tempo. A história se passa em 2026 onde uma proprietária de indústrias, governa a cidade de Metrópolis. Entre os poderosos está Joh Fredersen, cujo filho se apaixona por Maria, uma jovem da classe trabalhadora que vive na cidade subterrânea, onde muitas pessoas operam as máquinas que fazem a cidade funcionar. Para tentar por um fim no romance, Joh pede a um cientista que crie um robô com as feições de Maria e acaba causando uma batalha entre as classes.

Documentários

 
 

On The Brink of a Networked Society

Esse documentário propõe uma reflexão de como as transformações trazidas pelas novas tecnologias afetaram nossa convivência com as pessoas.

Humans Need Not Apply

O documentário reflete sobre a presença de máquinas no cotidiano e projeta um futuro em que as pessoas terão menos funções – remetendo o espectador a pensar sobre o que vai mudar em sua vida.

Hackerspaces

Você já ouviu falar em um Hackerspace? É um espaço comunitário, que segue a ética hacker, em que o espírito inovador e livre. O lugar atrai pessoas com interesses comuns em socializar e colaborar em vários projetos. Eles usam o espaço como ponto de encontro para trocar conhecimento e experiências. Que tal aproveitar este período de férias para conhecer um hackerspace? Clique aqui para localizar o endereço mais próximo a você.

E você, possui alguma outra sugestão? Compartilhe aqui nos comentários, para que possamos nos inspirar e fazer a diferença em nossas escolas e aulas.

Desejo a todos ótimas festas e férias! Encontro vocês aqui no próximo ano.

Um grande abraço,

Débora

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Como alavancar a aprendizagem com recursos audiovisuais

Como alavancar a aprendizagem com recursos audiovisuais

Débora Garofalo - Colunista

Débora Garofalo - Colunista

Vocês têm notado a maneira que os alunos têm aprendido?!

Outro dia levei para a sala um estudo de caso sobre o cyberbullying,.  Ao começar a leitura do texto, ouvi um sonoro, professora vamos colocar no Youtube e ver se encontramos um vídeo sobre esse assunto? Imediatamente, pesquisamos e encontramos alguns vídeos e nos apoiamos ao texto para realizar as discussões sobre a atividade que estávamos realizando.

Essa atividade foi o suficiente para compreender que a leitura é e sempre será fundamental, porém o audiovisual (que é também uma forma de leitura) está cada vez mais presente na vida dos nossos alunos e se torna essencial levar essa importante ferramenta para dentro da sala de aula, não somente como consumidores, mas principalmente como produtores.

Já temos muitos educadores que fizeram do vídeo a sua sala de aula, principalmente pelo potencial de alcance entre os jovens. Entre os muitos canais de educação, destaco o Professor Procópio do Rio de Janeiro, com a linguagem simples e o jeito irreverente de ensinar matemática, atrai muitos estudantes. Você professor, também pode ter o seu canal, iniciando com equipamento simples, como o celular e ou uma câmera.

E como levar recursos audiovisuais para dentro da sala de aula?

 

Com uma gama de possibilidades, existem várias maneiras de inserir o audiovisual nas aulas, uma delas, é tornar os estudantes criadores de conteúdo, exercitando a mão na massa. Lembre-se o celular pode ser um importante aliado, para produzir conteúdo com os discentes de forma audiovisual. Abaixo, destaco algumas ações

 

A primeira ação: Considero essencial a mudança de atitude em nós, professores! É necessário quebrar a barreira que ainda temos das ferramentas digitais e começar a inserir novas maneiras de abordá-las no currículo escolar.

Segunda ação: Compreender que toda mudança leva um tempo para acontecer. Pode ser que em um primeiro momento as atividades não saiam como a planejado e isso não deve ser considerado como ação para que nunca mais ocorra, mais um momento de reflexão.

Terceira ação:  O diálogo é a porta de entrada para exercer a criticidade. Hoje na Internet encontramos uma infinidade de vídeos, sobre diferentes assuntos, onde cada vez mais conversar sobre ética e segurança é um fator chave para alavancar a aprendizagem.

Quarta ação: Dê destinos a equipamentos possíveis de trabalhar em sala de aula. O celular é uma boa opção, a maioria possui câmeras, vídeos e editores, que podem auxiliar no trabalho pedagógico.

Quinta ação: Explore com os alunos o potencial de criar vídeos. Assistir vídeos torna o currículo mais dinâmico, mas, inverter os papéis e fazer os alunos se tornarem produtores de vídeos, potencializa ações como colaboração, empatia, inventividade e criatividade, competências e habilidades tão essenciais a este século, além de aproximar os estudantes do seu aprendizado.

Sexta ação: Não basta apenas liberar o uso do celular, é preciso realizar um bom planejamento e ações, com objetivos claros, propiciando trabalhar com resoluções de problemas. Proponha etapas de trabalho pesquisa, elaboração de roteiro, pré-produção, gravação e edição. Combine processos, dividir tarefas e cobrar prazos para que os projetos se concretizem. Ao final do processo, avalie as produções e possibilitando novos aprendizados para todos.

 

Materiais de baixos recursos e sugestões para realizar vídeos

 

Câmera ou celular

Microfone (se não tiver, escolha lugares bem silenciosos para fazer a gravação)

Tripé (muitos são possíveis de serem produzidos pelos alunos)

 

Programas gratuitos para edição

 

Windows Live Movie Maker

Video Toolbox

VirtualDub

VideoSpin

E você querido professor, como costuma trabalhar com o audiovisual em sala de aula? Conte aqui nos comentários! Este é um importante espaço de troca e fortalecimento de práticas docentes.

Um abraço,

Débora

Formada em Letras e Pedagogia, pós-graduada em Língua Portuguesa pela Unicamp e mestranda em Educação pela PUC de SP. É professora de Tecnologias, trabalha com Cultura Digital, Robótica com sucata/livre, programação e animações; e implementação em tecnologias em Escolas Públicas. Vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil e Finalista no Global Teacher Prize, considerado o Nobel da Educação.

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Diálogos particulares com a BNCC

Diálogos particulares com a BNCC

Escolas privadas interpretam a Base à luz dos contextos em que estão inseridas e criam estratégias para implementá-la a partir de seus respectivos projetos educativos. 

Texto: Lara Silbiger

No exato momento em que a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) foi aprovada, em 17 de dezembro do ano passado, foi dada também a largada para que cada rede e escola do país (públicas e privadas) se alinhe às novas diretrizes obrigatórias. O prazo para implantação termina em 2020, quando as referências que definem os direitos de aprendizagem devem enfim permear os mais diversos aspectos da vida escolar — do projeto pedagógico e currículo à formação de professores, materiais didáticos e instrumentos de avaliação. 

Nessa corrida, além de fôlego, as escolas precisam de um bom planejamento para cruzar a linha de chegada. Os primeiros passos se resumem a entender o que é a BNCC, fazer uma revisão dos respectivos currículos e PPP (Projetos Políticos Pedagógicos) e criar um sistema de governança que envolva os professores nos eventuais ajustes e transformações. 

Nas escolas públicas, esse processo é liderado pelas redes, muitas das quais têm unido esforços para (re)elaborar seus currículos. Já as privadas gozam de autonomia para dialogar com a Base e promover as mudanças que julguem necessárias para aproximá-las do norte traçado pelo documento oficial. “Embora a BNCC dite as habilidades e competências que o aluno precisa desenvolver, ela não diz como isso deve ser feito. Portanto, quem vai determinar a estratégia, a carga horária e as disciplinas é a própria instituição, a partir do seu projeto educativo”, explica Solange Petrosino, gerente de Serviços Educacionais da Editora Moderna. 

Dessa forma, o processo de implementação vai ganhando seus próprios contornos em cada uma das 71,4 mil escolas de Educação Básica espalhadas pelo Brasil. “Na prática, a BNCC será observada de acordo com a interpretação dos colégios e sua forma de fazer Educação”, conclui Ademar Batista Pereira, presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares).

Ainda assim, colocar as diretrizes nacionais em prática, em menos de dois anos, não será uma tarefa simples. “O grande desafio do gestor da escola particular é concretizar as referências da Base no dia a dia dos alunos”, afirma Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco, de São Paulo (SP). Tende a levar vantagem, porém, quem já estava de olho nas tendências mundiais da Educação. “As escolas que já se preocupavam com a inovação e com os pressupostos globais que a Base trouxe – como formação integral, cidadania global, regionalização e competências socioemocionais – certamente terão mais facilidade de se ajustar”, afirma Solange, da Moderna. 

Para acompanhar esse processo na rede privada, a Educatrix entrevistou os gestores de quatro escolas que já estão a todo vapor com a implementação da BNCC. Confira os depoimentos a seguir.  

COMPREENSÃO DA BASE NA PRÁTICA 

  • “O primeiro passo para a implementação é fazer uma interpretação correta da BNCC, que não é uma meta e muito menos um currículo. Entender sua potência e abrangência enquanto política pública é o primeiro grande desafio. Depois, é preciso compreender que não se trata de uma lista de conteúdos. O que o documento prevê é o que a criança deve aprender, sob a perspectiva dos direitos de aprendizagem.  
  •  
  • Nesse contexto, é imperativo também entender o que é competência – capacidade de mobilizar conhecimentos escolares e intervir na realidade – e definir os conhecimentos com os quais instrumentalizar o aluno. Em suma, não são conceitos simples de ser assimilados. Muito menos quando se tem em conta que, até pouco tempo, o currículo era tido como uma mera lista de conteúdos. Hoje, porém, sabemos que ele é um instrumento que traduz o conjunto de experiências intencionalmente delineadas pela escola para concretizar as referências estabelecidas no PPP (Projeto Político Pedagógico), bem como as orientações da BNCC. 
  •  
  • Outro aspecto fundamental é desmentir o mito de que a Base exige que todos aprendam a mesma coisa. A implementação é muito mais complexa e demandou traduzir a Base para o projeto pedagógico de cada escola. 
  •  
  • No Colégio Rio Branco, a primeira etapa desse processo exigiu uma análise profunda da BNCC. Para começar, colocamos lado a lado os princípios que ela traz com o nosso PPP e o planejamento do Colégio. Desse pareamento, resultaram as diretrizes da nova versão do projeto pedagógico, que refinará aspectos ligados aos direitos de aprendizagem e ao trabalho baseado em competências. É possível também que haja mudanças no regimento escolar a partir de 2019, com uma nova organização didática dos períodos letivos. 
  •  
  • Além disso, dissecamos a BNCC para entender como ela se encaixa no nosso currículo, onde se adequa e que novidades traz para o colégio. Com isso, foi possível constatar que os alvos que perseguimos há anos – desenvolvimento de competências e visão interdisciplinar – estão de fato alinhados à Base.  
  •  
  • Não estamos falando de conceitos novos, mas sem dúvida de difícil implementação. Por mais que falemos em metodologias ativas, mudar o mindset dos professores em uma escola de 150 anos, como a nossa, é um processo longo. Para isso, investimos em formações continuadas que abordam o ensino investigativo, ampliam o repertório de ferramentas pedagógicas que favorecem as metodologias ativas e incentivam a aprendizagem colaborativa. Além disso, estruturamos um processo de apoio aos professores e acompanhamento.  
  •  
  • Quanto aos currículos do Ensino Fundamental, que ainda estão em análise, podemos apenas adiantar que teremos ajustes de localização das expectativas de aprendizagem. Já na Educação Infantil, o que mudará no currículo serão as nomenclaturas. A concepção em si deve manter-se muito próxima à que já tínhamos – calcada no uso de múltiplas linguagens, brincadeiras e na ideia da ‘criança potente’. 
  •  
  • Em linhas gerais, esses são os ajustes nos quais estamos trabalhando enquanto aguardamos as publicações oficiais da Diretoria de Ensino do estado, a quem respondemos.”
  • Esther Carvalho, diretora-geral. 

ESTRUTURA DE GOVERNANÇA

 

 

  • “No Colégio São Luís, entendemos a implantação da BNCC como um movimento de mão dupla. De um lado, a escola deve analisar sua proposta pedagógica e matriz curricular à luz do que a Base propõe. De outro, também precisa contextualizá-la no âmbito de sua própria proposta pedagógica. Sob essa lógica, estamos trabalhando na revisão curricular desde 2017. Esse processo é liderado pela direção-geral e levado a cabo pelo chamado GT (Grupo de Trabalho) de Currículo, formado por educadores – docentes e não docentes – de todos os segmentos. 
  •  
  • Sob a coordenação da direção acadêmica, o GT se reúne uma vez por semana. Suas reflexões sobre a BNCC e encaminhamentos são socializados mensalmente com todo o corpo docente, que tem papel consultivo. Em paralelo, uma assessoria externa dialoga periodicamente com os professores e com o próprio GT. Já as aprovações finais ficam por conta do Conselho Diretor da Escola.  
  •  
  • A BNCC, porém, não impõe grandes desafios para o colégio. Já tínhamos um currículo bastante abrangente em termos de conteúdo. O que vemos agora são oportunidades de enriquecer o que já fazíamos e oferecer aos estudantes mais alternativas de acesso ao conhecimento. Para isso, temos ampliado nossos horizontes e nos debruçado sobre currículos – inclusive internacionais – de filosofia humanista, cuja foco é a formação integral da pessoa. A partir desse benchmark, passamos a organizar nossos conteúdos de maneira mais integrada e a incorporar à matriz de competências gerais e habilidades em todas as dimensões, não apenas na intelectual. Nosso prazo para terminar a elaboração da nova matriz (até o 9o ano do Ensino Fundamental) é outubro de 2018. Para o Ensino Médio, é junho de 2019.  
  •  
  • Na mesma direção, caminha a formação continuada dos professores. Com foco na epistemologia e na didática, as metodologias ativas, que favorecem todas as dimensões da aprendizagem, são a tônica dos encontros, organizados a partir de reflexões individuais e coletivas sobre a prática. Quanto aos materiais didáticos que o Colégio adota, ainda vamos avaliar se há necessidade de mudanças para o próximo ano letivo. Cabe ressaltar que a análise da adequação das obras à nossa proposta pedagógica e aos documentos oficiais de Educação já faz parte da rotina anual. Neste ano, em especial, vamos atentar para o alinhamento dos conteúdos didáticos às exigências da BNCC.” 
  •  
  • Sônia Magalhães, diretora-gera

FORMAÇÃO DE PROFESSORES 

  • “Graças ao fato de termos acompanhado a construção da Base desde o princípio, com participação ativa nas reflexões junto a sindicatos e outras organizações educacionais, nosso trabalho pedagógico já estava voltado para os direitos de aprendizagem e o desenvolvimento de habilidades e competências.  — De acordo com a Lei 9.610/98 é proibida a reprodução total ou parcial desta website, em qualquer meio de comunicação, sem prévia autorização.
  •  
  • Na Educação Infantil, por exemplo, a BNCC legitimou nosso olhar diferenciado para o binômio Cuidar e Educar, que sempre privilegiou os processos de alfabetização e letramento desde os estágios iniciais do desenvolvimento cognitivo. Além disso, o documento veio ao encontro da forma como exploramos os direitos de aprendizagem: com práticas pedagógicas que imprimem intencionalidade ao conviver, brincar, participar, explorar, conhecer e expressar-se.  
  •  
  • Ainda assim, temos alguns desafios pela frente. O maior de todos é garantir que os professores e as equipes pedagógicas tenham pleno entendimento da BNCC e das mudanças que se fazem necessárias para implementá-la na Rede. Uma delas é a atualização do PPP, com um olhar renovado para a identidade do Sagrado frente às demandas de um ensino progressista. A nova versão da proposta pedagógica, que será finalizada até 2019, deve fortalecer a gestão democrática e envolver toda a comunidade educativa nas transformações que estão por vir.  
  •  
  • Para um futuro próximo, vemos também oportunidades na construção de práticas mais inovadoras de ensino. Para promover a autonomia dos educandos, vamos privilegiar o conceito de Aprender a Aprender e o Ensino Híbrido. Os primeiros passos nessa direção já foram dados na Rede por meio da apresentação geral da Base, com momentos especialmente dedicados a esse propósito durante a formação continuada. Agora, a próxima etapa é discutir formas de colocar o aluno no centro da aprendizagem, bem como refletir sobre novas práticas metodológicas e tecnologias educacionais que contribuam para esse fim.  
  •  
  • Quanto ao currículo do Ensino Fundamental, este deve sofrer ajustes para minimizar a fragmentação do conhecimento entre um ciclo e outro. Para isso, pretendemos ampliar – de forma orgânica e progressiva – a inserção de situações complexas no dia a dia do educando.  Outro aspecto que merece atenção é o aprofundamento das práticas de leitura, escrita e oralidade.  
  •  
  • No Infantil, por sua vez, os currículos tendem a ser tornar mais consistentes tanto na organização quanto na proposição de experiências. Estas, segundo a própria Base, deverão contribuir para a criança conhecer a si mesma e ao outro e compreender suas relações com a natureza, com a cultura e com a produção científica.
  •  
  • Já em relação aos materiais didáticos, o que deve mudar são os nossos critérios de seleção. Vamos visar ao alinhamento dos conteúdos com a BNCC e também às novidades metodológicas voltadas ao ensino progressista. Os ajustes, porém, só serão feitos na medida em que a Rede identificar reais necessidades.
  •  
  • Por fim, novos indicadores de aprendizagem passarão a fazer parte do sistema avaliativo do Sagrado, que já preza pela observação das habilidades adquiridas pelos educandos.” 

Rafael Lima, gestor pedagógico 

AJUSTES NO CURRÍCULO 

  • “O primeiro passo para lidar com a BNCC é desmitificar a ideia de que ela será implementada nas escolas. É um erro que nos induz a pensar em uma suposta massificação, que sequer tem como acontecer. A Educação não se faz assim. A proposta consiste em dialogar com a Base, identificar pontos de atrito com o projeto pedagógico e com o currículo e avaliar como ela pode contribuir para a melhoria da aprendizagem.
  •  
  • Cabe destacar que todas essas interpretações e análises sempre vão partir dos pressupostos e premissas de cada escola. Não dá para fugir da própria história, da cultura e das relações que se formam em torno da instituição. É por isso que a leitura da Base em uma escola mais tradicional pode acabar sendo completamente diferente da leitura que fazemos no Vera Cruz, cuja abordagem é construtivista.
  •  
  • Por aqui, as discussões estão a todo vapor. Desde fevereiro deste ano, equipes técnicas formadas por coordenadores, orientadores, assessores de área e professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental se debruçam sobre a Base para fazer uma leitura crítica do documento e uma autorreflexão sobre nossas práticas pedagógicas.
  •  
  • Em julho, as equipes tiveram a oportunidade de apresentar para todo o corpo pedagógico do Colégio um primeiro diagnóstico das consonâncias e dissonâncias com a Base, bem como a necessidade de incorporar certos objetivos e aprofundar competências específicas. Ainda durante o encontro, cada pessoa pôde contribuir com ideias e apresentar suas demandas de formação continuada, material didático, ajustes no currículo e revisão do projeto pedagógico. Com esse raio-x de cada área e segmento, agora temos condições de traçar os próximos passos de alinhamento com a Base.
  •  
  • Alguns ajustes, porém, já estão previstos. Em Matemática, vamos antecipar o desenvolvimento do pensamento computacional para o currículo do Ensino Fundamental. Até então, apresentávamos a Matemática Computacional apenas no início do Ensino Médio e não necessariamente com o mesmo rigor no desenvolvimento das competências que a Base agora determina.
  •  
  • Em outros casos, porém, as diretrizes do documento já começam a ser incorporados no dia a dia. Por exemplo, se o assessor de Língua Portuguesa está falando de ortografia com os professores, ele já aproveita para abordar o tema sob o ponto de vista do desenvolvimento das competências definidas pela BNCC.
  •  
  • Para o Infantil, não haverá grandes novidades. A Base traz apenas um outro jeito de organizar o trabalho pedagógico, com base nos campos de experiência. Dessa forma, o documento ratifica o que o Vera Cruz já segue: valorizar a experiência da criança e respeitar sua forma de aprender e pensar.
  •  
  • No Ensino Fundamental, o planejamento das aulas também não será muito impactado. Definir objetivos com base no desenvolvimento de competências tem tudo a ver com nosso jeito de ensinar. Menos cognitivistas e mais direcionados para a experiência da vida escolar, acreditamos que o aprendizado se dá na relação com o conhecimento, com os professores e colegas e com a experiência vivida no coletivo. 
  •  
  • Ainda temos muito por mapear e planejar pela frente. Mas é com serenidade que vamos tomando consciência das nossas necessidades e priorizando o que precisa ser feito até 2020.”
  •  
  • Regina Scarpa, diretora pedagógica 

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Conectar as emoções para a aprendizagem de matemática: o poder de uma boa história

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Narrativas, jogos e novas metodologias para  desmistificar o aprendizado matemático

[…] a razão de ver um vídeo de unboxing é descobrir o que há dentro do pacote. Ou seja, se revela algo, e até as crianças menores ficam curiosas pela informação (kidd e hayden, 2015).

De fato, a maioria dos animais sente o impulso de explorar seu entorno em busca de comida, refúgio e companhia. A necessidade de informação é essencial à existência. A maior parte dos pesquisadores concorda que é uma parte inata de nossa natureza (lau et al., 2018). Sentimos o impulso de descobrir. […]

Desde crianças que veem apenas mãos abrindo embalagens de brinquedos até macaquinhos que escolhem botões de recompensa e adultos que tomam pequenas decisões financeiras, o desejo de obter informação e de resolver a incerteza parece ser fonte importante de motivação. Não obstante, o que desperta a curiosidade e o desejo de buscar informação varia de acordo com o indivíduo e o contexto. Pense em uma zona de desenvolvimento próxima da curiosidade. Se a informação no entorno já é conhecida por um indivíduo, não há mistério, não há incerteza.

Se o contexto é totalmente desconhecido, é possível que o indivíduo não tenha um ponto de referência para antecipar o resultado. Uma criança pode estar encantada pensando em que brinquedo haverá na caixa, mas essa mesma criança não teria curiosidade a respeito de um câmbio monetário. As experiências e o conhecimento acumulado de cada pessoa influem em seu compromisso com a busca de informação. Por natureza, todos nos sentimos atraídos por descobrir, mas nem todos queremos descobrir as mesmas coisas.

A busca de informação e a narrativa

Apesar do exposto anteriormente, parece que todas as pessoas podem sentir fascinação por uma boa história. Jerome Bruner, entre outros, argumenta que a narrativa é um meio importante para entender o mundo (bruner, 1986; gottschall, 2013). O tradicional arco da história inicia com uma introdução ou exposição que apresenta as personagens e o contexto. Depois, há uma ação ascendente à medida que aparecem os conflitos e obstáculos. Isso nos leva a perguntar o que acontecerá. Finalmente, o clímax traz a resolução e satisfaz nosso desejo de saber. Essa estrutura temporal expõe as regras do jogo, os motivos, as causas e as consequências das ações. Explica-nos como funciona o mundo e nos prende com a incerteza do que vai acontecer depois.

A narrativa e a busca de informação têm um papel especial nas maneiras como nosso cérebro aprende e se relaciona com o mundo. As histórias, por exemplo, nos ajudam a recordar. Antes que as pessoas pudessem ler e escrever, careciam de outras ferramentas que as ajudasse a recordar e transmitir as regras sociais, as hierarquias e os rituais culturais. As histórias, os mitos e os poemas, desde a Odisseia de Homero até a Bíblia e o Popol Vuh, satisfizeram essa necessidade (foer, 2012). Os membros de um grupo se reuniam para escutar histórias com ritmos e estruturas narrativas que as tornavam fáceis de recordar. O sentido de pertencimento ao grupo agregava um elemento que afiançava as lembranças. […]

Assim como com a busca de informação, a experiência dita o que nos surpreende e o que nos interessa. As crianças pequenas, que ainda estão formulando suas definições de mundo, adoram a repetição. Querem escutar a mesma história muitas vezes (pais, recordem esses dias). Elas estão gerando confiança em sua habilidade para fazer previsões corretas e sentir segurança no que sabem. As crianças maiores, adolescentes e adultos, também podem desfrutar das histórias previsíveis, como as que são parte de uma série. Nestas, a busca de informação é sutil. Para as crianças pequenas se trata de questionar se o que aconteceu na última vez voltará a acontecer. Por outro lado, uma pessoa mais velha que assiste a uma série pode desfrutar da incerteza de como a personagem principal superará o novo obstáculo (kendeou et al., 2008).

Os bons narradores sabem como aproveitar esses traços cognitivos. Eles captam nossa atenção injetando incerteza ao já conhecido. Eles nos convidam a mundos em que nosso cérebro opera em uma região proximal de busca de informação. Sabemos o suficiente para tentar adivinhar o que acontecerá, como acontecerá ou como pode se sentir uma pessoa, mas não temos certeza. É preciso descobrir.

As narrativas mais poderosas também nos afetam emocionalmente. Não nos preocupamos somente com nossas previsões dos acontecimentos, mas também com as personagens. As histórias nos levam além da simples busca de informação: conectam e desenvolvem nossa empatia e nossa habilidade de ver o mundo pelos olhos de outra pessoa. Os investigadores chamam essa habilidade de teoria da mente (schaafsma et al., 2015).

Para que o gerador de inferências em nosso cérebro seja eficiente, é preciso que sejamos bons em interpretar os motivos de outros. Necessitamos de uma forte teoria da mente para avaliar o estado emocional de outra pessoa e prever o que ele ou ela fará em determinada situação. Precisamos ter a capacidade nos colocar no lugar do outro.

Na época de ingressar na escola, as crianças deveriam estar desenvolvendo sua teoria da mente. Envolver-se em histórias pode acelerar e expandir esse desenvolvimento (hofmann et al., 2016). E, quando se cria uma conexão emocional com as personagens, isso pode influenciar seu próprio comportamento (barraza et al., 2015). 

Na época de ingressar na escola, as crianças deveriam estar desenvolvendo sua teoria da mente. Envolver-se em histórias pode acelerar e expandir esse desenvolvimento (hofmann et al., 2016). E, quando se cria uma conexão emocional com as personagens, isso pode influenciar seu próprio comportamento (barraza et al., 2015).

[…] O mundo é um lugar rico e complexo. Muitos estímulos competem pela atenção dos estudantes. A voz do professor e o escrito na lousa podem ser dignos de atenção, mas também há uma chuva suave batendo nas janelas da sala de aula e a cadeira é um pouco incômoda. Estes são alguns dos estímulos imediatos. O estudante também pode estar pensando em eventos passados, como em uma discussão dessa manhã com seu amigo ou com seu irmão, ou pode estar sonhando com o futuro, com algo especial para comer no almoço ou em um encontro com os amigos depois da escola.

A memória de trabalho, nossa habilidade de balancear vários elementos de informação na mente, é limitada (cowan, 2016). Muitas coisas ameaçam sobrecarregá-la. Conseguir que os estudantes prestem atenção às instruções da atividade do momento é fundamental para conseguir sucesso no aprendizado. Se conseguirmos que os estudantes deem importância à aprendizagem dos conteúdos e que invistam esforço nela, melhor ainda. As histórias podem ajudar.

Incerteza de baixo risco

Quando muitos de nós pensamos em uma lição de Matemática, imaginamos algo relacionado a encontrar respostas específicas. Contudo, 8 + 3 = ? não é um problema com um nível de incerteza atrativo para despertar nosso desejo de informação. Um vídeo de unboxing nos convida a realizar uma mistura de simulações sobre qual pode ser o prêmio lá dentro. Será um adesivo? Um cachorrinho de plástico? É um jogo de adivinhação de baixo risco. E, independentemente de estarmos certos ou não, nosso cérebro nos recompensa por descobrir (kidd y hayden, 2015). A solução de problemas matemáticos como 8 + 3 = ? é de alto risco. Poderia ser 10 ou 12? O correto está bem. O incorreto está mal. Apesar de as respostas exatas serem resultados importantes na aritmética, esse tipo de problema não capta nosso impulso motivador de busca de informação.

A incerteza de baixo risco, por outro lado, pode ser introduzida facilmente nas lições de Matemática. Em vez de enfatizar o resultado, por exemplo, pode concentrar a atenção no processo. Quantas formas distintas podemos encontrar para resolver 8 + 3? Dois? Três? Cinco? Pode-se calcular 8 + 1 + 1 + 1. Ou podemos simplesmente recordar uma soma memorizada. Outra opção é decompor o 3 em 2 + 1 e usar a estratégia de somar 10: (8 + 2) + 1. Neste caso, a ação de averiguar é satisfatória por si mesma. Não é realmente importante se os estudantes encontram quatro formas de resolver o problema ou dez.

A dúvida também pode ser introduzida de maneira produtiva na definição de um problema. Há vários exemplos que apresentam tentativas de captar as redes de busca de informação dos estudantes dessa maneira. Uma estratégia pode ser apresentar uma situação sem uma pergunta. Sofia tem 50% mais seguidores em redes sociais que Héctor. Héctor tem 112 seguidores. Com isso se pode desafiar os estudantes, questionando-os: “quantos problemas matemáticos vocês acham que podemos criar usando essa informação?” ou “o que acham que o livro lhes pedirá para resolver com essa informação?”. Ambas as perguntas ativam o pensamento matemático e a curiosidade pela pesquisa.

Outra estratégia é revelar gradualmente detalhes do problema. Mostre um gráfico sem títulos nem números. O que acham que o gráfico mostra? Depois de mostrar os títulos, desafie-os a prever o problema que resolverão. Lembre-se de manter as indicações dentro do repertório de modelos mentais dos estudantes. Eles terão de saber o suficiente sobre a situação e a Matemática para poder ativar seus geradores de inferências, suas simulações preditivas do futuro. E para que não se torne algo entediante. Os estudantes têm muitos outros estímulos que prendem sua atenção (meyer, d., 2011).

O tradicional arco da história inicia com uma introdução ou exposição que apresenta as personagens e o contexto. depois, há uma ação ascendente à medida que aparecem os conflitos e obstáculos. isso nos leva a perguntar o que acontecerá.

Envolvimento emocional

Da mesma forma que as personagens de uma história trazem um elemento emocional para a busca de informação, engajar os estudantes nas atividades matemáticas pode garantir seu envolvimento. João resolveu o problema memorizando a soma. Maria o fez de outra maneira. De que maneira acreditam que ela fez? Carlos utilizou um método diferente. Ele o explicará. Vocês acham que chegará à resposta correta? Os colegas de classe de uma criança são como as personagens de uma história. Podem se identificar com eles e podem se importar com o que lhes aconteça. Realizar simulações com pessoas que conhecem ativa a parte do cérebro da teoria da mente e a empatia dos estudantes. E se um estudante inventa uma estratégia inesperada, a surpresa amplifica a atenção ainda mais. […]

O envolvimento emocional não tem de ser construído unicamente com estudantes reais da classe. As histórias fictícias funcionam também. Com certeza a ficção é comum nas aulas de Matemática, sobretudo nos problemas escritos. Esses problemas podem ser usados para situar relações matemáticas em contextos conhecidos. Paulo tinha 3 borrachas. Seu amigo lhe deu algumas e agora ele tem 11 borrachas. Quantas borrachas o amigo de Paulo lhe deu? Esse problema representa uma situação de mudança, especificamente uma situação de valor faltante. Fran ganhou vários jogos de videogame em seu aniversário. Agora tem 13 jogos de videogame. Antes de seu aniversário, tinha somente 6 jogos. Quantos jogos Fran ganhou de presente? Ainda que a informação se apresente em uma ordem diferente e com um conteúdo diferente, esse segundo problema é matematicamente igual ao primeiro: a + ? = b. Esses problemas, no entanto, não têm estrutura dramática. Não há exposição que relacione os estudantes com Paulo ou com Fran. Não há razão para que se preocupem ou para que se perguntem (ou façam previsões) o que acontecerá com eles. Os problemas escritos tendem a carecer do drama que desencadeia a busca de informação emocionalmente carregada. Isso não faz diferença para os estudantes. Não há envolvimento emocional. — De acordo com a Lei 9.610/98 é proibida a reprodução total ou parcial desta website, em qualquer meio de comunicação, sem prévia autorização.

Nossos cérebros são geradores de inferências. mantêm-se realizando simulações do que acontecerá com base em experiências anteriores.

As narrativas genuínas, com bom desenvolvimento de personagens, ação ascendente, com obstáculos significativos e consequências relacionadas a resolver esses bloqueios prometem ativar a motivação carregada de emoção da busca de informação entre os estudantes até mesmo em uma aula de Matemática. As boas histórias causam envolvimento. Crie uma história para Fran, a personagem do problema anterior.

Talvez ela viva em outro planeta. Pode ser que se sinta estranha e lute para se enturmar com seus pares. Ela se pergunta se ter um videogame popular a tornará popular. Saberá escolher o jogo certo? Pode pagar por ele? O jogo lhe trará amigos? Serão amizades genuínas? Como pode criar vínculos com as outras crianças? Ainda que a história de Fran aconteça em outro planeta, sua situação e preocupações são muito comuns. Navegar pela história é uma aventura episódica, recheada de situações matemáticas periféricas incorporadas, que desvenda o que motiva as pessoas e o desejo de aceitação social.

Se os estudantes se conectarem emocionalmente com Fran, vão se sentir motivados a descobrir o que acontecerá com ela. Vão querer escutar, ler ou ver o próximo capítulo ou episódio. Não posso garantir que possamos transformar as crianças no equivalente matemático de quem vê maratonas de séries, mas as pesquisas sugerem que, se for o caso, podemos expandir o uso da narrativa para ampliar o envolvimento muito além do que é comum em uma aula de Matemática hoje.

Normas para a aprendizagem constante

Recorde as pesquisas que sugerem que nossos cérebros são geradores de inferências. Mantêm-se realizando simulações do que acontecerá com base em experiências anteriores. Pense no estudante que tem um histórico de fracasso e até mesmo humilhação na aula de Matemática. O que acha que seu cérebro vai prever quando for realizada uma pergunta ou aplicada uma avaliação? Pode ser que o estudante esteja pensando: “Eu vou errar. Vou parecer tolo. Sou tolo. O que posso fazer para evitar essa situação?”. A ansiedade devora os recursos de atenção e deixa o estudante com menos recursos cognitivos para aplicar nas tarefas (foley et al. 2017). O medo de errar aumenta a probabilidade de que suceda. Uma resposta incorreta confirma a previsão, e isso aumenta a crença de ser incompetente em Matemática.

As normas culturais, especialmente em países ocidentais, reforçam a ideia de que algumas pessoas são boas para Matemática e outras não (foley et al., 2017). Se o pai de um aluno diz: “eu sempre tive dificuldade nessa disciplina”, isso pode tornar a competência em Matemática um traço genético. Não ter bom desempenho pode significar que o estudante não tem predisposição para a Matemática. Se for bem, significa que a pessoa tem um talento natural para a Matemática e não precisa se esforçar para ter sucesso. Ambos conceitos são errôneos e minam o esforço (hwang, reyes e eccles, 2019). O estudante que vai mal se desconecta. O estudante com talento natural evita os desafios, porque a Matemática deveria ser fácil. Esses ciclos psicológicos infrutíferos devem ser quebrados para que os estudantes se envolvam de maneira positiva na aprendizagem da Matemática.

As histórias corretas podem ajudar a promover um modelo preditivo diferente para o estudante. Mencionei pesquisas que endossam o que os publicitários já suspeitam há muito tempo: as histórias emotivas influenciam o comportamento. O que acontecerá se algumas das narrativas utilizadas para envolver os estudantes na aprendizagem de Matemática também modelarem comportamentos para se recuperarem de erros? Ler histórias de perseverança ante os obstáculos pode tornar os erros e fracassos em algo comum, convertê-los em características típicas do processo de aprendizagem (lin-siegler et al. 2016). Se até mesmo as personagens inteligentes da história cometem erros e ainda assim alcançam sucesso, talvez equivocar-se não signifique ser tolo. A empatia (teoria da mente) nos permite ver e sentir o mundo como se fôssemos outra pessoa. As personagens atraentes nas histórias conseguem essa conexão, e podemos aproveitá-la para alimentar os mecanismos de geração de inferências nas mentes dos estudantes com simulações diferentes que estimulam a perseverança e resiliência na aprendizagem.

No entanto, essas histórias têm de sair da sala de aula e chegar até em casa e à cultura em geral. Muitos pais também necessitam de novas narrativas para o ensino de Matemática. Todas as aplicações da história e a incerteza que descrevi podem desempenhar papéis fora da escola. Imagine atividades com baixa dificuldade que os pais podem fazer com seus filhos. Quantos números primos você acredita que veremos no caminho para a loja? Transforme situações cotidianas em jogos. Vejamos se podemos melhorar nosso recorde. E conecte com a emoção. Dê às crianças histórias que possam compartilhar com seus pais, incluindo suas próprias histórias de perseverança e crescimento. Que seja pessoal e que tenha impacto.

David Dockterman

é catedrático e professor da Escola de Pós-graduação em Educação de Harvard.

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O que as famílias esperam da escola?

O que as famílias esperam da escola?

Em meio às mudanças que delineiam novos horizontes para a educação, famílias refletem sobre suas expectativas quanto à influência dos professores sobre os alunos, formação integral, ensino de idiomas e religião, atividades extracurriculares, infraestrutura e classificação da escola no Enem e nos principais vestibulares. 

Texto Lara Silbiger – Foto Ricardo Davino 

A volta às aulas teve um gostinho diferente em 2019. A expectativa não girou em torno apenas dos reencontros, do planejamento das aulas ou das primeiras reuniões com os pais e responsáveis. Dessa vez, o começo do ano letivo veio acompanhado de reformas estruturais, mudanças no cenário político e, principalmente, intensas discussões ideológicas. Se o contexto já era complexo até para os profissionais da Educação, quem dirá para as famílias. De um lado, elas assistem à reformulação dos currículos e propostas pedagógicas de escolas e redes de ensino de todo o país para atender as exigências da bncc (Base Nacional Comum Curricular). De outro, tentam se familiarizar com os conceitos de competência, habilidade e formação integral e ainda se inteirar sobre a proposta da Escola sem Partido (PL 7180/14). A tudo isso, soma-se a polarização nos debates públicos, o que também obriga mães e pais a decidir de que lado ficar.

A tarefa, que não é das mais simples, exige que as famílias se aproximem das escolas para entender o que está em jogo com as novidades na Educação Básica, ou seja, quais são os riscos e as oportunidades. Nesse movimento, reelaborar as expectativas em relação aos espaços formais de ensino será inevitável.

Nesta edição, a educatrix percorreu todas as regiões do país para conversar com seis famílias que já mergulharam nessa reflexão. Todas elas foram desafiadas a imaginar como seria a escola ideal para seus filhos. Confira a seguir os principais trechos das entrevistas.

[NORDESTE] Natal (RN) 

Andre Luchessi e Vivian Nogueira são docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Eles são pais de Yasmin, 5, que estuda no Colégio Bilíngue Marie Jost, e Erik, 3, que frequenta a New Generation Canadian Preschool.

Educatrix Você considera a formação integral uma premissa da educação no século XXI?

Vivian Se por um lado as crianças têm cada vez mais acesso à informação e a estímulos para o desenvolvimento cognitivo, de outro precisam aprender a lidar com tudo isso — da ansiedade e imediatismo da era touch à conexão permanente dos pais ao trabalho graças aos conceitos de mobilidade e conectividade. Por isso, já não dá para conceber uma escola que não contemple a dimensão socioemocional do desenvolvimento. Para aprender, o aluno precisa antes estar bem psicologicamente, fisicamente e socialmente. 

Educatrix O projeto da Escola sem Partido vem ao encontro das suas expectativas?

Andre Cabe à escola formar cidadãos autônomos e com consciência política, o que não significa impor-lhes direcionamentos políticos, morais, ideológicos ou religiosos. Nesse sentido, estou de acordo com o projeto de lei quando este reconhece o aluno como sujeito vulnerável frente à influência do professor. Este precisa ter consciência do seu papel e não sair falando o que bem quiser na aula – há outros espaços para fazer isso. Não só como pai, mas também como docente, entendo que a liberdade de expressão deva caminhar lado a lado com a responsabilidade pelo que se diz e o que se faz. Outro ponto com o qual concordo é a possibilidade de a família decidir sobre expor ou não o filho a determinados assuntos na escola ou, pelo menos, de ser informada previamente de que aqueles temas serão abordados. 

Educatrix Quais valores você espera que a escola transmita?

Vivian Em linhas gerais, valores que coincidam com os da minha família: o respeito às diferenças, a valorização dos estudos como meio de desenvolvimento pessoal e profissional, a observância de regras, uma alimentação saudável com cardápios alinhados a princípios de saúde e à promoção do bem-estar e uma oferta diversificada de modalidades esportivas. 

Educatrix Qual a importância que você atribui ao ensino de idiomas?

Vivian Quero que meus filhos tenham a possibilidade de, no futuro, escolher o que quiserem ser e, sem dúvida, o inglês abrirá portas para eles. É fundamental que a escola valorize a globalização, reconheça que não existe só o Brasil como opção e apresente aos alunos outras culturas, línguas e formas de viver. É com vistas a esse contexto global que espero que a escola invista no ensino de idiomas. 

Educatrix Como deve ser a infraestrutura da escola?

Vivian O mobiliário precisa estar adequado à idade e às especificidades dos alunos. É bom que haja áreas verdes para proporcionar o contato com a natureza. Outro pré-requisito é a segurança – no interior da escola, para a prevenção de acidentes, e no exterior, para afastar a criminalidade. Quero saber que posso estacionar o carro e levar ou buscar minhas crianças com tranquilidade. 

Educatrix Destacar-se no ranking do Enem e dos principais vestibulares do país é um pré-requisito?

Andre Por si só, a boa classificação não é determinante para afirmar que uma escola seja melhor que outra. No entanto, daqui uns anos, meus filhos não terão como escapar de fazer o Enem ou outros processos seletivos para ingressar na universidade. Por isso, é inevitável que ainda usemos os rankings como parâmetro na hora de escolher — mesmo sabendo que estes não dizem muito sobre a formação que a escola proporciona.

[NORDESTE] Salvador (BA)

Rosângela Accioly é pedagoga e mãe de Nicole, 14, que estuda no Colégio Estadual de Aplicação Anísio Teixeira. 

Educatrix Qual é a proposta pedagógica ideal?

Rosângela A proposta pedagógica deve contemplar questões conceituais como diversidade, pluralidade, alteridades civilizatórias e diferença da pessoa com deficiência, bem como conhecimentos científicos – inclusive de povos cujos saberes milenares ficaram de fora do currículo oficial – e novas tecnologias. É fundamental que preveja como desdobrar tudo isso em práticas pedagógicas para os professores. 

Educatrix Destacar-se no ranking do Enem e dos principais vestibulares do país é um pré-requisito?

Rosângela Uma escola direcionada ao Enem ou ao vestibular não tem como dar conta da pessoa humana. Antes, é preciso oferecer espaços de vazão à inventividade e à criatividade para o aluno entender sua própria vocação. Muito além do mercado de trabalho, precisamos reconhecer a escola como um fator de transformação social e afetiva, envolvimento emocional e entendimento de diversidades e pluralidades. Só assim a educação será assertiva e integral. 

Educatrix O projeto da Escola sem Partido vem ao encontro das suas expectativas?

Rosângela Ao meu ver, é uma proposta ideológica de silenciamento político da escola. De silenciamento das diversidades em um lugar que é de debate, por excelência. Vale destacar também que política, na sua essência, quer dizer participação – o que não tem nada a ver com participação político-partidária. Por isso, a escola deve sempre estar disposta a contribuir com o desenvolvimento social e não pode aceitar essa mordaça à sua vocação de diálogo e pluralidade. As mazelas da sociedade e também as soluções precisam ser discutidas na escola: uma instituição libertária e cuja missão é incitar o aluno a perguntar e participar da democracia. 

Educatrix A ideologia de gênero deve ser abordada em sala de aula? Em quais circunstâncias?

Rosângela Falar de ideologia de gênero é necessário quando o tema surge espontaneamente. O professor não precisa ser propositivo, mas ele e os demais profissionais precisam estar aptos a acolher o assunto e a turma, por exemplo, se um menino vier para a aula com roupas tidas como femininas. A escola do século XXI é desafiadora justamente porque grita pela diversidade e pela diferença, algo que não deve ser visto como negativo, mas como um elemento constituidor da nossa humanidade. 

  • [FIQUE POR DENTRO]

ESCOLA SEM PARTIDO

Sem consenso para votação, a proposta da Escola sem Partido (PL 7180/14 e outros) foi arquivada no final da última legislatura. Agora cabe aos novos deputados retomar o assunto. Entre outras coisas, o projeto estabelece seis deveres do professor para apresentar de “forma justa” questões políticas, socioculturais e econômicas e para não se aproveitar da “audiência cativa dos estudantes” em temas relacionados a política, religião e moral. Também proíbe “o uso de técnicas de manipulação psicológica destinadas a obter a adesão dos alunos a determinada causa” e estipula que não haja intromissão “no processo de amadurecimento sexual dos alunos”, nem tentativa de convertê-los no que tange a questões de gênero. 

[NORTE] Macapá (AM) 

Eunubia Rodrigues é licenciada em História e professora dos anos iniciais do Fundamental na rede pública de Macapá. É mãe de Gabriel, 16 anos, que estuda na E.E. Maria do Carmo Viana dos Anjos. 

Educatrix Qual é a proposta pedagógica ideal? 

Eunubia Não vejo problema de o professor manifestar seu posicionamento se ele também respeita pontos de vista diferentes. Isso é diferente de influenciar deliberadamente os alunos ou de questionar as convicções deles. Por outro lado, também confio que meu filho seja um ser pensante e com capacidade de discernimento. 

Educatrix Como deve ser a infraestrutura da escola? 

Eunubia Uma única prova não estabelece parâmetros da qualidade da escola, nem a capacidade do aluno. Por isso, não priorizo resultados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), Olimpíadas, Enem ou vestibulares, mas valorizo o profissionalismo e o comprometimento da instituição com a formação integral do meu filho. 

[CENTRO-OESTE] Campo Grande (MS) 

Lucimar Mello é técnica de enfermagem na rede pública de Saúde. É mãe de Beatriz, 7, que estuda na Escola Municipal Elpídio Reis, Bruno, 14, que frequenta a Escola Municipal Danda Nunes, e Lucas, 19, já na faculdade. 

Educatrix Qual é a proposta pedagógica da escola ideal? 

Lucimar Em primeiro lugar, deve contemplar a formação em tempo integral para proporcionar aos alunos atividades que os tornem excelentes profissionais no futuro: aulas de informática, inglês e xadrez. Ocupar o dia de forma produtiva enquanto os pais trabalham. Na prática, a maioria não tem tempo de ficar com os filhos e “male-male” acompanha a lição de casa. Outro aspecto fundamental que a proposta pedagógica deveria prever é a capacitação dos professores, bem como a equiparação da qualidade de ensino e direitos de aprendizagem nas escolas públicas em relação às privadas. No ano passado, enquanto minha filha ainda estava aprendendo a ler na escola municipal, os alunos do 2o ano de instituições privadas já faziam até interpretação de texto. 

Educatrix Que valores você deseja que a escola transmita? 

Lucimar A formação de valores não é exclusiva da escola, mas não tem como negar que desempenhe papel importante nesse sentido. Por isso, espero que transmita valores cristãos, promova a empatia e valorize o respeito aos idosos, pais e professores. Gostaria inclusive que voltasse o ensino religioso, sem necessariamente pender para uma denominação ou outra, mas discutir o que é certo perante a Bíblia. É claro que os pais que não concordassem com tal abordagem precisariam ter o direito de autorizar seus filhos a não participar das aulas de Ensino Religioso. 

Educatrix O projeto da Escola sem Partido vem ao encontro das suas expectativas? 

Lucimar Entre outras coisas, concordo que a escola não deve incentivar relacionamentos homoafetivos e atividades sexuais precoces. Defendo inclusive que não haja aulas de educação sexual até o 5o ano do Fundamental. Já no Ensino Médio, o foco deve ser a prevenção de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. 

[SUL] Curitiba (PR)

Debora Menegusso é administradora de empresa e mãe de Danilo, 10, que estuda no Colégio Curitibano Adventista. 

Educatrix Qual é a proposta pedagógica ideal? 

Debora O ideal é um ensino mais prático e que não se resuma a aulas expositivas. Gostaria de uma proposta em que meu filho passasse menos tempo em sala de aula, com currículo diversificado – incluindo disciplinas “mão na massa” – e acesso mais próximo ao professor. Definitivamente, estudar não pode ser maçante.

Educatrix Destacar-se no ranking do Enem e dos principais vestibulares do país é um pré-requisito?  autorização.

Debora Não adianta focar só no vestibular, sendo que a vida é muito mais complexa que isso. Escolas que se apoiam em disciplina rígida e preparação estrita para provas de ingresso em universidades acabam sendo inevitavelmente limitadoras. Até mesmo porque há profissões e vestibulares que sequer existirão daqui a alguns anos. Mais importante é proporcionar ao aluno o aprendizado de como chegar aonde se deseja. 

  • [FIQUE POR DENTRO]

FORMAÇÃO INTEGRAL

Formação integral não é sinônimo de educação em tempo integral. Enquanto esta consiste na expansão do tempo que se passa na escola, aquela diz respeito à formação e ao desenvolvimento global dos alunos. De acordo com a BNCC, a formação integral tem como princípio norteador o acolhimento, o reconhecimento e o desenvolvimento pleno do aluno, nas suas singularidades e diversidades. Para isso, contempla o aprendizado em suas dimensões cognitiva, social, emocional e física. A Base sugere ainda que se promovam pontes entre o conhecimento e a vida.  

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

De acordo com a BNCC, as competências consistem na “mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo de trabalho”. Já as habilidades estão ligadas às aprendizagens essenciais de cada disciplina e ano escolar. Sempre começam com um verbo para explicitar o processo cognitivo envolvido no seu desenvolvimento – por exemplo, em História, “diferenciar escravidão, servidão e trabalho livre no mundo antigo”. 

Educatrix Que valores você deseja que a escola transmita? 

Debora Basicamente, os valores éticos, morais e religiosos que minha família já traz de geração em geração. Cabe, portanto, à escola apenas reforçá-los junto às crianças.

Educatrix As atividades extracurriculares são imprescindíveis?

Debora Não acho que seja de todo ruim o professor manifestar seu posicionamento em sala de aula, pois ainda assim caberá somente ao aluno tomar a sua própria direção. Vale lembrar também que este já chega à escola com certa carga de informações — da família, dos amigos, da religião etc. —, à qual o docente poderá somente somar pontos de vista.

[SUDESTE] São Paulo (SP) 

Cristina Hassunuma é dentista e mãe de Augusto, 11 anos, que estuda no Colégio Vértice. 

Educatrix Qual é a proposta pedagógica ideal? 

Cristina Deve prever conteúdos curriculares e extracurriculares e estimular o desenvolvimento da responsabilidade e autonomia nos estudos, sem nunca perder de vista os vínculos sociais. Almejo também uma escola que atente para a educação integral, com acompanhamento individualizado da aprendizagem do aluno enquanto cidadão. Destaco ainda a necessidade de promover a formação continuada dos professores, sua inclusão na cultura digital e o uso de novas tecnologias para avaliação institucional e educacional. 

Educatrix Destacar-se no ranking do Enem e dos principais vestibulares do país é um pré-requisito? 

Cristina Figurar entre os primeiros lugares do Enem é sempre favorável aos olhos das famílias. Isso porque o resultado tende a ser consequência de um bom ensino e de métodos de avaliação adequados. Ainda assim, vale ponderar que a função da escola não pode se restringir a fazer o aluno passar no vestibular. Antes de mais nada, é preciso prepará-lo para a vida em sociedade, o que vai muito além dos muros da instituição.

Educatrix O projeto da Escola sem Partido vem ao encontro das suas expectativas? 

Cristina Sou a favor do projeto porque vai além da Educação. Tem a ver com democracia e direito à liberdade de expressão e pensamento. Por isso, os professores devem agir com ética e bom senso no exercício da profissão – sem qualquer viés de doutrinação –, de forma que os alunos aprendam a pensar de forma autônoma e crítica.

Educatrix As atividades extracurriculares são imprescindíveis?

Cristina Elas são um diferencial para a formação porque têm o potencial de despertar habilidades, talentos e criatividade, o que tende a melhorar não só desempenho em sala de aula como a socialização da criança. O ideal seria que todas as escolas oferecessem oficinas de artes e informática, curso de língua estrangeira, esportes diversos, culinária e feiras culturais.

Educatrix Como deve ser a infraestrutura da escola?

Cristina Não restam dúvidas de que uma infraestrutura física adequada com biblioteca, laboratório de ciências, auditório e quadras de esportes contribui para a aprendizagem. Do ponto de vista tecnológico, a escola também precisa oferecer dispositivos para leitura de livros digitais e acesso a jogos educativos, simulados e plantão on-line para tirar dúvidas de casa. O objetivo é potencializar a pesquisa e a interação com grupos de estudo que transcendem os limites da escola. 

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5 Indicações de leitura para você inserir tecnologias nas aulas

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Débora Garofalo - Colunista

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Para ter um uso efetivo da tecnologia dentro da sala de aula é preciso compreender que ela sozinha não tem efeito transformador e que ela precisa ser encarada como uma propulsora a aprendizagem, capaz tornar o aprendizado significativo, envolvente e que permeia os interesses dos estudantes.

Para pensar em novas estratégias e no uso eficiente da Tecnologia na Educação selecionamos uma lista de leituras que permitem conhecer, inspirar, aprofundar e refletir sobre esses temas na sala de aula.

A lista contempla robótica, gamificação, inovação, pensamento computacional e a Internet das Coisas (IOT) que são tendências que cada vez mais estão presentes no universo e no contexto escolar. Vamos lá!

 
 

Robótica educacional: experiências inovadoras na educação brasileira

 

A obra é dos autores:  Rodrigo Barbosa e Silva e Paulo Blikstein e aborda o aprendizado da robótica educacional em escolas do meio urbano e rural, universidades e espaços informais brasileiros, contando exemplos de práticas reais para inspirar o leitor a replicar e a inserir o ensino de robótica no contexto escolar.

 

Gamificação na educação

 

Publicado pela editora Pimenta Cultural, aborda conceitos, questionamentos e aplicações da gamificação na educação, e relata dez sessões escritas por diferentes especialistas na área, sob o olhar de motivar e tornar aulas mais interativas e significativas.

 

O dilema da inovação

 

O livro foi produzido por Clayton Christensen e recomendando por Steve Jobs. Discorre sobre uma inovação disruptiva ao abordar dilemas através da inovação para alcançar novos caminhos. O livro é pautado no mundo do mercado, mas reflete o olhar que temos que ter para inovação para a vida.

 

Scratch: um jeito divertido de aprender programação

 

Neste livro, Helton Varela tem como objetivo proporcionar aos estudantes, educadores e aos curiosos por programação o primeiro passo no mundo da programação por meio do Scratch (software livre gratuito interativo).  O livro aborda a criação de um jogo de labirinto do início ao fim, ao longo do qual serão abordados os conceitos básicos em programação, de maneira simples divertida e didática.

O pensamento computacional aprimora o raciocínio lógico, a criatividade e a resolução de problemas, habilidades importantes para os cidadãos do século XXI.

 

Criando projetos com Arduino para a Internet das Coisas: experimentos com aplicações do mundo real – Um guia para o entusiasta de Arduino ávido por aprender

 

A obra aborda sobre como construir dispositivos com Arduino para o uso cotidiano e então conectá-los à internet. Dispositivos conectados permitem construir aplicações aproveitando os benefícios da conectividade, uma tendência comumente conhecida como Internet das Coisas (IoT).

O livro traz experimentos com aplicações do mundo real. Escrito por um desenvolvedor de software e arquiteto de soluções que cansou de procurar e reunir várias lições sobre desenvolvimento com Arduino enquanto aprendia por conta própria tudo sobre o assunto.
Os leitores são apresentados aos elementos essenciais da IoT. Esses princípios são então utilizados para criar uma variedade de projetos úteis.

 

E você querido professor, quais leituras tem realizado para inovar na sala de aula? Conte aqui nos comentários.

Um abraço,

Débora

Débora Garofalo é Assessora Especial de Tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE SP) e professora da rede pública de ensino de São Paulo. Formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil, Vencedora no Desafio de Aprendizagem Criativa do MIT e considerada uma das dez melhoras professoras do mundo pelo Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.

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Débora Garofalo - Colunista

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Com as aulas sendo mediada por tecnologia, o professor teve sua rotina de trabalho modificada, e teve que se reinventar para apoiar a aprendizagem dos estudantes. Vale lembrar que a atividade docente sempre foi muito puxada e além da sala de aula.

Uma aula mediada por tecnologia é muito diferente de uma aula presencial e requer muitos pontos de atenção, como o planejamento, produção de atividades, correções destas atividades, conversa com a turma, orientações aos pais, entre outras.

Diante deste cenário é necessário cuidar da saúde mental e otimizar o tempo para possa realizar atividades prazerosas e também dar a atenção aos seus familiares. Estamos vivenciando uma situação desafiadora em que faz necessária rever a rotina para que a mesma não seja prejudicial a saúde.

 
 

Para replicar – como otimizar o tempo

 

Reunimos algumas sugestões para te auxiliar a rever sua rotina de trabalho e otimizar o seu tempo que passa pelo planejamento, produção de atividades, orientações aos pais e familiares, flexibilização da carga horária. Vamos lá?!

 

Planejamento

 

Professor, faça um planejamento semanal de suas atividades. Programe por prioridades e prevendo tempo para a realização das mesmas, estabelecendo metas. Essa é uma ação simples e eficaz para analisar que não esteja produzindo atividades que não seriam necessárias neste momento.

 

Produção de atividades

 

É importante ouvir os estudantes, seus anseios, suas dúvidas e saber se estão conseguindo realizar as atividades propostas e principalmente saber se todos estão conseguindo acessar o conteúdo.

Essa ação contribuirá para nortear o trabalho do educador e auxiliar a equilibrar as atividades, compreendendo as dificuldades dos estudantes, focando em ações/atividades necessárias.

Orientação aos pais

 

A orientação aos pais, é importante neste momento, mas é preciso avaliar sua periodicidade, por exemplo é necessário o envio diário, é possível o seu envio semanal? Posso encontrar outras maneiras de fazê-la, como gravar um vídeo e deixar em algum suporte digital e ou encaminhar um áudio por mensagem instantânea. Planejar essa rotina, é importante para rever e equilibrar a rotina de trabalho.

 

Flexibilize a carga horária

 

É importante tecer o olhar para a flexibilização da carga horária. A aula mediada por tecnologia é muito mais cansativa do que uma aula presencial, requer condições, interatividade, além de questões de ergonomia. É preciso ter equilíbrio entre a carga horária e as atividades realizadas durante o período de aula, levando em consideração que os pais que estão apoiando a aprendizagem, estão se revezando com o teletrabalho.

Esse é um momento que nos coloca muito desafios e também nos trazem muitos aprendizados, mas é sem dúvida um período que precisamos cuidar uns do outro. Em muitos lugares a quarentena deu início na segunda metade de março e se tem se prolongado até os dias atuais, por isso, é essencial otimizar o tempo para que o trabalho não se prolongue mais do que a jornada de trabalho e o professor tenha tempo para estudar, estar com a família, realizar leituras e fazer atividades prazerosas.

Um abraço carinhoso!

Débora

Débora Garofalo é Assessora Especial de Tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE SP) e professora da rede pública de ensino de São Paulo. Formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil, Vencedora no Desafio de Aprendizagem Criativa do MIT e considerada uma das dez melhoras professoras do mundo pelo Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.

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A sala de aula invertida do inglês flipped classroom aborda inverter a lógica da sala de aula convencional, em que o aluno fará a internalização de conteúdos, temas, assuntos essenciais antes da aula. E o processo continua durante e depois, junto com as aulas, para discutir conhecimentos adquiridos, tirar dúvidas de conteúdo, promover debates, tecer reflexões e depois aprofundar novos conhecimentos, entrando em um ciclo.

 
 

Na sala de aula de aula invertida o foco principal é o estudante. Desta maneira é possível trazer autoria e protagonismo aos estudantes, mas também as aulas. É preciso dar o primeiro passo para iniciar, para começar e envolver os estudantes em uma nova cultura, ao compreender que esse processo leva um tempo até os alunos ganhem essa independência e possam internalizar a sala de aula de aula invertida.

Assim, os professores podem propor preferências e também criar conteúdo para que os estudantes tenham o contato inicial, como: videoaulas, gamespodcasts, pesquisas, textos, fóruns entre outros.

 

Por todo o exposto, a sala de aula invertida pode ser um importante aliado inclusive neste período de aprendizado emergencial, com aulas mediada por tecnologia, por oportunizar caminhos para que o estudante participe ativamente do processo de aprendizagem e se engaje nas atividades propostas, deixando que as aulas seja um momento para aprofundamento do que está sendo trabalhado e discutido entre os colegas, ao aprofundar no depois, com o conhecimento pleno do tema em que o professor proporciona assuntos complementares, desenvolvendo projetos específicos, atividades individuais e em grupos, no qual estará participando como protagonista da sua aprendizagem e o professor como um parceiro e um mediador essencial para que os alunos se guiem e busquem autoria na sua aprendizagem.

Para levar a sala de aula

 

Como vimos são muitos os benefícios para aprendizagem ao adotar a sala de aula invertida ao propor o trabalho com abordagem inovadora que torna a aprendizagem mais envolvente, prática e principalmente significativa, conheça algumas sugestões de como trabalhar com a sala de aula invertida.

 

Favoreça o trabalho com as habilidades: autonomia, capacidade de resolver problemas, senso crítico, criatividade, são algumas das oportunidades de trabalho com essa metodologia. 

Priorize o protagonismo juvenil: uma das vantagens da sala de aula invertida é que o estudante tem a oportunidade de ser ativo e responsável pela aprendizagem. No início é importante que o professor indique conteúdos. Com o tempo, os estudantes se tornarão curadores e poderão escolher o melhor conteúdo que ajudará a personalizar sua aprendizagem. 

Ao estudar previamente sobre um tema e ou assunto proposto, o estudante estabelece uma rotina de estudo, se organizando, controlando o seu tempo, seguindo o seu ritmo de aprendizagem e formato respeitando o seu processo de aprendizagem.

Tempo: a otimização do tempo é uma vantagem nesse modelo, já que ao abordar o tema nas aulas os estudantes já terão acesso ao assunto de maneira antecipada, potencializando, aprofundando e enriquecendo o aprendizado em sala de aula. 

Conteúdo prático: na sala de aula invertida o estudante acessa previamente o assunto a ser abordado nas aulas, chega melhor preparado e promove debates ricos com potenciais para trabalhar com soluções e situações reais e práticas. 

 

Enfim,  a sala de aula de invertida merece estar contemplada no seu planejamento!

Um abraço carinhoso e até a próxima,

Débora

Débora Garofalo é Assessora Especial de Tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE SP) e professora da rede pública de ensino de São Paulo. Formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil, Vencedora no Desafio de Aprendizagem Criativa do MIT e considerada uma das dez melhoras professoras do mundo pelo Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.

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